Fanfic: minhas pequenas A&A

Poncho

Nada me veio à mente no momento, juro. Só digo uma coisa: não
fui eu que comecei. Eu estava de boa.. não estava na intenção... mas ai me vem
ela, com aqueles olhinhos, aquele corpo, aquela boca, sua respiração cada vez
mais forte perto de mim. Sinto o seu perfume, uma de suas mãos se apoiando em
minha perna, o seu hálito vindo de encontro ao meu. Fecho os meus olhos somente
para desfrutar. E sentir.. e sentir o meu peito acelerar.

Sabe quando em um milésimo de segundo tudo muda? Quando você não espera nada e
de repente acontece tudo (ou quase tudo?).

Engulo rapidamente e sinto o roce de seus lábios sobre os meus. Não abro meus
olhos. Não movo minhas mãos. Lentamente vou abrindo a minha boca e fazendo,
sentindo, relembrando como era desfrutar daquela sensação. Em outro segundo
minha mão não se agüenta e sustenta o seu rosto. 

~.~
any

Queria ter o poder de mudar algumas coisas, voltar no tempo e chegar na cena
exata a qual eu deveria ter tomado uma outra atitude. 

Já me lamentei por inúmeras vezes, diversas vezes de tudo. Às vezes não
compreendo bem porque estou casada. Comodismo? Quem sabe. Não que eu não ame
meu marido. Mas eu não o amo como ele merece ser amado. Esta mais pra uma
amizade forte. Afinal.. ele esteve do meu lado quando eu mais precisava fugir
do meu outro mundo. 

Quantas vezes eu já não me senti culpada por sonhar com outro enquanto estava
dividindo a cama com ele. Dizem por ai que amores mal resolvidos ficam para
sempre meio que em "standyby". Dizem também por aí que não se pode amar na
mesma intensidade mais de uma vez.

Ninguém imagina ou pode imaginar o quão intensa foi a minha relação com ele.
Ninguém pode ao menos idealizar tudo o que vivemos. Éramos mais que namorados,
éramos mais que companheiros. Não precisávamos às vezes de nada. Nem de ações.
Nem de palavras. Bastava um olhar, um sorriso, um abraço apertado que ele já me
fazia sentir a mulher mais especial desse mundo.

Tinham dias e dias. Éramos inconstantes. Inconstantes.. talvez seja apelido
para o que éramos. Sempre fui muito insegura. Minhas  outras relação não me deixavam confiar em
alguém como ele. Como ele? Só imagine alguém que a qualquer momento que queira,
que bastava abrir os braços ou o que seja, que sai umas 9287298 mulheres
correndo ao seu encontro. Se coloquem na minha pele.

Acho que assim vocês possam compreender um pouco melhor as coisas, como eu me
sentia.

Sentir de novo a sua boca na minha me despertou algo que talvez estivesse
adormecido aqui dentro. Fecho os meus olhos com tanta força querendo acreditar
que ao abrir, eu estaria de volta naquele dia, naquele momento, ou que
simplesmente essa sempre foi a minha vida.

~.~

poncho

Ela me abraçou pelo pescoço e eu já nem sabia quando tempo tinha passado.
Minhas mãos eu não sabia até quando poderia controlá-las. As coloco sobre o seu
rosto e tento fixá-las ali para não fazer mais do que não deveria fazer. 

Minha vontade era deitar naquele sofá e ali mesmo amá-la até o meu corpo ser
invadido por um imenso cansaço. Queria fazer com ela tudo o que sempre desejei.
O que por algumas vezes ainda sonhei. Sei que de nada serviria esperar por algo
depois que tudo passou. Uma coisa que eu respeito é relação dos outros. Eu já
tinha me conformado, de certa maneira, que no máximo o que eu iria trocar com
ela seria um abraço forte pela lembrança da nossa amizade de anos atrás. 

Mas, da forma que eu a conhecia eu sempre soube que ela não era completamente
feliz, não 100%. Dizem por aí que o marido dela é "gente boa". Nunca fiz
questão de conhecê-lo a fundo. Tudo passa com o tempo. Depois de casar sara..
etc etc.. Isso quem dizia era a minha avó. Mas será mesmo?

~.~

any

O ar já me falhava e um desespero foi tomando conta de mim. Consciência do que
tinha feito? Vergonha? Meu Deus! O que eu iria dizer? Fazer? Porque.. eu.. pra
que diabos eu fui fazer isso!?

Podia ter me separado no susto, mas não pude. Seus braços rodearam meu corpo e
eu senti aquela velha sensação guardada de mariposas rondando meu estomago. Meu
peito acelera e minha respiração vai ficando cada vez mais escassa. Seguro o
seu rosto em "desespero" imaginando que já poderia ser, por mais uma vez, a
ultima vez que eu o beijaria. Porque depois disso eu não sei com que cara eu
olharia pra ele. 

~.~

Como um imã a minha mão vai subindo e entrando na sua camisa. Endureço meus
dedos, mas parecia mais forte que eu. Respiro mais uma vez. Fundo. Fundo. Mais
profundo que nunca e tento já achar um ar que não encontrava.

gigi : "Pai?" -