Fanfic: minhas pequenas A&A

Dirigi uns momentos sem rumo.. mas isso não durou muito. Quando eu menos percebo escuto o meu celular tocar insistentemente. Limpo minhas lagrimas e pego o celular olhando a bina. Como eu podia ter esquecido???

~.~

Confesso que já estava na porta de sua casa prestes a derrubar o portão, quando ela finalmente atende minha ligação.

poncho:"Que aconteceu?" - digo parando o carro e já me preparando pra descer - "eu já to aqui..."

any:"Não to mais... em.." - ela suspira fundo - "ai..."

poncho:"Como? Onde você esta???"

any:"Eu... não sei.." - ela parecia confusa.

poncho:"Consegue ir pra casa?"

any:"Que casa?" - ela pergunta distraída.

poncho:"A nossa..." - sorrio ao mesmo tempo que me ponho mais preocupado.

Escuto um longo silencio do outro lado da linha.

~.~

Nossa casa? Passo a mão com força em meu rosto e começo a sorrir.

poncho:"anahi ??" - ele não parava de falar meu nome do outro lado da linha.

any:"To aqui.." - digo mais calma.

poncho:"Não faça mais isso.." - ele começou a respirar mais forte - "estou indo.. e vou te esperar..."

any:"Certo..." - já estava escutando ele desligar - "poncho..."

poncho:"Diz.." - sorri ao escutar sua voz de novo -

Any: "estou indo..."

~.~

Sai praticamente voando pra casa. Estacionei meu carro e avisei ao porteiro que logo alguém viria e entraria com o carro. Entrei em meu apartamento e verifico se ela continuava a dormir. Sorrio ao constatar que sim. 

Fecho a porta de seu quarto com cuidado e logo escuto um barulho de campainha.

poncho:"Entra..." - digo ao abrir a porta.

any:"Obrigada?" - ela diz sem entender.

poncho:"Como foi lá?" - a vejo abaixar o olhar.

any:"Perdi muito tempo.." - ela diz sem levantar seu olhar - "eu... não quero cometer esse erro de novo.."

poncho:"Vem cá.." - a puxo e a abraço forte - "não precisa dizer nada.." - beijo sua cabeça e sinto de repente uma vontade imensa de colocá-la em meu colo - "eu estou aqui..."

any:"Eu sei.." - ela joga sua bolsa no chão e enterra o rosto em meu peito.

~.~

A conduzo ate meu... nosso quarto. Tranco a porta sem me preocupar se gigi acordaria. Qualquer coisa ela bateria.. e a babá estava por aqui pra isso.

Sento com ela no canto da cama. Entrelaço meus dedos com os seus e deslizo minha outra mão entre seu cabelo. Ela parecia uma criança em meu colo, com sua cabeça recostada em meu peito chorando em silencio. 

Não falo nada.. o que falar? As vezes as palavras se tornam tão supérfluas, que não sevem de nada. Dizer que foi melhor assim, que ela merece algo melhor, que a vida nos surpreende, ou o que seja? Jamais... jamais faria com que ela se sentisse pior ainda. A conhecia tão bem que sabia que o nosso silencio já era o suficiente para ela se sentir melhor.

~.~

 Olho nossos dedos entrelaçados e percebo aquela aliança em minha mão esquerda. Fico encarando-a por um tempo pensando em tudo o que passei por esses últimos anos. Dizer que fui infeliz ou que não vivi momentos bons ao lado de Rodrigo , seria mentira.. pura hipocrisia... eu sei que as vezes as coisas não saem como planejadas.. ou que quando queremos tapar o sol com uma peneira, fugir de algo, apelamos pra substituição que quase sempre não dá certo.

Mais errada na historia fui eu... que permiti me casar com alguém que eu mal conhecia. O agradeço por muitas coisas.. não sei o que teria sido de mim naquela época sem a sua companhia.. mas talvez eu precisasse ficar mesmo era um pouco sozinha.

Mas eu tenho um grande problema.. eu nunca estive só. Nunca por muito tempo. Logo alguém me encontrava.. ou eu buscava e vinha de novo uma avalanche de sentimentos. Uma por cima da outra, namoro em cima de namoro, feridas em cima de feridas.. e machucados que demoravam a cicatrizar cada vez mais.

Teve uma época que eu tinha uma ferida tão grande dentro de mim que somente queria fugir do que eu pensava que seria mais confusão pra mim, pro meu coração na época. Fugi de um relacionamento para não perder a amizade.. porém não soube administrar bem as coisas e tampouco lutar contra um sentimento que não podia, mas que insistia em crescer dentro de mim.

Sei que quase sempre se torna repetitivo o que eu falo, mas depois de tanto não acreditar.. hoje eu acredito que existe mesmo uma alma gêmea para todas.. uma alma gêmea que é tão diferente a você, que no começo você se pergunta, mas o que eu estou fazendo com ele? somos tão diferentes... 

Mas logo os dias passam, as horas, semanas, meses, anos.. e vemos que o que um dia parecia ser uma diferença, era na realidade o complemento fundamental para aquilo que você buscava. 

Passamos a vida buscando incessantemente, sem saber pelo `que`. Dizem que até mesmo quando estamos completamente felizes, buscamos mais felicidade. Sempre acreditamos que a vida tem mais a nos ofertar.

E agora eu vejo que volto ao ponto que jamais deveria ter parado.

Não levanto meu olhar. Não fecho meus olhos, não queria dormir.. seria sonho? Seria possível? Seria ele meu anjo da guarda? 

Jamais ninguém cuidou de mim nessa vida.. como ele já fez...

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Ela estava mais do que pensativa. Beijo por vezes sua testa e acaricio seu cabelo. Certo momento ela se afasta um pouco e tira o anel que estava em sua mão esquerda. 

Se eu disser que não havia nem reparado nesse detalhe? 
Ela coloca o anel na palma de sua mão, fecha e olha de novo. Levanta o olhar e encontra o meu. Finalmente ela se levanta e eu fico sem ação... ela faz um gesto pedindo que eu a esperasse sem me mover. 

Isso é que eu faço. A vejo abrir a porta do quarto e sair não sei pra onde... não demora muito ate que ela volta com sua bolsa, jogando tudo que estava dentro por cima da cama.

Sem entender nada observo suas ações.. eu não tinha idéia do que ela poderia estar procurando. Foi quando ela tirou um estojo pequeno.. onde abriu o zíper e tirou uma caixinha pequena de veludo.

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Era um dos meus amuletos o qual eu nunca quis tirar de perto de mim. Não que eu precisasse usá-lo, mas só de saber que estava na minha bolsa comigo... Já fazia parte de minha superstição sair com ele. Foi dado de presente sem que eu esperasse. Sem muitas palavras, mas com muito sentimento.. ainda me lembro do seu olhar no dia que ele me entregou esse anel. 

Mas é um anel como outro qualquer... não é.. esse não é... por muitas vezes ele servia para não esquecermos do que já fomos e do que podemos ser. 

Quando eu sentia minhas raivas, tirava do dedo.. não podia seguir com algo tão nosso enquanto não estávamos bem.. porem quando as coisas melhorava, lá estava eu de novo usando e demonstrando a ele que estava feliz por nós dois. Ele depois desse me presenteou com outros vários.. até com um que nós compartilhávamos.. mas nenhuma jóia jamais teria ou terá o significado que essa tem em nossas vidas.

Coloco minha aliança com cuidado dentro da caixinha e tiro meu outro anel, colocando no dedo o qual jamais eu deveria ter tirado.