Fanfics Brasil - Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: 11? Capítulo

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Incapaz de resistir, ele começou a dar
voltas a seu redor. Colheu com a mão um extremo de seu cachecol e começou a
desenrolá-lo enquanto dava voltas a seu redor. Ela deixou escapar uma ligeira
exclamação de surpresa, mas não resistiu, conservando o olhar fixo em seu rosto
enquanto ele desvelava lentamente sua majestosidade. Três largas pinças sustentavam
seu cabelo em um coque desordenado. Com a emoção de um escolar peralta, ele as
soltou. Caíram os cachos de cabelo, abundantes e espessos. Sob a luz aquosa do
céu, aquele cabelo tinha uma propriedade mágica, com as pontas arrepiadas pela
estática e brilhando com uma cor indescritível. Chegava-lhe por debaixo da
cintura e seguia, por debaixo dos quadris, um manto atrás do qual lady Godiva
poderia ter se escondido com facilidade. As mãos fecharam em seus punhos.
Queria pintá-la assim, nua sobre um cavalo, passeando seu orgulho pelo coração
da cidade, convertendo em triunfo aquilo que seu marido pretendia fosse uma
humilhação.


Pensando bem, Nem necessitava uma peça
central para sua próxima exposição. Algo provocador. Algo que o frívolo e
enfastiado mundo da arte não pudesse ignorar.


-tire o casaco - disse, com uma voz
enrouquecida pela vontade de ver o resto.


Um rubor subiu às faces.


- Não sou uma puta. -disse- Só porque
mi... meu senhor me despediu, não significa que qualquer um possa aproveitar-se
de mim.


- Despediram-na? -As palavras daquela
jovem foram como um aviso da implacável realidade-. Pelo que aconteceu ontem à
noite?


Ela inclinou a cabeça, e apoiou a ponta
de uma bota sobre a outra.


-Que imbecil - disse ele, e ela elevou a
cabeça alarmada-. Você não, carinho. Seu senhor - disse ele, e segurou um lado
do rosto, compadecendo-se de seus problemas de todo coração. Embora não fosse
mais que por uma vez, por que os homens de sua classe não respeitavam às
mulheres que trabalhavam para eles? -. Acaso tentou forçá-la? -perguntou.


Ela abriu a boca e pestanejou tão
rapidamente que ele temeu que se pusesse a chorar.


- Esquece-disse, rápido, porque não
queria enfrentar uma cena-, não tem que me contar isso. Só quero que saiba que
nenhuma mulher é menos que uma dama para mim, e não me importa que a tenham
maltratado, nem se o que gosta de é passear pelas ruas do Covent Garden. Jamais
forcei uma mulher e jamais o farei.


Com a ponta do polegar, roçou-lhe o
tremulo lábio inferior. Sua boca era comum, mas agradável, sua superfície suave
e rosada. Naturalmente, não era o momento, mas Alfonso Herrera não teria se
importado em beijá-la. Faria lentamente, pensou, e muito, muito brandamente.
Como se ela tivesse lido seus pensamentos, estremeceu e deu um passo atrás.


Anahí manteve o olhar fixo no seu.


- Ainda tem vontade de me pintar?


- Assim é - disse ele. Uma atitude
distendida seria o melhor, pensou Poncho, e olhou as unhas tintas de pintura-.
Certamente, queria que ficasse aqui.


- Certamente - disse ela, possivelmente com
muita pressa. Quando ele a olhou, ela quadrou os ombros dessa maneira que ele
já tinha identificado como um reflexo-. Não sou uma afetada. E sei muito bem o
que se espera de uma modelo.


Ele sorriu ante sua mescla de inocência e
coragem, embora, pensando bem, não é que fosse divertida. Apesar de sua
asseveração de que jamais tinha forçado uma mulher, era evidente que aquela
pobre garota estava disposta a deitar-se com ele se tivesse que fazê-lo. Voltou
a lhe tocar a face, seguindo o oco da maçã do rosto para a mandíbula. O artista
nele tomou a substituição do homem. Agarrando seu queixo, fez girar a cabeça
para que a luz desse na face de um ângulo diferente. Na realidade era um rosto
surpreendente, dramático.


- Pagarei para que poses - disse, com voz
suave-. Qualquer outra coisa que decida é teu assunto. Se não entender isso
muito claramente, não poderemos seguir adiante.


Ela piscou como se tivesse falado em
chinês.


- Sim, entendo - disse-, e agradeço.


- Então, adiante. -Sentindo-se de repente
cheio de energia, Alfonso apanhou a ponta do nariz entre dois dedos-. Espero
que esteja disposta a tirar o casaco e me deixar ver com o que vamos trabalhar
- disse. Embora tarde, de repente recordou o nome-. Chama-se Annie, não é
assim?


- Sim - disse ela, enquanto manipulava os
botões com estupidez-. Annie Puente.


Aquele nome o agradava. Singelo. Direto.
Perfeito para uma mulher que poderia revelar-se como um desafio, mas não como
uma prova.


Nem teve piedade de sua estupidez e
interveio para tirar aquelas luvas tão estranhas. Ela lançou uma imprecação
baixa, mas o deixou fazer. Curioso, pensou Poncho, quando segurou as mãos nas
suas. Tinha uns dedos delicados, as unhas bem curtas, mas calosas no interior,
como se tivesse trabalhado no estábulo que, aparentemente, também tinha
proporcionado seus primeiros modelos de fala. Embora resultasse estranho,
gostava mais com aqueles traços tão rudes. Essa garota não era uma qualquer.
Quando terminou de tirar o casaco, o lançou como se não o suportasse ter diante
dos olhos. Nem dobrou o puído objeto de tweed sobre o braço.


- E bem, Annie Puente - disse,
sentindo-se mais satisfeito com o mundo-, por que não tomamos uma xícara de chá
e falamos de seus honorários?


Com uma sensação desmesurada de
irrealidade, Anahí o observou enquanto pendurava aquele espantoso casaco.
Afundou com força a ponta dos dedos nas palmas. Ainda sentia o formigamento,
depois de que ele os apalpasse com o polegar. Era curiosa sua maneira de
tratá-la, a meio caminho entre uma mulher e um objeto. Anahí não sábia qual das
duas a inquietava mais. E, pior ainda,


Herrera pensava que seu pai (seu próprio
pai!) tinha-a desonrado. O duque de Monmouth não era esse tipo de homem, e,
entretanto sentiu a língua seca na boca quando quis articular as primeiras
palavras para sair em sua defesa.


Verdade ou não, era uma explicação
convincente de por que podia se despedir uma criada.


Por tudo isso, Herrera, que claramente
tinha uma veia protetora, teve vontade de acolhê-la. Deus santo, se até a tinha
convidado a ficar em sua casa. A proposta tinha sido um golpe de sorte para Anahí,
posto que até esse momento ignorava onde se hospedaria se ele não a acolhesse.
Já que as coisas foram saindo como foi pedido, não seria ela quem modificaria
essa impressão errônea sobre seu pai.


Afinal, não podia revelar sua verdadeira
identidade. Poncho Herrera podia ser um grande libertino, mas nunca
comprometeria à filha de um duque, sobretudo se tratasse de uma filha que não
estava casada.


Tinha pensado até o último detalhe de seu
plano. Não só aceitaria sua oferta de pintá-la, mas também, além disso,
deixaria que a pintasse nua. Aquilo desataria um escândalo que nem sequer seu
pai poderia encobrir. A partir desse momento, se transformaria em uma mulher
absolutamente indigna de casar-se, não só para Derrick mas também para qualquer
homem respeitável.


Sim, seu pai estaria furioso, mas Poncho
Herrera era um homem rico e bem conhecido. Além de seu aspecto um tanto
desagradável, Anahí suspeitava que aquele homem sabia defender-se. Certamente,
se a rapidez com que tinha afugentado seu agressor era uma prova, seus irmãos
não representavam ameaça alguma. Melhor, teriam que preocupar-se em salvar a
pele. Ainda assim, pensou, com certo desdém mental, um simples artista não se
atreveria a infligir feridas graves a um de seus pares.


E ainda ficava o melhor, e é que se o
duque decidia casá-la com um plebeu, um solteirão reconhecido como Herrera nada
faria senão obstinar-se dela.


Quando desaparecesse o pó da refrega, Anahí
gozaria de sua liberdade e Herrera teria sua arte. Podia ser que sua reputação
subisse um degrau na escada do escândalo, mas seguro que não haveria mal nisso.
Aos artistas como ele agradavam-se de aproveitar-se dos escândalos.


Segundo seus cálculos, o plano não tinha
nem um só defeito.


Ou quase nenhum defeito, refletiu,
enquanto ele a conduzia por um estreito corredor. O encontro da noite anterior
não a tinha preparado para ver Alfonso Herrera à luz do dia. Não era um homem
bonito e sim extraordinariamente bonito. Diabolicamente bonito, como se a
beleza pudesse ser um pecado. Seu cabelo, que tinha parecido despenteado, era
poeticamente longo, um cabelo escuro e fino que lhe cobria a testa. Os olhos,
que ela tinha julgado expressivos, à luz do dia eram como duas brasas ardentes.
Eram cinza e brilhantes, como diamantes cheios de fumaça. Herrera era alto,
quase tão alto como seus irmãos, e tinha uns ombros esbeltos e largos como uma
escultura da Roma antiga.


O fato de que tivesse a metade do torso descoberto não ajudou em nada a Anahí
serenar o ânimo. Embora caminhasse na frente dela, tinha ficado gravada a
imagem. Usava uma camisa estilo americano, o tipo de camisa com botões até as
fraldas. Como era natural, com quatro irmãos não especialmente modestos, Anahí
tinha visto não poucos torsos masculinos nu. Mas este era diferente. Para
começar, Herrera poderia ter posado para um manual de anatomia. Dava a
impressão de que seus músculos tinham cobrado vida a partir de uma perfeita
escultura de barro. Tinha escasso pêlo no peito, uma pelugem entre os
peitorais, e bicos do peito (que ela viu por debaixo de sua camisa) pequenos e
eretos. Além disso, ia descalço e seus pés eram longos e elegantes, embora
estranhos. Anahí pensou que jamais se fixou antes nos pés de um homem. Pareceu-lhe
desconcertante fixar-se nisso agora, por não dizer muito pessoal.





 



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Autor(a): annytha

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ayaremember gracias pro comenta, capitulo dedicado a vc. besos!!! Aparentemente sem perceber a agitação que tinha provocado, Herrera a convidou a passar a um pequeno salão de estilo chinês, onde chamou para pedir chá e guloseimas. O criado que acudiu um homem ao qual Herrera chamou Farnham, tinha o nariz torcido e o cabelo cor cinza a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

    AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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