Fanfics Brasil - 12° Capítulo Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: 12° Capítulo

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ayaremember gracias pro comenta, capitulo dedicado a vc.


besos!!!


Aparentemente sem perceber a agitação que
tinha provocado, Herrera a convidou a passar a um pequeno salão de estilo
chinês, onde chamou para pedir chá e guloseimas. O criado que acudiu um homem
ao qual Herrera chamou Farnham, tinha o nariz torcido e o cabelo cor cinza aço
talhado à escova. Uma cicatriz espantosa lhe cruzava o queixo em diagonal entre
os extremos de seu comprido bigode. Tinha a pele estirada ao redor da cicatriz,
como se tivesse sanado sem cuidados médicos. Ante esse aspecto de velho
pugilista, Anahí especulou com a idéia de que fosse ele quem tinha ensinado a Poncho
a arte de lutar contra desconhecidos na rua. Felizmente, tinha umas maneiras
irreprováveis. O homem lhe lançou um olhar apenas curioso. E, salvo por esse
olhar, nada nele insinuava nem o menor indício de julgamento sobre sua
presença.


Era evidente que, como mordomo de um
artista de má reputação, teria atendido a muitas convidadas.


Assim que o criado saiu, Herrera voltou a
afundar-se em sua cadeira, apoiando o queixo em dois dedos e o polegar, com as
pernas abertas e estiradas até que seus pés longos e nus se acharam a ponto de
tocar as botas de Anahí.


A diferença da maioria dos homens que Anahí
conhecia este, aparentemente, não sentia a necessidade de falar.


Obrigou-se a desviar o olhar e contemplou
as mãos. Desejava devolver o olhar como um gesto imprudente. Não queria que a
interpretasse mal e se visse obrigada a atirar pela amurada todo o conseguido.
Uma coisa era dar a entender que acolhia com gosto suas insinuações, que, a
julgar por sua conduta, ele estava acostumado a prodigalizar se a que chamasse
a sua porta fosse uma mulher. Ainda assim, entregar-se a essas insinuações na
realidade era mais do que ela desejava. Em sua opinião, quanto menos dano
fizesse a si mesma, melhor. Não descartava a possibilidade de ter algum dia uma
aventura, mas tinha aprendido sua lição com Edward Burbrooke. A próxima vez que
se oferecesse, seria a um homem que a desejasse tanto como ela a ele. E não
podia imaginar que tudo isso chegasse a ocorrer com Alfonso Herrera.


- De modo que - disse ele, entrecerrando
os olhos com um gesto que, além das boas maneiras, lhe pareceu cheio de
simpatia-, está a ponto de começar uma nova vida.


Se sua história tivesse sido verdade, Anahí
pensou que era uma maneira amável de defini-lo.


- Isso espero - disse-. Sempre quis ter
aventuras.


- Me alegro por você - respondeu ele, com
uma careta de sorriso que lhe torceu a boca. Anahí observou que seus lábios
eram finos e expressivos. Tinham uma cor muito viva, como manchados pelo vinho.
Apesar de seu timbre grave, a voz era suave-. Não pode voltar para casa com os
seus?


- Estão mortos - mentiu ela, cruzando os
dedos sobre o vestido-. Há vários anos.


- Sinto muito. -Para surpresa de Anahí,
ele se inclinou para diante e lhe apertou o músculo entre o pescoço e o ombro.
O contato foi reconfortante, apesar de que Anahí não necessitava consolo
algum-. Não se preocupe, Annie. Assegurarei de que tenha dinheiro suficiente
para se manter quando tiver terminado.


- É muito amável de sua parte, senhor...


- Pelo amor de Deus, me chame Poncho
interrompeu ele -. E não se trata de amabilidade, e sim de negócios. Quero que
as melhores modelos estejam impacientem por trabalhar comigo.


Anahí sorriu olhando o canto da mesa a
China rematado em bronze.


- Suponho que há muitas mulheres que
estariam felizes de trabalhar com você, sem importar o que pague.


Ele riu, e com o polegar seguiu mais à
frente do pescoço do vestido até lhe tocar a pele sensível.


- meu Deus, estou ansioso para vê-la em
meu estúdio.


Seu entusiasmo a surpreendeu, embora
Herrera houvesse dito o mesmo na noite anterior. Seus desejos de pintá-la
pareciam autênticos, pintar a ela, a desalinhada Anahí Portilla. Não sabia o
que pensar dele, com essa maneira suave de tocá-la e com esse seu olhar
ardente, além de seu «pelo amor de Deus, me chame Poncho. As maneiras de Annie
não eram nada afetadas, mas ignorava como devia responder as dele.


Ele a tratava como se já tivessem
compartilhado a cama.


A isso se referia Dulce quando falava de
saborear as conquistas bocado a bocado?


- Assustei-a?-Perguntou ele,
inclinando-se tanto que ela se sentiu envolta pelo sabão de bergamota que ele
estava acostumado a usar.


- Não - disse Annie, com voz seca, embora
não pôde evitar um estremecimento-. Tenho vontade de posar para você, senhor
Herrera. Sou uma grande admiradora de sua obra.


Ele voltou a sentar-se abafando uma
risada.


- Uma grande admiradora, é? Bom, se Deus
quiser, dentro de pouco terá mais razões para me admirar. Pode ser inclusive
que aprenda a me chamar de Poncho.


Suas insinuações eram tão claras como
suas sobrancelhas inquietas e, entretanto, ela não se sentiu ofendida. Nem lhe
parecia um sedutor muito simpático. Parecia bem um filhotinho de lobo que um
lobo. Sua resistência ao seu encanto começou a derreter-se como o chocolate sob
o sol.


Este homem é perigoso, pensou.


Possivelmente para sua própria desgraça,
depois daquela constatação Anahí não teve o impulso de dar meia volta e
escapar.


As comidas que Poncho tinha pedido
resultaram ser um sortido de salsichas, pão e queijo. Apenas se parecia com as
guloseimas às que ela estava acostumada, mas as aceitou gostosa. Por uma vez,
seus nervos tinham sucumbido à fome, e fincou o dente na sua primeira comida
sólida desde o dia anterior.


Quando Farnham voltou para levar os
pratos (pelo visto, outros criados se ausentaram pelas festas), Poncho mostrou
onde seria seu quarto.


Era mais estreito que um quarto de criada
em sua casa, com uma só janela que dava para o jardim traseiro, agora
convertido em um matagal de marrom invernal. A cama era estreita, a bacia
estava destrambelhada e o tapete persa tinha conhecido melhores tempos. O
rodapé pintado tinha uma capa de pó, mas o chão tinha sido varrido fazia pouco.


Aparentemente, Poncho não viu nada mau em
lhe oferecer aquelas dependências.


Por que teria que ver nada mau nisso?
Perguntou a si mesma, irritada. Ele não tinha por que saber que ela tinha
conhecido algo melhor.


- É muito acolhedor - disse Anahí,
obrigando-se a sorrir.


- Bom, a lareira tem uma boa tiragem. E
não somos miseráveis com o carvão. Pode gastar tudo o que queira.


Vá lá, pensou ela, lançando um olhar ao
balde cheio de carvão. Acaso esperava que ela mesma se ocupasse do fogo? Supôs
que poderia arrumar-se posto que tivesse visto as criadas fazê-lo. Para
dissimular sua consternação, aproximou-se do suporte da lareira. Um quadro
pendurava por cima, um belo quadro. Se sua memória de quando ia à escola de
senhoritas não lhe traía, tratava-se de uma cópia de Júpiter e Io, do
Correggio. As nuvens que revestiam o deus eram sujas e espessas como a névoa de
Londres, o que não impedia que a ninfa que sustentava em seus braços de neblina
acabasse desmaiada.


Anahí entendeu em seguida por que
agradava Poncho.


- O banheiro está do outro lado do
corredor - avisou ele -. Não é nada do outro mundo, mas o terá só para você.


- Estou segura de que tudo irá bem -
aventurou ela, embora não estava segura de que isso fosse verdade. Com um gesto
do queixo, assinalou o quadro-. Você pintou isto?


- Sim, eu - disse ele Sorrindo-. Tem bom
olho - disse, e deu uns golpezinhos sobre a singela moldura de madeira-.
Comecei meus estudos em Viena. Meu professor tinha o costume de lançar os
quadros de seus alunos ao fogo. Este foi o primeiro esforço que fiz para
escapar à fogueira. Desde então, sempre gostei de Correggio.


- Suponho que terá estudado em muitos
lugares da Europa.


- Conheço bem a Europa - disse ele, com
expressão distante-. Genebra. Florência. E, certamente, Paris, quando a
política o permitiu. É aconselhável inteirar-se de que o mundo é maior que o
lugar onde a gente vive.


- Eu jamais saí da Inglaterra.


Ele a olhou de sua altura, um olhar
cálido enquanto segurava um cacho e o enroscava no dedo. Esses olhos de
Herrera... eram como prata fundida, e aquelas pestanas curtas e escuras
acrescentavam brilho. Anahí ainda não sabia o que a comovia mais, se a generosidade
que se adivinhava neles ou a paixão erótica contida.


- Aonde viajaria, se pudesse? -perguntou.


Anahí fez um esforço para concentrar-se,
enquanto sentia um calor espesso florescendo em seu interior mais recôndito.


- À Cidade Proibida - disse-. Ou, possivelmente,
a Roma.


Ele deixou que o cacho de cabelo voltasse
para seu lugar.


- Roma poderia ser mais prático que a
China, mas suponho que pode ir a qualquer parte quando sonha.


Tinha uma voz tão cinzenta, tão sugestiva
que Anahí se sentiu obrigada a retroceder. Havia tornado a ver aquela persuasão
dela, aquele encanto sensual ao qual nenhuma mulher podia resistir.


Herrera torceu os lábios em uma leve
careta ao entender seu rechaço, os olhos semicerrados pelo prazer.


- Então, a deixarei para que possa se assear
e descansar. Servimos o jantar às oito. Pode jantar comigo ou Farnham pode
trazer o jantar em uma bandeja, o que você preferir. Serão coisas singelas até
que minha cozinheira volte, embora esteja seguro de que nos arrumaremos.


- Estou segura que sim - conveio ela, com
palavras pronunciadas com uma voz tão rouca que se envergonhou. Em seguida
esclareceu a garganta-. Obrigado por me mostrar meu quarto. E obrigado por me
haver acolhido em sua casa.


Seu sorriso se fez mais profundo, e em
seus olhos se adivinhou um brilho que dizia que o prazer era dele. Poncho
retrocedeu uns passos até a soleira e levou um dedo junto ao nariz.


- Verei-a mais tarde, Annie Puente -
disse, e fechou a porta ao sair.


Assim que esteve sozinha, Anahí sentiu
que a realidade lhe tinha dado por satisfeita. Ela, que jamais tinha saído do
seio da família exceto para visitar suas amigas, agora compartilhava teto com
um homem que mal conhecia, um homem que, claramente, considerava-a território
livre para seus ardis amorosos.


- meu Deus - disse, pronunciando a
palavra com um suspiro comprido e grave. Nem sequer ela mesma dava crédito a
sua ousadia.


Não se tinha dado o tempo de pensar em
como se sentiria, não o tinha feito ao entregar a Dulce seu pacote de cartas
falsas para mandar a sua mãe, nem quando escapuliu de casa com aquele vestido
roubado e pago o trajeto em carruagem até o bosque de St. John.


Agora estava sozinha com Poncho Herrera,
sozinha, excetuando um mordomo que provavelmente via mais depravações em uma
semana do que ela podia imaginar em todo ano. Ao sentir que fraquejavam as
pernas, deixou-se cair em uma cadeira de amplo e desbotado respaldo. Sentia-se
como se lançada a galope para um obstáculo desconhecido montada em um cavalo
ainda indomado, sem ter medido os riscos, de modo que agora o resultado
dependia totalmente dela e da destreza da besta.


A intensidade de seu terror era, em si
mesmo, um prazer.



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Autor(a): annytha

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ayaremember gracias pelo comentarios!!! vcs sim é que são as melhores traumadas, nosso Trauma é o melhor de todos, e o mais hot claro.as adoro!!! Apesar de sua decisão de entregar-se a todos os desafios, Anahí sentiu certo desgosto ao descobrir que não tinha planejado as coisas tão bem como pensava. Desceu para jantar falta ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

    AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:47

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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