Fanfics Brasil - Capítulo 4 Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: Capítulo 4

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Poncho conduziu Anahí a seu estúdio
depois do jantar. Preferia ter suas modelos relaxadas e, com os anos, tinha
aprendido que só uma atividade garantia aquilo melhor que um bom jantar.


A julgar por seu aspecto, diria que Annie
não tinha conhecido as virtudes do jantar. Poncho pensou que aos pecados do
duque de Monmouth podia adicionar o de mesquinharia, porque era evidente que a
alimentação de seus criados não era uma de suas prioridades. Aquela jovem
estava nos ossos, pobrezinha, e tinha engolido até o último bocado do que Farnham
tinha servido. Tendo em conta a voracidade de seu apetite, suas maneiras de
senhorita fizeram Herrera sorrir, que pensou que ante seus olhos tinha uma
mulher que tinha lutado de verdade para superar-se.


A idéia de ajudá-la a dar o próximo passo
o intrigava. Suspeitava que Annie não esbanjaria o que lhe pagasse, embora
possivelmente nem sequer ela sabia que tipo de vida queria construir.


Nesse momento, não parecia ter a mente
muito posta no futuro. Poncho a observou enquanto ela perambulava por seu espaço
de trabalho, o olhar vivo e alerta, detendo-se tocar qualquer objeto que
chamasse sua atenção. Aquele passeio de Anahí provocou em Poncho uma tensão
inesperada entre suas pernas. Não teria importado ser objeto desses cuidados,
nem que aquelas pequenas mãos calosas o explorassem.


Até que chegasse o momento e isso fosse
possível, aquela jovem tinha muitas coisas por descobrir. O estúdio de Herrera
era a sala mais ampla da casa. Era uma sala de altas paredes que equivalia a
dois andares, coroada por uma abóbada recoberta de latão que, durante o verão,
alagava aquele espaço com sua luz dourada. Essa noite, uns candelabros altos
substituíam o sol, com seus braços de aço de reminiscências medievais. Havia
uns acessórios ordenados junto às paredes da sala, uma mescla de móveis de
época, artefatos exóticos e moldes de esculturas clássicas. A história era
popular nos dias que corriam, sobre tudo a história que permitia que as modelos
pudessem andar com pouca roupa. Há quem diria que aquilo não era clara e
sinceramente prostituição, mas Poncho preferia pensar que suas escolhas eram
pragmáticas. Ele tinha algo que dizer dentro dos limites do que se vendia.
Freqüentemente, como era o caso esta noite, o que pensava que se venderia era
também o que mais gostava.


Ignorando o papel que ela desempenhava em
suas reflexões, Annie tinha demorado passando a mão ao longo de uma grande pia
manchada onde ele lavava seus pincéis. De um nada, como se um mecanismo de
carnalidade pura se ativou nele, Herrera imaginou estendida dentro daquele
recipiente. A imagem era assombrosamente vívida. Estava nua, molhada, e as
pernas penduravam pelos lados enquanto ele ensaboava os cachos de seu monte de
Vênus. Quase sentia a suavidade de sua pele secreta, e quase ouvia como
arrebentavam as bolhas de sabão de cores furta-cor. De sua entre perna se
elevou uma onda de calor que o percorreu como uma febre. Em questão de
segundos, tinha o membro ereto, dolorosamente ereto, com apenas vê-la tocar
aqueles objetos deles.


Quem teria pensado que uma moça como essa
podia sacudi-lo dessa maneira? Por costume, Poncho estava acostumado a demorar
certo tempo em deixar que se inflamasse seu desejo por uma mulher. Seu
interesse crescia à medida que despertava o interesse das mulheres por ele. Annie
sentia essa força de atração dele, Poncho sabia, mas dificilmente tinha
alcançado aquele desespero ofegante que ele preferia.


Discretamente, antes que ela se virasse,
ele ajustou o repentino vulto entre suas pernas. Preferia que ela não
percebesse o que tinha provocado nele, não ainda. Infelizmente, não havia
nenhuma posição que pudesse dissimular a mudança. Inchado e tirante, seu membro
tinha adquirido proporções mais grossas que a fina mão da moça. A idéia de
comparar ambas, lado a lado, quase lhe arrancou um gemido. Amaldiçoando a
inconveniência da constituição física dos homens, tirou a camisa da calça e a
deixou pendurada amplamente para tampar a cintura. Preferia que ela visse nele
um tipo desarrumado antes que a um sátiro.


Annie se deteve diante do cenário.


- Quer que pose aqui?


 -
Sim - disse ele, perguntando-se se ela percebia o apetite contido no timbre de
sua voz.


Se Annie o percebia, nada nela o dava a
entender. Levantou aquele vestido enrugado e horrível, subiu ao cenário e abriu
caminho entre um monte de almofadas bordadas. Tinha os tornozelos mais finos
que Poncho jamais tinha visto, e calçava umas botas inesperadamente elegantes.
Quando se virou, ele adotou uma expressão distraída.


- A quem quer que represente? -perguntou Anahí.


Uma amazona, pensou ele, e sua ereção
chegou ao extremo de doer. Um libertino desavergonhado.


- A si mesma - disse ele, em voz alta-.
Esta noite só quero fazer uns esboços. Quero me familiarizar com seus traços.


Para ouvir isso, ela fez uma careta e ele
entendeu que não tinha em grande estima seu próprio atrativo.


- Sente-se --disse, com voz áspera-, e
fique cômoda.


Em lugar de observá-la, o que não parecia
muito prudente naquele seu estado, tirou seus utensílios do armário junto à
lança, com uma careta de dor quando as calças o cravaram ao agachar-se.
Felizmente, quão único precisava era um caderno de esboços e um lápis de
carvão. Essas cores da Annie eram alguma coisa que preferia abordar como um
desafio em separado. Por esta noite, bastaria ter um conhecimento superficial
de suas formas. E depois, saberia como utilizá-la.


Como se houvesse alguma dúvida de que a
utilizaria.


Entreabrindo os olhos, instalou um
tamborete e logo deslocou um dos candelabros até o cenário. Cada uma de suas
velas brilhava junto a um espelho bem gentil. Também estavam acesos os abajures
a gás, mas a sala era tão grande que não iluminavam tudo o que ele tivesse
desejado. Esta noite, Herrera queria ossos, ossos e planos e sombras projetadas
por curvas.


Quando Poncho se deu por satisfeito com o
desdobramento de luzes, Anahí se sentou de pernas cruzadas sobre uma almofada
com todo o peso apoiado nos braços. Tinha estado observando-a e agora tinha
estampado no rosto uma expressão de curiosidade como a de um menino.


- Que idade tem? -perguntou ele, como se
de repente tivesse suspeitado.


- Vinte - disse ela, e acrescentou
descaradamente-: Que idade tem você?


- Trinta e um - murmurou ele.


Ela esqueceu sua falsa identidade o tempo
suficiente para lançar um bufo.


- É praticamente um velho decrépito.


- E você, uma bruxa - disse ele.


Ela sorriu como se o insulto a agradasse.


Ele esteve a ponto de perder o fôlego. Anahí
tinha um sorriso largo e contagioso. Era um sorriso aberto, sem idade, um
sorriso que, mais que aumentar sua beleza, incitava-o à risada. Era um dom
precioso, que muito poucas pessoas possuíam. Teve que separar de sua cabeça o
desejo de vê-la sorrindo em sua cama e se instalou sobre o tamborete. Por
sorte, sua atração foi mitigada pela abstração em que submergia enquanto
trabalhava. Anahí se movia mais que uma modelo experimentada, mas ao menos não
se zangava. Com traços rápidos e seguros, Poncho encheu páginas e páginas, que
lançava a um lado uma vez acabadas. Finalmente, quando o pescoço começou a
ranger, pediu a Anahí que se levantasse e se distendesse.


- acabamos? -perguntou ela, cruzando as
mãos sobre o peito.


Algo nessa maneira de dobrar os braços
chamou a atenção. Além de pele e osso, essa garota tinha músculos, e até era
possível que fossem músculos interessantes, que ele mal via por debaixo daquele
vestido que assentava como um saco. Tinha vontade de arrancar, mas também
albergava a suspeita de que se obedecesse a esse impulso daria a Annie um susto
de morte.


- Poncho? -insistiu ela.


- Isso depende de você - disse ele,
voltando para a realidade-. Está muito cansada para seguir posando?


Ela deu de ombros e ele voltou a sentir
aquela força oculta e fluída. Então se decidiu.


- Esse vestido está me deixando louco -
disse, e desabotoou rapidamente a camisa.


Ela o olhou boquiaberta.


- O que faz?


- Estou lhe dando minha camisa. Pode pôr
isso atrás desse biombo.


Ela lançou um olhar dúbio sobre o biombo
de seda da China pintado à mão, mas agarrou a camisa quando ele a lançou. Ao
desaparecer atrás da folha do biombo, agarrou-a pelo pescoço com um gesto de
cautela.


- Annie - disse ele, obrigando-a a
olhá-lo-, ponha camisa em lugar da sua, não por cima.


- Já tinha entendido - disse ela,
ruborizando-se.


Poncho não acreditou nem por um instante.
Apesar de tudo o que tinha vivido, havia na Annie certo halo de inocência, como
uma moça que acaba de sair de seu banho. Tinha a esperança de que não se
arrependesse de ter vindo, nem que pensasse que posar para ele era um passo
mais para a perdição. Para muitas mulheres, a transição de modelo a prostituta
parecia insignificante. Não é que Annie tivesse muitas opções, especialmente
se, com sua conduta perversa, Monmouth não tinha cultivado nela o bom caráter.
Não. Não tinha mais alternativa que obedecer.


Brotou nele uma raiva antiga, escura e
amarga como o café que preparava Farnham, mais intensa ainda, porque em parte
estava dirigida contra si mesmo. Apartou essa sensação de mal-estar, mas não
pôde evitar pensar que aquele antigo senhor de Annie era um pobre diabo.
Perguntava-se se Monmouth a teria forçado ou se, simplesmente, não tinha sido
bastante destro. Annie, certamente, não se comportava como uma mulher
satisfeita. Possivelmente o duque tinha certos problemas de rendimento. Era
verdade que havia homens que preferiam culpar suas mulheres disso, e
possivelmente esse era o motivo pelo que o pobre infeliz a tinha despedido.


Quando ela reapareceu com a camisa de Poncho
caindo por cima das meias, ele estava refletindo sobre a arrogância de tipos
como Monmouth. A mulher não era um lenço que se atirava quando se rompia. Poncho
não podia negar que se separou de muitas mulheres, mas nunca desde sua
juventude, nunca, tinha deixado uma pobre jovem inocente ao arbítrio do
destino.


Felizmente, o reaparecimento de Annie
dispersou sua raiva como o vento. Aquelas meias haveriam custado o salário de
um mês. Com seus babados e adornos, chegavam até os joelhos em uma esplêndida
cascata de rendas. Debaixo das meias, as pernas eram uma autêntica maravilha,
escuras, bem torneadas e fortes.


-Vire-se - ordenou, com um gesto da mão.


Ela se virou e ele sentiu um nó na
garganta. O prazer que experimentou se devia em parte por sua condição de
artista e em parte para sua condição de homem. A camisa era folgada,
certamente, mas com a luz das velas que brilhavam por detrás, ao menos alcançava
a perceber sua silhueta. Tal como tinha suspeitado, Annie era magra como um
pau. Seu traseiro clamava por uma mão que o acolhesse, seus ombros eram uma
autêntica visão. Tinha o aspecto de uma atleta, uma jovem grega possivelmente
e, possivelmente, até um jovem grego. Isso sim, sem o sustento do sutiã, seus
seios eram pequenos, mas tão erguidos que Poncho soube que não sustentariam nem
o pincel mais ligeiro pela parte inferior. Não usava espartilho. Na realidade,
teria sido um crime contra natureza se o tivesse usando. Se alguma vez um corpo
tinha desafiado a necessidade de ser formal, era o seu.


- Belo - disse, com um suspiro comprido,
e ela se ruborizou até as raízes de sua preciosa cabeleira ruiva e dourada.



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Autor(a): annytha

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ayaremember gracias pelo comentarios!!! capitulo dedicado a vc! Ele teve que abafar uma risada ao ver sua expressão. - Ai, Annie - disse-, antes que tenhamos acabado, acreditará. Anahí dava voltas sem parar nessa cama que era tão pouco familiar, incapaz de tirar da cabeça a imagem daquele pintor sem camisa. Não tinha deixado ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

    AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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