Fanfic: Alem da Sedução (terminada)
Embora Anahí tivesse preferido voltar para casa, certo sentimento de dignidade exigia suportar a noite até o final. Com o pulso ainda alterado, voltou para o salão e se deteve na soleira. Sentiu-se melhor assim que viu Poncho, embora sua pose lhe parecesse estranha, tratando-se de um homem em meio daquela companhia. Estava sentado no chão frente a uma cadeira grande de couro, com as pernas estiradas e a cabeça apoiada na almofada vazia.
A Anahí pareceu mais elegante que nunca.
- Deveria vir a Veneza conosco em março - dizia Sebastian-. Seguro que poderia conseguir alguns trabalhos.
- Tenho a exposição no Tatling`s em março.
- Olhe por onde, uma exposição no Tatling`s.
Pelo tom de Sebastian, Anahí deduziu que ele não tinha recebido um convite para a exclusiva galeria de Londres. Encolhido sobre si mesmo e com um ar vagamente selvagem, Sebastian estava sentado frente a Poncho no comprido sofá marrom. Apoiava os antebraços nos joelhos e, entrementes, tinha as mãos agarradas. Parecia inquieto e insatisfeito, mas também vulnerável. Com um sorriso amável, Poncho esticou uma de suas pernas e com a bota deu a seu colega artista um leve golpe na tíbia.
- Espera uns anos, querido amigo. Para então, as galerias estarão brigando por expor sua obra.
- Ah, eu gostaria de estar tão seguro como você - disse Sebastian, sacudindo a cabeça.
- Ah - ladrou Evangeline-, eu gostaria de acreditar que tenho uma oportunidade entre mil de que algum dia me deixem expor, mas já sabemos o que pensa as pessoas das mulheres pintoras.
- Você também pinta? -inquiriu Anahí.
Todos a olharam surpreendidos, para encarar sua condição de acertar.
- Ao menos isso diz minha avó - disse Evangeline, depois uma pausa breve e incômoda.
- E eu também - adicionou Poncho, com o mesmo tom amável que tinha utilizado para dar ânimos a Sebastian.
- Eu sempre disse que você é uma promessa - afirmou Gerald, que claramente se sentia ofendido porque o ignoravam. Evangeline lhe lançou um olhar carregado de ira, que traduzia perfeitamente o que pensava de sua opinião-. E bem, digo-o a sério - insistiu Gerald.
O casal trocou um par de caretas enquanto Poncho fez um gesto a Anahí para que se aproximasse, dando golpezinhos na cadeira a seu lado.
- Sente-se comigo - disse, com uma voz cálida e rouca que dissipou toda a inquietação de Anahí a respeito de pertencer aquele grupo-. Senti sua falta.
Reprimindo o impulso de olhar a seu redor para ver se Anna estava o bastante perto para ouvi-la, Anahí deslizou na cadeira com seu estreito vestido púrpura, e conseguiu que Poncho deixasse descansar a cabeça em seus joelhos. Ele a olhou sorrindo, com olhos lânguidos e amantes e fingiu que mordia sua perna. Anahí pensou que aquilo também era uma amostra de sua vitória. Possivelmente não lhe importava mais que outras mulheres, mas adulava a si mesma pensando que, ao menos, importava-lhe tanto quanto elas.
- Onde está Anna? -inquiriu Sebastian, com a atitude de quem deseja animar uma noitada-. Acredito que necessitamos que alguém nos conte uma história.
Anna escolheu esse momento para seu reaparecimento.
- A isso se chama ser cara dura. Primeiro, preparo-lhes o jantar, depois querem que cante para pagá-lo.
- foi o cozinheiro francês de Leo que preparou o jantar - corrigiu Sebastian-. E, como anfitriã, está obrigada a entreter seus convidados.
Em lugar de contradizê-los, Anna se voltou para Leo. O decano dos convidados estava sentado na poltrona junto à lareira. Era evidente que aquele homem estava satisfeito com as comodidades de sua vida. Parecia encantado de participar de qualquer tolice que ocorresse aos excêntricos amigos de sua amante.
- Que seja como você quiser querida - disse-. Já sabe que sempre desfruto com suas histórias.
Aquela aprovação de Vandenberg foi decisiva para a Anna. Plantou-se do outro lado do tapete turco, uma peça de atrevido desenho de vermelhos e marrons escuros, e se acomodou com suas generosas curvas entre os braços do banqueiro. O fogo se refletia sobre seu coque, um fogo de lenha que cheirava agradavelmente a cedro e folhas de outono.
- De acordo - disse, adotando a postura mais adequada-. Contarei a história da rainha das fadas e o pastor fogoso.
Apesar dos ciúmes que Anahí sentia dos numerosos encantos de Anna, e apesar da idéia de que algum dia os tinha usado com Poncho, a perspectiva de escutar algo atrevido a fez prestar atenção e deslizou para a beira da cadeira. Nenhum de seus irmãos tinha demonstrado ter afeição pelos livros escandalosos, nem por qualquer outro tipo de livros, para falar a verdade, e há muito tempo Anahí desejava pôr a mão em um, embora não fosse mais que para descobrir se seus autores sabiam algo mais que os criados do estábulo. Quando a anfitriã começou, Anahí escutou com o fôlego contido.
- A rainha Mab - disse Anna-, não era nenhuma marionete no trono. Governava às fadas com vontade de ferro e olho de águia. Nenhum detalhe era muito pequeno para que ela não reparasse nele, nenhuma tarefa muito humilde para suas mãos delicadas. Assim foi que quando um pastor e seu rebanho se aventuraram em terras proibidas, Mab abandonou imediatamente seu lindo palácio com incrustações de pérolas para ir indagar o que acontecia.
"Agora bem, como todo mundo sabe, algumas fadas são grandes como vocês e eu, enquanto que outras são pequenas, como cogumelos encantados. Mab era do gênero maior, e uma das fadas mais belas que jamais tinham existido. Tinha o cabelo negro, os olhos verdes, e peitos níveos como os de uma pomba. Suas asas brilhavam com o arco íris que se formavam nas gotas do orvalho quando captava a luz. Como é natural, não podia permitir que um ser humano fosse testemunha de sua glória, assim quando se aproximou do intruso se dotou de uma fórmula mágica para ocultar-se a seu olhar.
- Ser invisível - interrompeu Sebastian, zombador-. Imagine que poderia gozar um homem dotado dessa condição.
Evangeline lançou um bufo e entreabriu os olhos, mas Anna ignorou aos dois igualmente.
- O pastor, que nada suspeitava, jogava uma sesta sob uma macieira, sem dúvida aborrecido por suas tarefas. Mab conseguiu aproximar-se dele mais cuidando-se de não despertá-lo.
- E era um pastor bonito - disse Anahí, que começava entender para onde conduzia a história.
- Muito bonito - conveio Anna, e lançou a Anahí um olhar carregado de frieza-. Tinha uns cachos cor trigo e uma fragrância como o feno no verão. Certamente, Mab não se apaixonou por ele. Uma fada que entrega seu coração a um ser humano deve renunciar a seus poderes. Entretanto, sentiu imediatamente uma intensa lascívia. Como não senti-la? O pastor era tão bonito como essa estátua do Miguel Anjo que há no Louvre.
- Espero que melhor dotado - disse Poncho, enquanto esfregava a nuca contra as pernas de Anahí. Incapaz de resistir penteou seu cabelo com os dedos.
- muito melhor dotado - assegurou Anna-. Não quero insinuar que Mab fizesse algo tão ousado como desarrumar a roupa ao pastor, mas basta dizer que, antes de deixar o jovem adormecido, conhecia cada canto de sua pele, tanto depravado como preparado para outras coisas. Vejam, a fada estava tão presa dele que lhe enviou um sonho de si mesma, vestida com sua túnica mágica e transparente, seus mamilos como duas cerejas, suas curvas e fendas uma maravilha que nenhum homem poderia contemplar sem mostrar-se à altura da ocasião. Naquele sonho, ela deixava que lhe beijasse um seio e até introduzia sua mão de marfim na tenra entre perna do pastor.
»Isso sim, esse foi o único contato que se permitiu. O pastor não ganhou o direito a nada mais, nem sequer em um sonho.
- E quando despertou? -perguntou Sebastian espectador.
Anna sorriu.
- Quando despertou, acreditou ter entre as pernas um martelo. Nenhum mortal havia jamais sofrido de tamanha ereção. Aquilo pulsava como se fosse o coração do universo, comprido e grosso e vermelho vivo como a forja de um ferreiro.
»Ao tratar-se de um tipo sociável, e sem perceber que seu sonho tinha sido uma autêntica visita da fada, o pastor voltou para casa coxeando, mas assim que pôde, agarrou à primeira leiteira que encontrou e procedeu a batê-la até fazê-la espuma atrás da taberna da aldeia.
- Imagino o que pensaria Mab disso - interveio Poncho, esfregando a cabeça contra a saia de Anahí. Enquanto Anna falava, ele tinha recolhido os joelhos, e Anahí suspeitava que estava excitado. Ela mesma sentiu que se ruborizava e lhe acariciou as veias do pescoço. Quando viu que ele fechava os olhos por um momento, interpretou o gesto como uma recompensa.
- Não gostou nada - disse Arma-. Ali estava, a rainha das fadas, que tinha se dignado a revelar a aquele mortal seus encantos secretos, e ele ia e derramava a lascívia que ela tinha despertado nele com a primeira que encontrava.
»Cega pela fúria, Mab o amaldiçoou. Enquanto o pastor trabalhava em excesso sobre a donzela ofegante, a rainha forjou sua vingança. Jurou que a partir desse momento, aquele brutamontes, por muito quente que estivesse, não conheceria o gozo final até que devolvesse sua lascívia a quem o correspondia.
- Ai - disse Gerald.
- É claro que sim, ai - conveio Anna-. Sob os efeitos da maldição, o pobre homem observou que seu poderoso instrumento não decaía o mínimo. Ao contrário, aumentava em volume e em apetite. Quando chegou esse momento, a donzela, já saciada, tentou afastar-se dele com aborrecimento. Enlouquecido pelo desejo, o pastor fogoso procurou alívio em todas e cada uma das mulheres da aldeia. Jovens, velhas, bonitas ou feias, ele afundava sua espada em todas as vagens. Sem remédio. A maldição da fada se fez realidade.
Podia dar prazer, inclusive recebê-lo, mas o último gozo estava para sempre fora de seu alcance.
»Ao final, as mulheres se escondiam quando o viam vir. Aquelas mulheres tinham descoberto que um amante verdadeiramente incansável não era nada agradável.
»Contrariado por seu instrumento, o pastor tentou aliviar o mal por seus próprios meios. Passou horas esfregando o enorme falo até que temeu tanto por este como por seu braço. «Jogaram-me uma maldição», concluiu quando, exausto, teve um momento de lucidez. "Aquela fada que vi em meu sonho deve ter sido real. Quem sabe se voltando para o que fazia quando isto começou, possivelmente volte a encontrá-la e lhe suplicar que me libere."
»Mantendo-se firme neste propósito, o pastor, coxeando inclusive pior que antes, voltou sobre seus passos até o montículo encantado. Voltou a deitar-se sob a macieira e novamente, embora sem muita esperança, conseguiu dormir. Seu esforço foi recompensado porque, assim que fechou os olhos, voltou a rainha das fadas. Deslumbrado por sua beleza, o pastor sonhador caiu de joelhos. Sabia que tinha encontrado a fonte de sua tortura. Entre suas coxas trementes, seu membro zumbia como se nele habitasse um ninho de vespas enlouquecidas.
» me perdoe, rainha de todas as rainhas - suplicou o pastor-. Não sou digno de beijar seus pés maravilhosos. Se me disser como a ofendi, farei o que estiver em meu poder para remediá-lo.
»Naturalmente, Mab não estava nada agradada ao ver que ele não adivinhava o que tinha feito, mas sabendo como estão constituídos os homens, e impressionada por sua humildade, teve piedade dele. "Deve dar a mim o que esbanjaste em outras mulheres", disse, "e não parará até que eu o ordene."
»O pastor, que com muita dificuldade conseguia acreditar em sua sorte, caiu imediatamente sobre sua bela verdugo. Como lhe queimava a pele quando lhe rasgou aquelas vestimentas vaporosas! E como retumbava seu coração quando ela o estreitou contra seus seios! Seu apetite cresceu e redobrou ao pensar que por fim poderia consumar aquele ansiado gozo. Assim que afundou sua vara ardente em sua tenra gruta, a fada pronunciou as palavras que desfaziam o conjuro. Nesse momento, o pastor soube que podia gozar, mas tendo deixado de ser o néscio que era, recordou a advertência de Mab. Não devia parar até que ela o permitisse. Não duvidava de que se falhasse, aquela criatura vingativa voltaria a lhe lançar uma maldição e, muito possivelmente, pior que o primeiro. Fazendo chiar os dentes e tremendo com o esforço, posto que estava a ponto de alcançar o clímax, o bonito e jovem pastor se deu por inteiro à altiva rainha.
- Finalmente, depois de numerosas ocasiões em que quase se produziu o fatal desenlace, ela suspirou de prazer e estremeceu em seus braços. "Agora", disse, elevando seus níveos quadris contra os do pastor, "agora pode reclamar seu prêmio".
»O pastor não podia esperar nem um segundo mais. Com um rugido que sacudiu a terra, explodiu para liberar-se, derramando sua semente acumulada como tantas gotas de fogo. O prazer foi inimaginável, já que a fada o tinha magnificado com uma de suas fórmulas mágicas. A crise o deixou exausto, quando finalmente passou. Mal tinha forças suficientes para abrir os olhos. Sabendo que o pastor não podia possuí-la, a fada se desprendeu de seu abraço.
»"Assim aprenderá", disse, "a não esbanjar em uma donzela a paixão destinada a uma rainha".
Gerald foi o primeiro em recobrar-se do silêncio que se abateu sobre o salão.
- Bravo! -exclamou, aplaudindo sonoramente-. Nunca tinha estado tão sublime.
Anna respondeu com uma inclinação quando todos se ecoaram desse louvor.
Anahí também aplaudiu, embora agora que o encantamento se quebrara, não sabia bem onde olhar. Não queria que outros reparassem em sua expressão, mas não resistiu à curiosidade de perguntar-se como os tinha afetado o conto. Sabia que tinha afetado Poncho, porque a mão que sustentava a sua estava úmida e quente.
Infectou-me, pensou. Não demoraria muito em ficar tão depravada quanto ele.
Ainda assim, em sua reação havia algo mais que excitação. Apesar do absurdo da história da Anna, ela se entristeceu. Duas pessoas que poderiam ter unido seus corações tinham perdido sua oportunidade. Uma por orgulho e a outra por luxúria. Seria esse o destino que a esperava ao aventurar-se no mundo dos prazeres carnais?
Já não podia seguir dizendo «sim», só podia dizer «quando». Para bem ou para mau, ele a tinha conquistado. Pior ainda, era evidente que ele sabia. Virando-se para lhe sorrir, Poncho levou seus nódulos aos lábios.
- Preparada para ir?
Anahí vacilou e logo assentiu, ruborizada. Como de costume, ele sabia que, na realidade, ela tinha respondido a outra pergunta. O triunfo brilhou em seus olhos cor fumaça. Quanto a ela, esperava com todo seu coração que fosse um triunfo que pudessem compartilhar.
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Autor(a): annytha
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jl gracias por comenta aqui bebe, adoro seus comentarios, ainda muitas aventuras hot aya nesta historias. besos Naturalmente, não podiam ir-se em seguida. Poncho sabia que Anahí não se sentiria cômoda se seus amigos ficassem a especular sobre o motivo de sua partida. De modo que esperou, com uma impaciência que ardia, e bebeu uma últ ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 416
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elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40
amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo
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biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16
preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:49
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:48
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46
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