Fanfic: Alem da Sedução (terminada)
Poncho tinha saído a visitar seu alfaiate, conforme disse, e Anahí ficou livre para bisbilhotar em seu estúdio. Jamais a tinha proibido que entrasse ali a sós, mas não era por isso que tinha esperado. Não suportava a idéia de ter uma testemunha junto a ela quando olhasse o quadro pela primeira vez. Nem Farnham, nem a senhora Choate. Certamente Poncho tampouco. Sentia uma ansiedade tão grande que tinha respondido com evasivas a todos os seus convites de ir vê-lo. Não tinha dado nenhum só olhar em semanas.
No caso de.
Poncho havia dito que nunca mentia. Nem com as palavras nem em sua pintura. Mostraria-a tal como a via.
Não estava segura de que pudesse suportar se o retrato a pintasse feia.
Com a boca seca, seu olhar vagou até encontrar as janelas. O céu estava pálido, mas espaçoso e dos lânguidos pinheiros caíam gotas da recente geada. A primavera estava para chegar, e ela não estaria ali para vê-la. Aquela verdade pareceu prenhe de melancolia e pesou no coração como um saco de pedras. Por volta de seis semanas que tinha chegado. Seis assombrosas semanas que pareciam uma só.
Anahí quis sacudir-se de cima sua tristeza. Não tinha vindo aqui a refletir nem a perder tempo. O sol brilhava através das janelas, esquentando o aroma da pintura fresca que secava, e iluminava o grande cavalete de pinheiro instalado como uma forca sob aquela luz. Naquele cavalete estava seu retrato. Sem moldura. Descoberto. Media menos que o comprido de um braço pelos quatro lados. Um retrato pequeno, na realidade, para inspirar tanto medo.
Aquela palavra a fez dar de ombros. Seu vestido varreu o chão poeirento ao passar junto à Vênus sem braços de Poncho, mais à frente um cilindro de tecidos ao meio usar e o monte de acessórios de época. Fechou os olhos e apertou os lábios. Ato seguido, deu um passo lento para olhar o quadro.
Ficou boquiaberta, e sua surpresa a deixou sem fôlego.
Os esboços não a tinham preparado para isto. O retrato era espetacular. Tão brilhante, tão vívido, a cor era quase como um murro no ventre. Anahí sentiu um impulso infantil de lambê-lo, como se fosse uma fruta amadurecida. O quadro tinha um brilho especial e resplandecia nele.
Verdadeiramente, resplandecia.
Godiva era ela. Até o nariz arrebitado e o matagal de seu horrível cabelo. Eram seus joelhos ossudos. Seus braços finos. Seus olhos maliciosos e sorridentes. À parte a omissão das sardas, Poncho não a tinha adulado o mínimo.
Apesar do qual, nenhum espelho jamais lhe havia devolvido uma imagem tão radiante.
- Meu Deus - disse, em uma pausa. Levou a mão ao pescoço, com lágrimas aparecendo nos olhos, e rompeu a rir. Durante o resto de sua vida recordaria aquele momento. Era uma mulher bela. Tal como ele a via, era bela. Aquele era um presente que jamais tinha esperado receber. Melhor que o vestido púrpura. Melhor que os sensuais olhares que lhe tinha prodigalizado estes últimos dias. Melhor inclusive que a primeira vez que tinha montado um pônei.
Sobre tudo, isso sim, era um presente que exigia outro em contrapartida.
***
Ainda era de dia quando Poncho voltou de suas compras. Tinha a intenção de procurar Annie, mas não esperava encontrá-la em seu quarto.
-Quero te agradecer - disse ela.
Estava sentada sobre os calcanhares no meio de sua cama, e vestia seu robe marrom favorito. Poncho teve uma leve suspeita da forma que assumiria sua gratidão.
Sorrindo, lançou todos os pacotes exceto o menor sobre uma cadeira. Se ela sentia a necessidade de lhe agradecer, então era que seu trabalho dos últimos dias começava a dar seu fruto. Sentiu uma tensão prazenteira, embora fingiu estar confuso.
- me agradecer?
Ela assentiu com um gesto de cabeça e com uma expressão que transmitia ao mesmo tempo insegurança e determinação.
- Pelo retrato, vi-o esta manhã. É muito belo. Ninguém mais me tem fez ver-me dessa maneira.
- Ah - disse ele e deslizou entre as duas colunas centrais de cama, como se aquela soleira fosse a entrada de seu recinto mágico. Não tinha previsto aqueles agradecimentos por sua habilidade artística. Poncho seguiu com o dedo a forma de sua coxa oculta pela seda até enganchar o cinto do robe, que ela tinha atado as pressas. Anahí o recompensou com um estremecimento. Com ânimo de provocá-la, ele puxou o nó mais não o desfez.
- E o que acontece se pensar que sou eu quem quer te agradecer?
- Já esteve me agradecendo isso. Desde que terminou.
Ele sentiu um bem-estar que se derramava sobre seu peito como um vinho morno espumoso.
- Me alegro de que tenha se dado conta. Mas estes últimos dias não foram um agradecimento. Foram um suborno.
- Um suborno?-Quando Poncho lhe beijou o pescoço, ela teve um sobressalto. Ele se aproveitou dessa vantagem e deslizou a mão dentro do robe para lhe agarrar o seio. Ela deu um breve coice um instante antes que o mamilo se endurecesse ao contato com a palma de sua mão.
- Quando faço amor contigo, é um incentivo para que te dê vontade de ficar.
- Porque ainda não acabaste comigo.
Aquelas palavras tinham uma familiaridade inquietante. Ele separou de seu pescoço e a olhou nos olhos.
- O que quer dizer?
- A primeira noite, quando você... -disse, e ruborizou levemente-, quando me possuiu contra a porta para impedir que me fosse, disse que não tinha acabado comigo.
A lembrança excitou Herrera, mas se obrigou a adotar um tom sério como o dela. Retirou a mão da candente suavidade de seu seio.
- Jamais te menti, Annie. Já havia dito que isto um dia acabaria.
- Já sei - assentiu ela, e suas pestanas douradas se fecharam até que velaram seu olhar, embora não parecesse contrariada. Alisou o tecido do robe sobre as coxas. Por um momento, apanhado por um temor irracional, Poncho se sentiu incômodo diante da calma com que ela tinha acolhido seu aviso. A maioria das mulheres que Poncho tinha conhecido tinham feito todo o possível para conservá-lo. Ela voltou a olhá-lo, segura e inescrutável-. Só me perguntava posto que diz que ainda não acabaste comigo, o que é que quer que ainda não tenha conseguido? Isso é o que eu gostaria de te dar esta noite. Como retribuição.
- Como retribuição - repetiu ele.
- Por me pintar tão bela.
- bem - disse ele. Por muito que o tentasse, não conseguia explicar-se como era possível que Annie o tivesse chegado a confundir dessa maneira. Lançou um olhar ao pacote envolto que havia trazido até a cama, o elemento chave de sua campanha para que Annie mudasse de opinião-. Suponho que isso significa que não quer seu presente.
- Um presente? Para mim? -Anahí apagou qualquer dúvida que Poncho pudesse albergar quando lhe arrancou o pacote da mão. Rasgou o papel com mãos ávidas e extraiu o objeto de seu pacote-. OH - disse, levantando-o para que a luz o atingisse. Era um frasco redondo e largo, de cristal cor azul cobalto com um ramo de flores de amendoeira em relevo-. É muito belo.
- É óleo - explicou ele, alegrando-se de que Annie gostasse.
-Óleo? -perguntou ela, enrugando o nariz com olhar de perplexidade.
- Não é para cozinhar, duquesa. É para fazer massagens.
- OH - disse ela, e logo, com uma ondulação lasciva de todo corpo-: Ooh. Para fazer massagens. Seguro que posso lhe dar um bom uso.
- Serei eu quem o use contigo - esclareceu ele, estendendo a mão para que devolvesse o frasco.
Com um olhar malicioso, ela o apertou contra o peito.
- Não, não, não. Você me deste de presente isso. Isso quer dizer que posso fazer o que quiser com ele, e o que quero é agradar você.
Poncho sentiu que a luxúria se derramava como um fio quente e espesso pelas veias. As calças, que normalmente assentavam à perfeição, voltaram-se estreitos com a espetada dura e tentadora de sua ereção. Tinha pensado em untar o corpo de Annie de óleo, percorrer com suas mãos cada centímetro dessa pele acetinada sardenta. Tinha sonhado com isso enquanto examinava atentamente as estantes do farmacêutico, imaginando como ela suspiraria, enquanto tentava dominar o inchaço oculto pela roupa.
Aquela excitação tinha sido uma mera chispada comparada com a fogueira que havia se apoderado dele agora. Tinha todo o corpo quente, a pele febril, e o pulso como um tambor entre as pernas. Teve uma sensação de alarme em meio de tanta excitação, porque não recordava ter desejado ninguém com tanta intensidade, certamente nem tanto tempo depois de ter começado uma aventura.
Como é natural, Anahí se fixou naquele transe dele. Os mamilos incharam e se apertaram contra o robe, uma resposta que deu asas ao apetite de Poncho.
Anahí ficou olhando aquele vulto prodigioso com um humor que ele teria desejado compartilhar.
- Acredito que a agrada a idéia de que ponha óleo. Claro que... -disse, inclinando a cabeça a um lado até quase deixá-la descansar sobre o ombro dela-, terá que me dar suas instruções. Assim saberei exatamente o que você gosta.
- Exatamente? -perguntou ele com voz rouca.
- Exatamente - confirmou ela, e mordeu o lábio superior. Nenhum gesto poderia ter expressado melhor seu nervosismo, nem sua determinação para superá-lo. Poncho sentiu uma pontada deliciosa que percorreu seu membro para cima, como se o tivessem pinçado na ponta.
- Direi o que desejo - disse, com um sussurro tão suave quanto rouco.
- De verdade?-balbuciou ela, tragando saliva e arrastando um pouco as palavras-: de verdade que me ensinará?
Ele franziu o cenho antes que pudesse evitá-lo. Queria que ensinasse a ela?
- Eu gostei quando fez isso aquela vez- disse, e as palavras tropeçaram umas com as outras, presas da vergonha-. Aquela noite quando eu não podia acender o fogo e você... tocou-se. Aquilo eu gostei e pensei que não se importaria de voltar a fazê-lo. Sabe, sem a roupa.
- Isso você gostou - disse ele, apertando os lábios para resistir a vontade de sorrir.
Ela assentiu com gesto convencido.
- Pareceu-me muito excitante.
Ele teve que olhar a um lado para não delatar-se.
- Não sei Annie. Teria que estar muito relaxado para fazer algo assim diante de você.
- OH, eu conseguirei que relaxe - disse ela, com um gesto que descartava toda dificuldade-. Não é mais difícil que escovar um cavalo... né, quero dizer, conforme ouvi dizer.
Ele riu com um bufo. Sentia-se como um cavalo, como um potro no cio que ficava a cheirar às fêmeas depois de ter passado dias encerrado em sua casinha. Levantou-se da cama e a olhou.
- Quer que me dispa, então?
- OH, sim - disse ela, e se virou sobre os joelhos para ter uma melhor perspectiva - Isso seria muito conveniente.
- Que aduladora é - disse ele, entrecerrando os olhos.
-Nada disso! Só uma monja se negaria a olhar.
Mas a verdade é que era aduladora. Poncho sorriu enquanto se despia. Não poderia ter tido um público mais atento nem acolhedor. Sem vacilar, ofereceu-lhe aquele gozo de seu próprio corpo, sua vontade de que o observassem. Sabia que ela compartilhava esse desejo, por muitos reparos que tivesse para reconhecê-lo. Esta noite, não lhe ocultaria nada. Annie abriu os olhos desmesuradamente quando ele se tocou através da roupa, apertando aquele vulto entre as pernas como tinha feito para ela em uma ocasião. Sabia que isso a agradava, porque Annie se retorceu de um lado a outro e levou as mãos às coxas. Observá-la olhando-o era quase muito excitante tinha que acabar com esse manuseio se não quisesse chegar ao ponto sem retorno.
Autor(a): annytha
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jl coisas ficando quente entre AyA, emoçoes a vistabesos e gracias por siempre comenta!!! Quando tirou a camisa lentamente por cima da cabeça, ela pestanejou para esclarecer a vista. Boquiaberta, viu como esfregava os mamilos até os endurecer. E teve dificuldades para tragar quando Poncho baixou as calças. - olhe-se - disse, estendendo as m&atil ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 416
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elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40
amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo
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biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16
preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46
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