Fanfic: Alem da Sedução (terminada)
Poncho tem algo que dizer, pensou Anahí. Possivelmente o diga mais brandamente, mas tem algo que dizer.
Entretanto, guardou silêncio. Suspeitava que Sebastian o soubesse. E possivelmente, como uma verdade secreta, necessitava que sua imagem de Evangeline baixasse as fumaças ao Poncho.
Temendo haver-se informado de mais do que esperava, Anahí, secou as mãos no robe de Poncho e tentou formular seu próximo comentário com cautela.
- Poncho diz que faz um tempo Evangeline esteve apaixonada por ele.
- Há! Não só uma vez - ladrou Sebastian-. Voltaria a se meter em sua cama assim que ele o pedisse.
- Você poderia impedir - sugeriu.
Sebastian sorriu, e a boca e o bigode se torceram em uma careta preguiçosa.
- Pode ser. Mas possivelmente não queira. Pode ser que eu mesmo deseje estar com Poncho.
Moveu suas sobrancelhas loiras e retas como desafiando-a a escandalizar-se. Apesar de todos seus esforços, Anahí não pôde dissimular a repentina aceleração de sua respiração. O coração lhe tinha dado um tombo, como tinha acontecido ao tropeçar com o tapete turco. Antes que pudesse dizer algo engenhoso, ele deixou o candelabro e estendeu uma mão para ela agarrando a garrafa de vinho pelo pescoço. Não era para lhe oferecer um gole. Em troca, aproximou o vidro verde e frio à fenda entre seus seios. Na escuridão, seguiram seus dedos. Quando encontrou seu olhar de surpresa, seus próprios olhos tinham um ar divertido mas simpático.
- Poderia se unir a nós -disse,- e converter nosso triângulo em um quadrado.
Ela negou com a cabeça embora a resposta não fosse tão imediata quanto tivesse desejado. Naquela oferta se ocultava uma escura atração, uma atração a qual Anahí sabia que não devia ceder.
- Não poderia fazer isso a Poncho.
- Quem diz que Poncho se importaria?
Ai, Sebastian estava decidido a escandalizá-la. Ignorando a insinuação em suas palavras, Anahí apertou a mandíbula.
- Então, não poderia fazer isso eu mesma. Não penso olhar enquanto Poncho está na cama com outra pessoa.
Com o dedo, Sebastian seguiu o rastro em torno da gola do robe, roçando apenas a base dos seios. Seus mamilos endureceram por debaixo da seda mas se negou a mostrar sua vergonha. Sebastian umedeceu os lábios e elevou o olhar para ela.
- O que aconteceria se negar-se a jogar significasse perdê-lo?
Anahí não acreditava que Poncho se rebaixasse a esse tipo de chantagem mas, ao final, não importava.
- Minha resposta seria a mesma - afirmou-. Não nasci para compartilhar.
Um respeito a contra gosto espreitava atrás de seu sorriso da brincalhão.
Sebastian não disse uma palavra, limitou-se a virar-se para o quadro e bebeu um gole.
Anahí teve a impressão de que a tinha despachado.
Era o preço que terei que pagar por comer algo a essas horas, pensou.
- Onde esteve? -inquiriu Poncho quando Anahí deixou seu robe sobre o corrimão da cama.
Por debaixo da seda, estava nua. O abajur junto à cama dava certo relevo a sua figura magra, projetando as sombras de seus seios nas costelas. A Poncho doeu na garganta ser testemunha daquela mescla de fragilidade e força. Evasiva e misteriosa, Anahí parecia uma fada à luz da lua. Despertou há meia hora e tinha descoberto que não estava e, desde então, esperava-a sem dormir. Com cada rangido do velho edifício e cada ruído das águas do canal, aumentava sua consternação.
Em duas ocasiões se levantou para procurá-la e as duas vezes se deteve na porta. Poncho Herrera não tratava às mulheres como se fossem suas posses. Eram livres para ir e vir aonde e quando quisessem.
Mas não tinha gostado de especular sobre onde estaria Annie nem as suspeitas que invocava sua ausência. Certamente, gostou ainda menos sua maneira de não responder. Apesar de suas suspeitas, Poncho esperava sem dúvida que lhe desse uma explicação inocente. Ao vê-la vacilar, entendeu que esse não seria o caso.
- E bem? -voltou a perguntar impaciente.
Ela alisou o robe de cachemira no corrimão.
- Sebastian me levou a água-furtada para me mostrar o quadro de Evangeline.
Não havia inflexão em sua voz, mas ele era um homem muito perito para não dar-se conta de que o estava pondo a prova.
Tinha conhecido mulheres que viviam para fazer ciumentos em seus amantes. Para elas, era uma prova da estima em que os homens as tinham, um estratagema que sempre tinha detestado.
Assombrado, comprovou que desta vez o estratagema estava dando resultado.
Em lugar de deixar-se trair por sua debilidade, apertou os dentes e esperou. Como tinha previsto, Annie cedeu antes dele.
- Tentou me seduzir - confessou-, mas eu declinei a oferta.
Poncho se sentiu invadido por uma ira que não tinha nada que ver com o jogo que possivelmente ela jogava, e tudo que ver com a perfídia de seu amigo. Sebastian sabia o que significava Annie para ele, talvez melhor que ele mesmo. Nesse momento, Poncho poderia haver quebrado alegremente os dentes de Sebastian e depois os teria feito engolir.
- Ele fez isso? -disse tenso; inclusive ele mesmo percebia a raiva oculta em sua voz.
- Sim. -Ela o olhou, e em cada curva de seu corpo aparecia o orgulho, como uma rainha diminuta com um rosto cômico-. Pode fazer o que quiser e eu não posso impedir isso; mas eu já decidi. Durante o tempo que estejamos juntos, só dormirei contigo.
Sua declaração o desarmou. Poncho ficou boquiaberto de assombro, mas ela ainda não tinha acabado.
- Confio que me outorgará a cortesia de uma advertência - disse, com voz seca-. Não acredito que queria continuar contigo se tentasse ter relações íntimas com outra pessoa.
- Asseguro - respondeu isso ele, sem duvidar -. Essa não é minha intenção!
- Não? -Seu aspecto real se desvaneceu como se nunca tivesse existido. O que ficava era uma moça, vulnerável e doce.
Poncho sorriu com aquela mudança, e sentiu o calor em lugares aos quais não podia chegar nenhum fogo. De repente teve a certeza, silenciosa, brilhante, como uma estrela insuspeitada. Poncho não explicava como tinha estado cego tanto tempo. Aquela tarde, no balcão, havia sentido o fulgor do que faziam juntos e se inquietou ao compreender seu significado. Agora sabia. Amava Annie Puente a amava como nunca tinha imaginado que amaria a outro ser humano.
Para sua surpresa, a revelação não era tão horrível como tinha temido.
E depois, também devia pensar cuidadosamente antes de decidir como continuar. O alívio que sentia com o rechaço de Annie às propostas de Sebastian possivelmente o tinha deixado atordoado. Afinal, o que significava amar Anahí? Acaso o mudaria? Duraria? Sabia muito bem que ela o estimava. Era possível decepcioná-la apesar de que lhe tinha aberto inesperadamente seu coração?
Até que pudesse responder a essas perguntas, seria melhor guardar os sentimentos para si.
Entretanto, não podia mantê-la a distância.
Autor(a): annytha
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- Vêem aqui - disse, estendendo os braços-. Deixe-me demonstrar que você sozinha basta para me entreter. Embora Annie se encarapitasse a cama com a agilidade de um jovenzinho, sua maneira de aconchegar-se entre os braços de Poncho era puramente feminina. Acariciou-lhe a cabeleira que lhe caía, solta, pelas costas e o prazer que sentiu ao t ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 416
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elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40
amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo
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biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16
preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46
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