Fanfics Brasil - 45 Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: 45

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- Vêem aqui - disse, estendendo os braços-. Deixe-me demonstrar que você sozinha basta para me entreter.


Embora Annie se encarapitasse a cama com a agilidade de um jovenzinho, sua maneira de aconchegar-se entre os braços de Poncho era puramente feminina. Acariciou-lhe a cabeleira que lhe caía, solta, pelas costas e o prazer que sentiu ao tocá-la foi estranhamente novo. Quando lhe cruzou as pernas com a coxa, um gesto possessivo onde os haja, ele ficou tão duro como se ela o tivesse pego na boca.


Ela vibrou ao sentir que se endurecia, mas não mudou de posição, salvo para retorcer-se e abraçá-lo pela cintura. Igual a ele, parecia contente, ao menos por agora, abraçando e sendo abraçada. Esfregou-lhe a bochecha com o ombro como um gato. Quando falou, sua voz ainda soava insegura.


- Esta noite, na água-furtada, Sebastian insinuou que você... que vocês três...


Aha pensou Poncho, quando sua pesquisa se apagou. Sebastian tinha tentado semear o joio entre eles ao revelar aquele episódio.


- Sim - disse, decidindo que a verdade era a melhor resposta.


- Sim? -perguntou ela, elevando ligeiramente a cabeça que apoiava em seu peito.


- Sim, todos tivemos relações íntimas juntos - disse, e deixou escapar o suspiro que retinha-. Olhando para trás no tempo, parece uma decisão sem sentido. Como não teria que complicar nossa relação algo assim? Alguém sempre se sente marginalizado, ou ciumento, ou simplesmente menos querido que outro. Durante um tempo, depois de que nossa relação acabou não estava seguro de que seguiríamos sendo amigos. Teríamos que ter sabido o que arriscávamos. Mas éramos jovens. Orgulhosos de nossa condição de selvagens. Orgulhosos de burlar das regras da sociedade. Acredito que nenhum de nós compreendia que a decisão de compartilhar o corpo com alguém é algo mais que um assunto puramente carnal.


Anahí estreitou seu abraço pela cintura. Ele a ouviu segurar o fôlego, mas ela guardou silêncio.


- Escandalizei-a, não é certo?


- Eu... -riu ela, com uma suave exalação-. Sim, um pouco. Quando o conheci, aquela noite que me salvou na rua, quando me tocou o rosto e pediu para fazer meu retrato, pensei: «Eis aqui um homem que não tem limites.Eis aqui um homem que tem feito coisas em sua vida. Aquilo despertou minha atração.


- E agora?


Roçou-lhe o ombro apenas com a mão.


- Ainda me atrai. Penso que é muito valente.


Ele sorriu com suas palavras e se virou para olhá-la.


- Não tem nada que ver com a valentia. Não é mais que a capacidade de estar aberto a coisas novas. Sebastian era tão meu amigo como Eve. Não estou seguro de que possa explicar o que me deram. Eu era um estranho em Londres e estava mais só do que pode imaginar, e eles me trouxeram de volta ao mundo dos humanos.


Anahí guardou silêncio um momento, com as mãos enroscadas sob os lençóis. Ele teve a sensação de que ela não desejava julgá-lo, que só fazia um esforço por entender.


- E Anna a conheceu depois, não?


- Sim - respondeu ele, recordando como Anna o tinha acolhido quando ele já não podia seguir mediando entre Sebastian e Eve e suas facas, instrumentos muito afiados. Eles lhe haviam devolvido ao mundo dos sentidos, mas Anna o tinha sanado.


- Eles foram os importantes, não é assim?


- Os importantes?


- Entre todas as pessoas com que se deitaste.


- Sim - disse ele, surpreso por sua perspicácia e pelo fato de que ele mesmo jamais o tinha definido dessa maneira-. Eles eram os importantes.


- Você será o homem importante para mim - disse ela, com um indício de desafio, mas também de satisfação. Anahí estava orgulhosa de que Poncho mudasse sua vida.


Aquelas palavras o excitaram, e sentiu o rosto, os olhos e a pele do peito presas da quentura.


- Annie - disse, com a garganta tão atada que mal podia falar. Estava dolorosamente consciente de sua juventude, da honra que lhe outorgava e da responsabilidade que lhe impunha. Jamais havia dito algo assim a ninguém, jamais tinha tido a coragem que ela demonstrava agora.


- Não se preocupe - disse ela-, contento-me com que só me estime.


Ele não podia deixar que acreditasse nisso, e não importava se ao final a decepcionava, por pouco que queria abrir seu coração.


- É mais que estima - disse ele, e a silenciou, como a si mesmo, com um beijo profundo, tentando distraí-la. Aquilo de compartilhar seus segredos se tornou muito fácil. Tinha chegado a hora de voltar para terreno mais seguro.


De outra maneira, possivelmente acabaria lhe contando mais do que ela seria capaz de perdoar.




A sala de estar particular de Lavínia Portilla estava cheia de vestidos, luvas e todo tipo de acessórios femininos. Ali guardava suas jóias e seus cosméticos e, às vezes, quando estava indisposta, passava a noite naquela saleta de paredes de cetim rosado. Só sua criada estava autorizada a entrar naquele santuário perfumado pelo aroma de jasmim, mas nem sequer ela possuía a chave do velho armário.


Era o lugar perfeito para esconder o quadro. Seu inimigo, porque assim tinha chegado a pensar nele, a voz estridente de todos seus temores. Olhando-o agora de noite, à luz de uma só vela, sentia-se tão afligida que teve que deixar o candelabro e se afundou na cadeira bem acolchoada.


Sabia que Godiva era Anahí, sabia sem sombra de dúvida. Geoffrey tinha o endereço do Herrera, certamente, pela correspondência que tinha mantido com o artista em relação a seu próprio retrato. Infelizmente, quando finalmente se decidiu ir vê-lo, o lacônico mordomo se negou a dar informação, salvo que seu amo não estava na Inglaterra. Quando não ficou outra alternativa, tinha voltado para a galeria para provar sua sorte com mister Tatling.


- Uma jovem encantadora - confessou este, quando perguntou pela modelo-. Chama-se Annie Puente. Muito calada, surpreendeu-me que falasse tão bem para uma garota de família humilde.


O dono da galeria não tinha nem idéia de quão surpreendente aquilo era realmente, nem pôs reparos a urgente necessidade de Lavínia de ter contato com seu cliente. Quando Lavínia lhe confiou que pensava lhe pedir outro trabalho, Tatling a informou que o artista junto com sua amiga, havia partido de viagem a Veneza. Tinha o endereço, se por acaso queria escrever.


Não era essa a intenção de Lavínia, mas igualmente a aceitou.


Veneza. Tão longe. Que tentador era simplesmente deixar que tudo passasse. Mas Anahí voltaria. Sem dúvida deixando esteiras de escândalo, como vapores nocivos. Lavínia poderia havê-la estrangulado se não tivesse tão preocupada com seu próprio bem-estar. E estava preocupada. Realmente, estava. Quão único desejava era que aquela sua impossível filha dedicasse um segundo a pensar nos outros.


O pior de tudo, ou bem, não o pior e sim certamente o mais terrível, era que as cartas de Gales começavam a escassear, como se a pessoa que as estivesse enviando quisesse fazê-las durar.


- Não pensou em Dulce, não é certo? -espetou Lavínia aquela semelhança impressionante com sua filha no retrato.


Mas ela não podia responder, como tampouco podia dizer como desfazer-se de Althorp.


Este tinha tido o descaramento de aparecer àquela manhã durante o café da manhã. Geoffrey ainda não tinha saído a seu clube porque se entreteve lendo o jornal. Althorp explicou sua presença àquela hora tão imprópria dizendo que tinha ido para fazer um favor a Derrick e ver se tinham aparecido alguns arquivos que sentia falta.


Quando Geoffrey informou (com ar bem mais frio, pensou Lavínia) que os havia devolvido no dia anterior, Althorp se limitou a rir.


- É tão difícil lhes seguir a pista - disse, com aquela voz suave como a manteiga que o fazia tão simpático-. Perguntava-me como é que deixavam sua filha viajar tão longe sozinha. Afinal, a gente nunca sabe o que sua família está tramando a suas costas.


- A confiança sempre é um risco - respondeu seu marido-, mas também o é a desconfiança. Um homem deve sopesar as duas.


Aquilo também arrancou uma risada.


- Não deixa de ser verdade - respondeu Althorp, rindo baixo. Virou-se para ir, sem antes dar um ligeiro aperto no ombro de Lavínia. Embora parecesse um gesto distendido, era uma ameaça clara e inconfundível, um alarde daquela sua posse tão longa. Posso desmascará-la com quem me proponha, dizia. Referia-se a todo mundo ou só a seu marido, Lavínia não sabia, como tampouco sabia se Geoffrey percebeu aquela falta de decoro.


Geoffrey não tinha demorado a despedir-se, e a tinha ficado olhando da porta, com a mesma frieza com que olhava Althorp. Dava a sensação de que esperava que Lavínia falasse que talvez confessasse. Ao menos, tinha começado a perguntar-se por sua amizade com o pai de Derrick. Cada vez lhe seria mais difícil fingir essa pose de inocência que tinha adotado.


Abafando um gemido, levou os punhos à testa palpitante.


Tinha que agir, trazer Anahí de volta, tanto para sua própria segurança como para a de sua filha.


Peter me ajudará, pensou com um repentino arranque de inspiração. Peter faria qualquer coisa por sua irmã. Daria uma versão abreviada da verdade. Que Herrera tinha seduzido Anahí e que tinham que trazê-la de volta antes que seu pai, e qualquer outra pessoa que importasse, inteirasse-se do que tinha feito. Lavínia estava segura de que seu filho podia impor-se a um artista indolente. Com sorte - uma sorte que não tinha sido muito generosa, teria que reconhecer -, Lavínia não só resgataria sua filha das mãos daquele horrível Casanova, mas também a devolveria aos braços de seu futuro noivo. Depois jogariam terra em cima do assunto, de todo o assunto, e o mundo voltaria agradavelmente a ser o que tinha sido antes.


Estimulada por sua decisão, Lavínia se levantou. Era tarde, mas Peter era um pássaro noturno. Iria vê-lo agora, antes que perdesse sua determinação.


Cravou no retrato um último e duro olhar.


- Eu a salvarei - prometeu, apertando os dentes-, queira ou não!


 


 



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Autor(a): annytha

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mileponnyforever: ah poxa, adorando seus comentarios, desculpa a demora pelo poste, tou tentando posta todos os dias.jl ahhh acho que as coisas vão fica bastante digamos enroladas nos proximos capitulos.continuem lendo e logo entenderam porque.besos e gracias pelos comentarios, adorando todos!!!   Justo antes do meio-dia, Poncho desceu com Annie a sala de janta ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

    AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:49

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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