Fanfics Brasil - Capítulo 17 Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: Capítulo 17

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jl: misterio a vista, qual sera o segredo do ajudante de cozinha??? te garanto uma coisa, vai se surpreende!!!
besos e gracias pelos comentarios!!!


 


A ópera foi um espetáculo milagroso. Executada excelentemente e montada com esbanjamento de meios, contava um romance trágico, cujas reminiscências a Anahí pareceram muito familiares. Negando-se de cheio que seus acompanhantes a vissem chorar, disse a si mesma que o que tinha visto não era o amor verdadeiro. Este, que se manifestava na vida real, rara vezes era tão dramático nem estava tão condenado ao fracasso.


Entretanto, não podia subir para ver Poncho enquanto se sentisse emocionalmente nua até os ossos.


Deu boa noite a Eve e Sebastian e cruzou a porta do canal que conduzia ao jardim e suas enormes muralhas ao fundo. Com um sentido de espera, apressou o passo. O ar aquela noite era frio, mas não muito, e as estrelas penduravam como jóias em um tecido de ébano. Embora Eve e Sebastian fossem uma companhia divertida, ela ansiava gozar a sós daquele céu. As estrelas a acalmariam pensou, e então estaria preparada para ver Poncho.


Quão última desejava era demonstrar seus sentimentos antes que ele estivesse preparado para olhá-los cara a cara.


A pesada porta do jardim resistiu seus esforços para abri-la. Só quando inclinou todo seu peso, cedeu. Temendo que possivelmente não pudesse voltar a sair, deixou uma caixa que continha um envio dos Guardi entre a porta e o marco de pilastras de mármore.


Constatou desiludida que não estava sozinha no jardim. Divisou alguém - uma figura de ombros caídos- sentada no último degrau que dava à porta. Era um homem jovem. Anahí começou a retroceder e foi então que percebeu que, quem quer que fosse, estava soluçando. Era um pranto abafado mais inconfundível, como era inconfundível o ressentimento que arrancava os soluços daquele jovem peito.


Anahí não pôde retroceder. Embora fosse alheia a causa, ela também conhecia aqueles sentimentos. Mais ainda, acreditou reconhecer o casaco do jovem, uma jaqueta de veludo cotelê puído e muito estreita na altura dos ombros.


Perguntou-se que diabos fazia ali o ajudante de cozinha de Poncho. Entretanto, as perguntas teriam que esperar até que descobrisse qual era o problema.


Desceu até o último degrau e deixou descansar o braço sobre as costas do jovem que chorava como tinham feito com ela seus irmãos mais velhos. O menino cobriu o rosto mais estava muito abatido para mover-se.


- Vamos - disse ela, sentindo que a invadia uma onda de humor e compaixão-. É Thomas, não? Não sei por que está tão triste, mas seja o que for não vale a pena alagar Veneza.


- Meu nome é Cristopher - respondeu ele, com uma brutalidade que ela não entendeu até que ele levantou o rosto e a luz que entrava pela porta aberta o iluminou.


Anahí ficou boquiaberta. Sem o cachecol, aquele rosto era idêntico ao de Poncho em uma versão mais jovem. A cor de seus olhos e o cabelo eram diferentes, mas tinha a mesma mandíbula, o mesmo nariz, inclusive o mesmo cenho irônico.


-Meu Deus - murmurou quase incapaz de acreditar o que via-. Meu Deus é sua cópia perfeita.


As lágrimas voltaram a alagar o rosto de Cristopher.


- Não me reconheceu. Olhou-me no rosto e não me reconheceu.


- Quem não o reconheceu? -perguntou ela, embora, no fundo, sabia a resposta.


- Meu pai. O menino mimado do mundo da arte. Não pôde reconhecer a seu próprio filho.


- Sabe que tem um filho?


Cristopher riu e limpou o nariz na manga.


- É claro que sabe. Desde que comecei a ir ao colégio me esteve mandando uma nota de dez libras cada trimestre. Assim é corno pude escapar, e pagar uma passagem no mesmo navio que vocês.


Cristopher contou sua história aos pedaços, mas Anahí conseguiu entendê-la. Embora não fosse filho legítimo, a mãe de Poncho o tinha criado, uma mulher que, segundo Cristopher, tinha algo de tirana. Poncho não tinha voltado para casa desde que Cristopher tinha quatro anos e, como era natural, o menino sempre tinha pensado que conheceria seu pai. Para burlar a aversão que tinha Poncho de visitá-lo, fez se passar por um criado.


- Só queria entendê-lo - confessou-. Por que se foi. Quem era. Minha avó jamais dizia nada mau dele, mas eu via que ele a tinha decepcionado. E tinha que julgar com meus próprios olhos. Quando vi quão bom era com outras pessoas, e que elas tampouco eram perfeitas, pensei que possivelmente se me conhecesse, daria-se conta de que não era tão mau me ter a seu lado.


Sentindo que seus próprios olhos queimavam, Anahí acariciou a face umedecida pelas lágrimas.


- Não - disse-. Não estaria nada mal. É um jovem inteligente e cheio de recursos, e muito valente. Se fosse meu filho, acredito que estaria muito orgulhosa.


O menino não podia ser muito mais jovem que ela, mas quando lançou os braços à cintura, Anahí se sentiu como uma mãe. Intuiu que Cristopher jamais tinha escutado esse tipo de adulações, que possivelmente não percebeu de quanto os necessitava. Qualquer idéia de reprová-lo ter fugido de casa se desvaneceu em seguida. Afinal, com seus vinte anos, ela não estava em condições de lançar a primeira pedra.


Deu-lhe umas palmadas nas costas e obteve que se sossegasse, até que finalmente respirou com normalidade. Depois, com uma dignidade muito parecida com a de seu pai, Cristopher se afastou e secou as lágrimas.


- Deu-me a entender que nunca amou minha mãe - disse, pronunciando cada palavra para demonstrar que podia enfrentar à verdade-. Durante todos estes anos, pensava que por isso não se casou, porque a amava muito para entregar seu coração a outra pessoa. Acreditava que não suportava a idéia de me ver porque recordava à pessoa que tinha perdido. Mas nunca a amou. Nunca amou ninguém. Eu me iludia com um conto, mas ele nunca voltou porque nunca se importou.


- Isso você não sabe - disse Anahí, com a voz enrouquecida pelo assombro-. Pode ser que existissem outras razões.


- Que razões? -perguntou ele-. Diga-me você que outras razões poderia haver.


Falava como se, apesar de sua desilusão, queria que ela as enumerasse. Anahí desejava que aquilo estivesse em seu poder.


- Não sei - disse, voltando a abraçá-lo-. Possivelmente tenha razões que nenhum dos dois entenderia.


Queria acreditar em suas próprias palavras mais temia que ela também estivesse se enganando com um conto.


Encontrou Poncho no salão da suíte. Estava junto à janela, olhando para a noite enquanto fazia girar uma taça de conhaque na palma da mão. Tinha aberto o colete vermelho e dourado, que fazia conjunto com as paredes estofadas de seda, e por debaixo aparecia sua camisa branca. Tinha as calças enrugadas e o cabelo revolto. Sua barba sem barbear obscurecia a fina depressão de suas faces. Era a clara imagem da imagem boêmia, com a exceção da ruga que rematava a testa e que denotava uma funda preocupação.


Por uma vez, lhe foi indiferente a causa daquele cenho.


Sou tão má como Evangeline, pensou. Embora aquilo não fosse muito lógico, queria que o homem que ela amava fosse um herói. Ele se voltou para ruído de seus saltos contra o brilhante chão de lajota.


- Annie -disse, com um sorriso vacilante nada habitual nele- esperava que voltasse logo.


Ela não podia responder como uma pessoa normal, e não podia identificar-se com sua confusão nem ser amável.


- Seu filho está aqui - disse tão cansada que nem sequer era uma acusação.


Poncho empalideceu a olhos vistos. Se em algum momento tinha duvidado do relato de Cristopher, agora já não podia.


- Meu filho?


- Sim - disse ela-, que contrataste para esfregar as panelas.


- que... -A taça de conhaque escorregou da mão que a sustentava. Ele tentou agarrá-la, mas a taça caiu no tapete persa e se quebrou-. Meu Deus. -Abriu os olhos desmesuradamente, com um horror crescente-. Por isso agiu assim. Falei com ele. Esta noite. Na biblioteca. Não tinha nem idéia.


 



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Autor(a): annytha

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galera volto a pedir desculpas pela demora, estou sem pc, mas ja esta quase pronto, por enquanto vou tenta posta por aqui pra não deixar-los sem mais poste, mas acredito que ainda essa semana esteja tudo resolvido. besos e agradeço pela paciencia! hj dois capitulos pelo tempo sem posta. - Devo dizer, Poncho, que realmente não o entendo. Embora n&atil ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

    AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:49

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:47

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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