Fanfic: Alem da Sedução (terminada)
galera volto a pedir desculpas pela demora, estou sem pc, mas ja esta quase pronto, por enquanto vou tenta posta por aqui pra não deixar-los sem mais poste, mas acredito que ainda essa semana esteja tudo resolvido.
besos e agradeço pela paciencia! hj dois capitulos pelo tempo sem posta.
- Devo dizer, Poncho, que realmente não o entendo. Embora não o tivesse visto desde que tinha quatro anos, quão único teria que fazer é se olhar no espelho para se dar conta de que é seu filho.
- Não é o que pensa.
- Quase não tenho nem o que pensar. Os fatos falam bastante bem por si só.
- Você não conhece os fatos. -Poncho se separou da janela e lhe agarrou as mãos-. Cristopher não conhece os fatos. Não é que tenham nada de exemplares - acrescentou. Possivelmente sentiu a rigidez de Annie, porque lhe soltou as mãos e começou a puxar o cabelo-. Contarei tudo, se quiser escutar.
Ela o olhou o mais fixamente possível. Queria escutá-lo, era verdade, e, entretanto algo lhe dizia que importava um cominho. Aquele homem tinha abandonado ao seu filho. Quanto tempo passaria antes que a abandonasse?
- Não estou segura de que devesse me contar isso - disse ela-. É verdade que desfrutamos de nossa mútua companhia, mas pode dizer sinceramente o que tenho que saber?
Ele emitiu um ruído abafado de protesto, e em seguida agarrou suas faces nas mãos como se quisesse imprimir sua sinceridade através da pele.
- Sim - disse-, de todas as pessoas, você tem que sabê-lo.
Embora não fosse muito prudente, ela se sentiu adulada. De todas as pessoas. Como se ela fosse diferente do resto. Mas aquele poderia ser o segredo fatal do encanto de Poncho, que fazia a cada mulher sentir-se como se fosse uma exceção. Com cautela, separou-se dele e se sentou a borda de um confidente de cor escarlate. Poncho não se sentou junto a ela. Respirou fundo e inchou o peito. Fechou os olhos, e quando voltou a abri-los, falou.
- Não sou quem pensa que sou. Não sou o que ninguém pensa.
- Não é Poncho Herrera.
- Sou Alfonso Herbert Aldwin Herrera, o sétimo marquês de Northwick.
Aquilo não era nem remotamente o que ela esperava, mas assim que ouviu essas palavras, deu-se conta de que tinham um profundo sentido. Sempre tinha surpreendido sua desenvoltura frente a homens que, pensava ela, estavam acima dele. Poncho era um marquês, um marquis, só um título por abaixo de um duque. Meu Deus, se seus pais se inteirassem, não demorariam nenhuma hora em pronunciar as sanções de rigor. Mas aquilo não importava, não podia importar. Marquês ou não, Poncho não era melhor partido que antes. Com uma incipiente dor de cabeça, Anahí apertou as têmporas e tentou pensar.
- O que tem que ver ser um marquês com não reconhecer seu próprio filho? - perguntou.
- Tenho que lhe contar tudo - respondeu ele-, ou nunca entenderá.
- Certamente. -Anahí o convidou a continuar com um gesto seco-. Conte-me tudo.
Aquele sarcasmo o fez levantar a cabeça. Vacilou, e depois decidiu seguir.
- Meu pai era um homem débil - começou-, embora não o parecesse. Exteriormente, era um homem atraente e de constituição atlética. A maioria das pessoas viam nele um homem saudável, um homem íntegro. Duvido que soubessem que era um mentiroso, nem que suspeitassem quão desalmado podia ser. Possivelmente sua arrogância fosse apropriada a sua condição. Mas o droit du seigneur de meu pai corria profundo por suas veias. Pensava que tinha direito a possuir qualquer coisa que quisesse, sem importar a quem prejudicasse para consegui-lo. Não havia ultraje do qual não fosse capaz, nem armadilha, nem roubo, nem violação, sempre e quando pensasse que se sairia bem.
A mão de Poncho se fechou em um punho à altura do peito, e com a outra a envolveu, como se queria golpear alguém. Fascinada apesar de si mesma, Anahí esperou que se acalmasse.
- Temia a minha mãe - continuou, com um olhar rápido e irônico-. De todas as pessoas que pertenciam a seu entorno, só ela sabia quem era meu pai, e o tinha sabido desde que se propôs manipulá-lo para que ele a tomasse por mulher. Minha mãe, que é uma mulher prática, não era mais que a filha de um fazendeiro. Casou-se com ele por sua fortuna, e depois a administrou melhor que qualquer um dos Herrera no passado. Em geral, deixava meu pai na dele. Isso sim, às vezes o descobria em alguma maldade que não podia tolerar normalmente algum dano perpetrado contra alguém muito fraco para opor-se. Na opinião de minha mãe, meu pai podia fazer o que quisesse com seus pares. Entretanto, os criados, os inquilinos ou os jovens eram seus protegidos. Se ele tentava aproveitar-se deles, nem no inferno se desatava uma ira como a da marquesa de Northwick.
Poncho riu com suas próprias palavras, mas não era porque a lembrança o alegrasse. Deixou escapar um fundo suspiro e se sentou junto a ela no confidente.
- Eu tinha uma amiga entre os criados, uma garota da lavanderia que se chamava Bess. Era como muitos criados que trabalham fora da casa, quer dizer, uma garota calma e independente. Era um pouco mais jovem que você. Acredito que tinha dezoito anos, e eu, quinze. Era alto para minha idade. Já me acreditava um homem, embora normalmente só fosse porque estava excitado.
Sorrindo ligeiramente, passou o dedo pelo nariz de Annie.
- Entre os dois começou a nascer certa atração, como acontece aos jovens. Brincávamos de nos beijar. Escondíamo-nos atrás do estábulo. Suponho que era como comer da fruta proibida ao querer agir como se fôssemos iguais, quando o mundo dizia que éramos quaisquer coisas menos iguais. Bess foi primeira a me mostrar o que às mulheres gostam. Na realidade, antes de Bess, nem sequer sabia o que eu mesmo gostava.
»Mas nunca fomos além das brincadeiras. Bess queria conservar sua virgindade para seu marido. Estava acostumada a me provocar, dizendo que nunca seria mais que um brinquedo para ela. Pensava casar-se com um leiteiro e dedicar-se à criação de gado.
Voltou a suspirar desta vez mais profundo e longo, e deixou descansar os antebraços sobre os joelhos.
- Não sei se meu pai descobriu o que tramávamos, mas, além disso, cismou com Bess. Era uma garota bonita, de cabelo claro, bem desenvolvida e tinha uma risada que podia colocar um homem rígido rapidamente. Um dia meu pai a encontrou a sós, e a violou. Nem sequer tentou seduzi-la, só agarrou o que queria e a deixou.
»A pesar da desenvoltura com que se desembrulhava Bess, ele sabia que não se atreveria a falar. Não era mais que uma garota da lavanderia.
»Ele era um nobre. Com uma palavra, podia arruinar para sempre suas possibilidades de encontrar trabalho.
Poncho se deteve como se fosse incapaz de continuar. Tremia-lhe a mandíbula e tinha as mãos apertadas entre os joelhos. Anahí tocou sua mão e a cobriu com sua própria mão.
- Ela não lhe contou o que tinha feito seu pai?
Ele estremeceu e negou com um gesto da cabeça.
- Não. Acredito que teve vergonha. E possivelmente não queria que eu o enfrentasse. Certamente suspeitava que chegaríamos a nos exceder. Com o gênio que eu tinha então, seguro que isso teria acontecido. Possivelmente temeu por mim, ou não queria que seu amigo enfrentasse a seu pai, sem importar o que tinham feito a ela.
- Parece uma pessoa muito especial.
- Era. Especial, forte e valente. Duvido que ninguém teria sabido se ela não tivesse se mostrado.
- Seu pai a deixou grávida.
- Sim - disse Poncho, e apertou as mãos entrelaçadas-. Como é natural, minha mãe suspeitou dele. Conhecia seus costumes. Mas ele estava preparado para suas acusações. Urdiu uma trama que inclusive chegou a confundir com a verdade. Disse que o bebe era meu. As pessoas sabiam que Bess e eu éramos muito amigos. Uma propriedade como Northwick era como uma aldeia. As fofocas voavam do estábulo ao salão. Minha mãe se inteirava do que acontecia, de modo que ele sabia que teria ouvido falar do assunto.
- Sua mãe teria acreditado se você tivesse negado?
- Sim - disse Poncho-. Mas não neguei. -Olhou-a fixo nos olhos assombrados com a resignação de um homem que sabe que o pior da confissão ainda está por vir. Anahí, que se esticava por momentos, retirou a mão de seu braço e Poncho esfregou o lugar onde lhe havia sustentado a mão.
- Meu pai e eu fizemos um trato diabólico. Ele sabia quanto ansiava viajar a Europa para estudar arte. Estava obcecado com isso, como um cavalheiro com o santo Graal. Minha mãe detestava a idéia. Casou-se com meu pai para que seus filhos crescessem e se convertessem em nobres. Um pintor tinha relações com o comércio. Para ela, era como se tivesse decidido ser açougueiro.
»Meu pai jurou que a faria mudar de opinião, mas só se eu confirmasse sua mentira.
»Eu sabia que não deveria haver me prestado a isso. Inclusive quando ele me jurou que cuidaria de Bess e do bebê. Que lhe daria dinheiro. Que contrataria uma parteira. Que lhe encontraria um bom lugar onde viver.
- Você acreditava que ele lhe mentia?
- Não me importava se mentia - respondeu Poncho, com uma risada rica-. Sabia que minha mãe faria tudo o que ele prometia e mais, sem importar a quem atribuísse a paternidade. Bess era minha amiga. Eu deveria ter estado presente quando deu a luz, e ter ficado para me assegurar de que estava bem. Poderia ter esperado até que nascesse o bebê. Mas eu era como ele. Queria o que queria e não pensava esperar.
»Ela me disse que entendia. Disse-me que partisse que fosse feliz com sua bênção. Nunca nos amamos. Era simplesmente amizade, e um pouco de diversão. Disse-me que me convertesse no artista que devia ser. Depois, morreu ao dar a luz ao filho de meu pai.
Cobriu o rosto e deixou cair às mãos como se não merecesse ocultar-se. Tinha os olhos vermelhos mais secos.
- Quando voltei para casa, Bess tinha morrido e minha mãe se ocupou do bebê. Ninguém tinha se incomodado em me escrever. Fiquei um mês em Northwick, até que não pude suportar a vergonha. Naquela ocasião, viajei a Paris e a Roma, a qualquer lugar que me parecesse distante. Mais tarde, meu pai morreu naquele acidente de caça e minha mãe me chamou de volta a Northwick para seu funeral. Cristopher tinha quatro anos e não tinha a menor idéia de quem era eu. A primeira vez que me viu começou a chorar. Minha mãe me pressionou para que eu tomasse as rédeas da casa, mas eu não queria me converter no marquês de Northwick, não podia herdar o título que meu pai tinha convertido no selo da falta de vergonha - Poncho fincou com força a mão na coxa-. Também era vergonha. Sabia que jamais viveria para cumprir com suas expectativas. Já o tinha demonstrado.
- De modo que foi a Londres.
- Sim, viajei a Londres. -disse ele, sacudindo-se, e comecei a carreira pela qual tinha deixado minha amiga morrer.
- E alguma vez contou a verdade a sua mãe, nem sequer depois de que seu pai morreu?
Ele respondeu com um bufo.
- Que sentido teria? Para que Cristopher tivesse por pai um miserável morto, em lugar de um vivo?
A simples amargura daquela frase desarmou as defesas de Anahí. Poncho tinha agido mal, não podia negá-lo nem o negaria. Certamente, quinze anos era muito jovem para esperar que um menino assumisse as responsabilidades de um homem, mas Poncho tampouco havia tornado mais tarde, depois de ter encontrado seu lugar no mundo. Nenhum filho merecia ser abandonado por seus pais, mesmo que aquela paternidade fosse uma mentira. Entretanto, qualquer que fosse seu engano, Poncho não tinha matado à mãe de Cristopher. Além disso, Anahí sabia que estava longe de ser um desalmado com filho de seu pai. Talvez pensasse que sim o era, ou possivelmente tinha agido como se o fosse, mas nenhum homem sofria a culpa que rasgava Poncho a menos que se arrependesse profundamente do que tinha feito.
Tem medo, pensou. Medo de que não possa ser pai. Medo de falhar a Cristopher como tinha falhado a Bess.
Nada disso justificava sua conduta, mas possivelmente significava, só possivelmente, que se podiam reparar os danos.
Certamente, Anahí tinha mais de uma razão para querer acreditar nisso. Se Poncho descobria que podia amar Cristopher, que podia cumprir com uma responsabilidade e que não tinha que escapar dela, possivelmente descobriria que não era mais difícil ter a seu lado uma mulher que a um filho.
- Odeia-me - disse, e quase soava como se desejasse que assim fosse-. Pensa que sou desprezível.
Ela o olhou, suas emoções curiosamente quietas, ou possivelmente não e sim simplesmente esperando, como uma tormenta que não se decide de que lado soprar.
- Não acredito que seja desprezível. Acredito que é um covarde.
Ele estremeceu como se Anahí o tivesse golpeado, os olhos alagados em lágrimas que tentou combater piscando. Anahí se sentiu em parte intimidada pelo poder que tinha para feri-lo. E em parte também se compadeceu. Sem poder evitar, agarrou-lhe a face e acariciou sua barba incipiente, desejando acalmar ao menos uma parte de sua dor.
- Não tem por que continuar sendo um covarde - murmurou, e sua visão se esfumou em estrelas aquosas-. Poderia mudar se quisesse. E possivelmente não teria que mudar tanto como acredita. Sei que ama as pessoas. Não há mais que ver como trata Farnham e à senhora Choate. Olhe como ama Evangeline e Sebastian. Perdoa os seus defeitos, Poncho, defeitos que não são precisamente leves. É um homem fiel. É generoso. Ninguém mais teria contratado um menino como Cristopher. A ele e seu estranho cachecol. Teriam dado uns ponta - pés.
- Farnham o contratou - disse ele, e secou as faces de Anahí. As mãos lhe tremiam como se essas lágrimas fossem as suas.
- Você deixou que Farnham o contratasse - corrigiu ela-, e ele certamente sabia que deixaria.
Sem prévio aviso, Poncho a estreitou em um abraço tão forte que Anahí mal pôde respirar.
- Meu Deus - disse-. Te amo tanto que chega a doer.
Ela se agarrou a ele, deixou que a enchesse de beijos desesperados por todo o rosto. Não demoraram muito em fazer-se mais intensos, até que encontrou sua boca e se afundou nela e deixou que suas mãos deslizassem possessivamente por suas costas.
-Perdoe-me - disse Poncho, uma súplica tão rouca que pareciam as palavras de um sedutor-. Perdoe-me, Annie. Por favor.
Ela gemeu quando ele a levou ao quarto, quando a acolheu contra sua dureza e suspirou seu nome. Deixou-a na cama como se fosse um prezado tesouro. Suas mãos eram cálidas, a reverenciando, como se percebessem quão frágil era o vínculo entre eles.
Anahí deixou seus pensamentos divagar com uma sensação prazenteira, mas nesse momento tinha uma certeza. O perdão que Poncho tinha que ganhar não era o seu.
Autor(a): annytha
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mais um capitulo extra Com uma perna dobrada por debaixo da outra, Anahí estava sentada na beira da cama olhando como Poncho se vestia. Um após o outro, passou os botões pelas casas de sua camisa, aparentemente sem dar-se conta de sua atenção nem do bem-estar que ela sentia ao vê-lo levar a cabo essa simples tarefa. Aquilo tamb&eac ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 416
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elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40
amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo
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biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16
preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46
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