Fanfic: Alem da Sedução (terminada)

ciita gracias pelo comentarios bebe, te garanto que vai adora essa web, e Annie é muito mais que teimosa ela é... bom isso vc vai ver com o decorrer, capitulo dedicado mais uma vez a vc!!!

Sua declaração o tinha deixado estupefato.

- E o que tem que os filhos? Não quer ter sua
própria família?

- Não estou tão segura. Possivelmente com o homem
adequado. Mas enquanto não o encontre - aventurou com um sorriso mimoso-,
sempre posso pedir emprestados a James e Evelyn seus filhos. Suas mulheres
parem um broto por ano.

- Annie - disse ele, e sacudiu a cabeça,
contrariado.

Apesar de sua preocupação, ela intuiu que a
vontade de seu pai se debilitava. Balbuciando uma oração interior, segurou-lhe
as mãos grandes e largas, essas mãos que tinham brincado com ela lançando-a ao
ar, mãos que sempre a tinham apanhado, mãos que tinham dado alguma palmadas
quando não se comportava bem e que tinham revolto seu matagal de cabelo quando
o fazia rir. Seu pai a tinha mimado e, por isso, ela o adorava.

Mas sua mãe estava decidida a não deixar seu
marido consenti-la nessa ocasião.

- Carinho - disse a Annie, repousando a mão sobre
as costas de seu marido. O duque se sacudiu como se aquele contato o tivesse
despertado de um sonho-. Deve saber que esta decisão não afeta só a você. Pense
no escândalo para a família, para seus irmãos e suas mulheres se sua irmã mais
nova ficasse para titia. De verdade, querida, se nós pensássemos que encontrará
o modelo de virtudes que descreve, poderíamos permitir, mas chegou o momento em
que todos enfrentemos à realidade. Se não se casar com o Derrick, não se casará
com ninguém.

Annie sabia que todos pensavam o mesmo, mas
ninguém o havia dito na cara. Agora lhe custava acreditar que doesse tanto.

- Lamento, pelo inconveniente que possa causar a
meus irmãos - disse com um tremor na voz que não pôde superar-. Mas não tenho
medo de ficar sozinha. Prefiro ser uma solteirona que uma escrava.

- Uma escrava - repetiu seu pai, e retirou as
mãos das suas suplicantes-. É isso o que acha que tenho feito de sua mãe? Chama
de escravas às mulheres de seus irmãos?

- Claro que não, papai - objetou ela,
ruborizando-se com a verdade daquela acusação-. Só queria dizer...

- Seu pai e eu falamos disto - interveio sua mãe,
sem perder contato com as costas de seu marido-. Para seu próprio bem, estamos
decididos a salvá-la de si mesma.

- Mas...

- Para seu próprio bem - insistiu sua mãe, com a
mandíbula firme como o aço-. Daremos uma semana, Anahí, para que reconsidere
sua posição. Ao fim dessa semana, se não tiver recuperado a razão, venderemos
todos os seus cavalos.

- Não - protestou Annie, que recebeu aquela
ameaça como uma patada no ventre. Seus cavalos, não. Não podiam fazer isso com
Flick e Sergei e sua nova égua árabe. Tentou captar o olhar de seu pai, mas ele
resistiu.

- E isso não é o único - acrescentou sua mãe, em
voz tão baixa que Annie soube que Ginny não podia ouvi-la-. Quando nos tivermos
ocupado de seus cavalos, vamos introduzir algumas mudanças no pessoal.
Contrataremos uma verdadeira camareira, alguém que seja capaz de te impor
certas regras.

- Não - repetiu ela, esta vez com um sussurro de
voz. A idéia de que contratassem a uma guardiã não incomodava tanto como o fato
de perder Ginny-. Não pode fazer isso, papai. Não posso acreditar.

- Sabe o que tem que fazer se quiser impedir que
aconteça - sentenciou seu pai, e pigarreou.

Sem atrever-se a olhá-la aos olhos, dirigiu-se à
porta e se deteve.

- Uma semana - disse, e fechou a porta ao sair.

O fogo crepitou no silêncio quando seus passos se
perderam pelo corredor. Annie sentia o rosto quente e o pulso agitado,
desbocado, no pescoço. Em seus olhos apareceram umas lágrimas mas fez um
esforço para contê-las. Não pensava chorar. Por nada do mundo.

Mas esteve a ponto de chorar quando sua mãe roçou
sua face com uma carícia. Annie tinha os sentidos possivelmente mais alterados
do que pensava, porque lhe pareceu que a sua mãe tremiam os dedos. Esta lhe
falou com tom apaziguador.

- É para seu próprio bem, querida. De verdade, é.

Annie apertou os lábios. Não se atrevia a falar
por temor de dizer o imperdoável. Como se Ginny sentisse seu desgosto, voltou a
escová-la com gesto suave.

- Possivelmente deveria se retirar, Lavínia -
disse a criada com a familiaridade e a ternura de alguém que conhece bem à
família-. E dar a todos tempo para serenar-se.

A Lavínia surpreendeu o tom de sua voz, mas não
se opôs.

- Sim - assentiu, com o olhar extraviado-,
possivelmente deveria me retirar.

A Annie não escaparam as lágrimas até que sua mãe
saiu do quarto. Inclusive então, esforçou-se em conter seus soluços de raiva.
Nunca tinha gostado de chorar, nem sequer quando era menina.

- Não se preocupe - disse Gim, e seguiu
escovando-a com a mesma naturalidade com que um cavalariço esfregaria um cavalo
para acalmá-lo-. Às vezes, as criaturas têm que seguir o ditado de seu coração.
Às vezes, sua natureza não lhes deixa alternativa.

Suas palavras provocaram em Annie um pranto ainda
mais desconsolado. Sua própria mãe não a compreendia tão bem como sua velha
criada. Não podia acreditar que seu pai fosse capaz de desfazer-se de Ginny.
Simplesmente não podia acreditar. Nem que vivesse cem anos.

Aquilo não lhe deixava mais que uma conclusão.

Sua mãe era o gênio malvado que inspirava a
atitude de seu pai.