Fanfics Brasil - 50 Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: 50

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- Sim, por quê? -perguntou a sua vez o homem que tinha se lançado em cima. Poncho o identificou como Evelyn. Agora via a semelhança de família, agora que tinham deixado de golpeá-lo, nos cachos vermelhos e loiros e na pele salpicada de sardas.


Ainda dolorido pelo joelhada que Poncho havia dado entre suas pernas, Evelyn grunhiu enquanto se levantava.


- por que não conta isso a todos, Anahí? Estou seguro de que James gostaria de saber por que teve que deixar sua mulher grávida para vir resgatá-la de um homem que, como nós, ignora o que acontece, um homem que, segundo nossa mãe, seduziu-a, devo adicionar. Como se houvesse alguém que possa a obrigar a dar um passo contra sua vontade.


Anahí apertou os lábios, mas não pôde ocultar seu tremor.


- Mamãe e papai queriam me obrigar a me casar com Derrick. Eu os adverti que não nos entenderíamos, mas ninguém acreditou. Mamãe despediu Ginny, expulsou-a de casa, Evelyn. Uma mulher anciã, praticamente um membro de nossa família, expulsa quem sabe aonde, só porque eu não seguia o jogo da mamãe. Lamento tê-los preocupado, lamento de verdade, mas como podem ver, não tinha outra alternativa.


- Outra alternativa? -exclamou seu irmão-. Outra alternativa que isto?


Poncho apenas o ouvia. Sob seus pés, sentia que o chão tremia, e sabia que a causa não era o murro de Evelyn. Durante todo esse tempo ele tinha pensado que ela era a mais honesta dos dois, a boa, aquela cujo exemplo ele devia seguir. Tinha querido ser alguém melhor para ela. Diabos, pela primeira vez em sua vida, tinha entregue seu pobre coração a uma mulher. Mas Anahí tinha mentido. Tinha posado para ele, tinha dormido com ele, só para escapar de um pretendente que não apreciava. Suspeitava que seus planos tivessem tido êxito além de suas expectativas. Agora era como um bem quebrado, afinal, um bem publicamente quebrado. Nem sequer os caçadores de fortunas a perseguiriam a partir de agora.


- E bem - disse, aturdido e suarento, mas decidido a reclamar seu orgulho-, que revelação. Devo reconhecer que me enganaste.


Poncho teve que subtrair à súplica em seu olhar.


- Sinto muito - disse ela, com a mão aberta para ele-. Cometi um engano ao te envolver.


- Nada disso - disse Poncho, desentendendo-se de sua desculpa com um dar de ombros-. Com o perdão de seus irmãos, nós dois nos divertimos muito.


Ela franziu o cenho em uma fina ruga.


- Poncho, sabe que foi algo mais que diversão. Você me importa. Importou-me desde o começo.


Ele quis gritar, ferido gravemente pela raiva. Isso de que lhe importava era condenadamente gentil de sua parte.


- Tanto melhor - disse finalmente, com a mandíbula rígida como o aço temperado-. Não tem sentido fazer com um homem que não importa, a menos, certamente, que aquilo a salve de um matrimônio não desejado.


- Em relação a isso - acrescentou Evelyn com gesto carrancudo- veremos o que acontece quando voltar para casa.


Poncho sacudiu a cabeça com falsa compaixão.


- É uma lástima, Anahí. Aparentemente, seus irmãos se propuseram salvá-la. Mas isso não é meu assunto. Se quiser, posso recolher suas coisas. Ocupar-me de que sua volta seja agradável.


- Poncho. -Foi como se a voz de Anahí vibrasse no interior de seu peito, rouca, como a corda mais grave de um violoncelo-. Não faça isto, Poncho. Não converta o que compartilhamos em algo sujo.


- Você o converteu em algo sujo - alegou ele - do momento em que me usou para conseguir o que queria.


Subiu pela escada e agarrou o pomo da porta. A mão escorregou, ensangüentada e suarenta, mas ele empurrou com o ombro e a porta cedeu. Quando ela o chamou, ele fingiu não ouvi-la.


Assim como fingiu não ouvi-la quando se pôs a chorar.


Poncho ordenou à governanta que entregasse a Anahí sua bagagem. Apesar de todos os esforços desta por convencer seus irmãos de que ao menos a deixassem enviar uma mensagem a Poncho, nenhum dos três estava disposto a ceder.


- Se voltar a ver esse bode - advertiu Evelyn-, esmagarei o nariz e o afundarei em sua bonita cabeça.


Com seus argumentos de que Poncho não tinha feito nada mau, e que ir a ele tinha sido idéia dela, Anahí não os abrandou o mínimo.


-juro-lhe - James, cuja roupa seguia molhada-, se mamãe não nos tivesse prometido não contar nada a papai, estaria ansioso por dar uma boa sacudida a esse Casanova brega.


Fazendo um esforço, Anahí se absteve de assinalar que o «Casanova brega» tinha dado uma lição aos três.


- Não foi sua culpa - insistiu por enésima vez quando se viu praticamente obrigada à força a abordar o trem no Mestre.


Durante todo aquele episódio, Peter, seu aliado de antigamente, tinha guardado silêncio. Agora falou.


- Sim- conveio -, isto não foi culpa do senhor Herrera.


Ela sabia que Peter insinuava que a culpa era dela. Os olhos encheram de lágrimas que lhe queimavam. A censura de Peter, por leve que fosse, tinha ferido mais que todas as outras juntas.


Anahí se deixou levar a um compartimento particular sem opor resistência, e tragou com dificuldade quando seu irmão a instalou no assento junto à janela. Agarrou-lhe a mão para que ele a acompanhasse.


- Já sei que causei a todos muitos problemas.


- Acha isso? -perguntou Peter, com uma expressão de sobriedade não habitual nele, como se a fuga de sua irmã o tivesse feito maturar-. O que tem feito poderia nos afetar a todos. Se souberem algo disto, e pode ser que saibam, por muito que mamãe tente sossegar os rumores, Evelyn e James e suas mulheres e, por isso sei, seus filhos também, respirarão o pó deste escândalo durante anos. Pode ser que não se preocupe sua própria honra, Anahí, mas deveria demonstrar alguma consideração pela de sua família.


Anahí não pôde reter as lágrimas, e teve que voltar-se para a janela. Durante um momento não pôde pensar e somente ver como as feitorias passavam atrás da nebulosa de fumaça que deixava o trem. Sujo, pensou. Transformei tudo em cinzas. As palavras de despedida de Poncho lhe retumbavam na cabeça. «Divertimo-nos muito». Assim havia descrito o que tinham compartilhado, como se não fosse mais que uma brincadeira. Ela estava quase segura de que ele queria salvar seu orgulho. Mas embora sentisse algo por ela, que esperança podia albergar ela para o futuro? Não era uma esperança com a qual viver, amando-o como o amava. Se não se conformaria sendo sua amante, por um mês, ou por um ano, ou pelo tempo que durasse, não havia alternativa. Tinha que abandoná-lo.


Só esperava que não o tivesse ferido enquanto aquilo tinha durado.


Peter tinha razão. Possivelmente ela tinha uma causa para rebelar-se mais como sempre, tinha agido sem pensar nas conseqüências. Tinha tratado às pessoas que amava como obstáculos que saltar ou ignorar. O pior de tudo era que assim que tinha conseguido o necessário para alcançar seu objetivo, tinha fugido como uma covarde aquela que tinha condenado Poncho, agravando seus pecados sem outro propósito que alguns dias de prazer.


Quadrou os ombros e secou as faces com as luvas. O fato, feito está, pensou. Agora as lágrimas não serviriam de nada. Pode ser que tivesse agido como uma menina, mas teria que enfrentar seu castigo como uma mulher. Quaisquer que fossem as decisões que tomasse a partir desse momento, carregaria sozinha com o peso.




 



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Autor(a): annytha

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Poncho se deteve em meio da escada. Cristopher o esperava no patamar diante das janelas emolduradas em chumbo. Não era mais que uma sombra no crepúsculo, uma sombra estranha, o braço estendido para trás em direção a um canto, como se o tivessem surpreendido no ato de retroceder na escuridão. Isto é o que lhe tenho feito? Perguntou-se Poncho. Tenho feito isto a este menino ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

    AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:49

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:47

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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