Fanfics Brasil - Capítulo 20 Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: Capítulo 20

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Ninguém veio vê-la, nem sequer as mulheres de seus irmãos. Anahí tinha sido popular a sua maneira, excêntrica, sim, mas uma companhia que a maioria das pessoas desfrutavam. Agora tinha se transformado em uma mácula social. Apesar dos esforços de seu pai para sossegar o duque de Uckermann, os rumores correram como rastilho de pólvora nos estratos mais altos da sociedade. Anahí Portilla tinha fugido com um pintor e tinha vivido como sua amante instalada em sua casa. Tinha viajado com ele e dormido com ele e burlou de todas as regras que tinham alguma importância, ao menos para eles.
A Anahí importavam um cominho as regras, mas o rechaço daquelas pessoas em quem tinha acreditado ter como amigas não deixou de feri-la.
Chegaram duas notas, uma de Anna, a amiga de Poncho e outra da mulher de Edward Burbrooke. Eram muito amáveis, mas já que as duas tinham tido relações com homens que tinham rechaçado a ela, não tinha muita vontade de vê-las. Elas eram, muito manifestamente, mulheres diferentes, mulheres que conservavam seus homens.
Eu escolhi isto, disse-se. Pode ser que não tenha imaginado quão difícil seria, mas eu o escolhi.
Chorar sobre o leite que tinha derramado agora não lhe serviria de nada.
A sós, passou longas horas nos estábulos da família, montando os cavalos, asseando-os, empapando-se daquele singelo código animal de bem e mau. Quão único precisava eram dois braços fortes e vontade de trabalhar. Quando os cavalariços renunciaram a seus esforços para detê-la, tinha deixado de temer que fraquejaria.
Finalmente, na segunda semana depois de sua volta a Londres, Dulce Saviñon veio vê-la. Parecia presa de certo nervosismo por encontrar-se ali, mas a saudou com um abraço longo e forte. Anahí derramou algumas lágrimas, e sua amiga a imitou. Quando viram as lágrimas de cada qual, puseram-se a rir e voltaram a abraçar-se.
– Não posso dizer o quanto sinto - confessou Dulce–. Andrew estava tão zangado quando encontrou a última carta que não pôde guardar a fúria para si. Nem sequer sei a quantas pessoas contou. Só a influência de seu pai finalmente o convenceu para que parasse. –Uma careta de mal-estar retorceu seu bonito rosto–. Tentou me proibir que a visse, mas eu disse que ele dormiria no quarto dos convidados até que me deixasse vê-la. Sabia que cederia. Isso sim, para falar a verdade, não esperava que agüentasse tanto!
– Ai, Dulce! –exclamou Anahí, vendo o brilho de dor por debaixo do triunfo aparente de sua amiga. Apesar das queixas de Dulce, Anahí sabia que sua amiga amava seu marido gordinho–. Sou eu quem sente muito. Nunca pretendi criar problemas a você e ao duque. Deveria ter suposto que assim seria, mas lhe juro que isso não era minha intenção. Acredite-me, se pensasse que tem que evitar minha companhia, a entenderia.
– Que nada - disse Dulce, agitando sua bela cabeça loira–, que tipo de amiga seria se fizesse isso?
Uma amiga sábia pensou Anahí, muito agradecida para dizê-lo em voz alta.

Quando Derrick se uniu às resumidas visitas, Anahí recebeu seu antigo pretendente na magnificência de colunas coríntias do salão verde, dificilmente uma moldura agradável, mas que lhe recordava em termos muito precisos onde estava. Sentada na borda de uma cadeira esculpida de mogno, diria que o pobre homem tivesse preferido encontrar-se com ela em uma masmorra. Ela não podia deixar de sorrir com seu pesar. Estava surpreendentemente contente de vê-lo, quase tão contente como quando Dulce tinha vindo visitá-la.
Os amigos era o que mais valia no mundo, pensou, especialmente os amigos que apoiavam alguém nos momentos difíceis.
– Tem um aspecto diferente - disse Derrick.
– De verdade? –Cedendo à tentação de brincar com ele, Anahí alisou o cabelo como uma coquete perita–. Possivelmente o escândalo me deu certo ar de glamour.
Derrick negou com a cabeça como um urso pensativo.
– Não, não é glamour, está muito bonita.
– Bonita né?
– Sim - confirmou ele, seguro, e logo sua expressão se voltou triste–. Suponho que seja o que for que tenha feito esse canalha, não pode ter sido tão mau. A menos que... –murmurou, e pigarreou, tamborilando com os dedos sobre os joelhos–, me atrevesse a imputar sua boa aparência a minha presença.
Aquelas palavras eram tão estranhas, tão pouco características de Derrick que Anahí teve que morder o lábio para abafar uma risada.
– Soas como um menino a quem ensinaram a adular a sua velha tia solteirona.
Derrick ruborizou até as raízes de seu cabelo moreno.
– Dizia-o com todo o coração. Agrada-me pensar que minha presença a faz feliz.
– É verdade - assegurou ela –. Estes dias que correm meus amigos são poucos e não vêm para ver-me. Se sua galanteria não inspirasse minha admiração, sua valentia certamente o faria.
Derrick suspirou como se seu cumprimento o enchesse de tristeza. Deslocou a mão que tinha sobre o joelho para tomar a de Anahí gentilmente nas suas.
– Tenho que perguntar-lhe isso – disse –. E Deus sabe que acabei aceitando que não me ama, mas seria um inconsciente se te desse as costas quando mais precisa - disse, dando uns golpezinhos como se Anahí fosse uma garota assustada–. Anahí quer ser minha esposa?
Por um instante, ela esteve tentada. Frente a ela tinha o homem mais confiável que conhecia. Podia ser que sua paixão não fosse enorme, mas era segura. Anahí duvidava que Derrick tivesse a imaginação para amar uma mulher que lhe oferecesse algo mais que carinho. Teria que moderar seus arrebatamentos, mas voltaria a ser aceita. E perdoada.
Entretanto, casar-se com ele seria o ato mais abominavelmente egoísta que jamais tivesse cometido.
Anahí se deu um momento para recompor-se e tomou a mão que havia coberto a sua, olhando-o seus olhos azuis celeste.
– Alguém o amará – disse – com todo seu coração e toda sua alma. É muito bom e muito forte para que isso não aconteça. Se Deus quiser, você sentirá o mesmo por ela. Não posso me casar contigo e o privar dessa possibilidade.
– Mas você me necessita!
– Necessito que seja meu amigo, não que me deixe destroçar sua vida para reparar um engano que cometi. Por todos os céus, poderia muito bem se despedir de sua carreira política se casasse comigo agora.
– Possivelmente o tipo de carreira que meu pai pensou para mim, mas eu nunca fui bom apertando mãos nem lendo discursos. Eu gosto mais do trabalho que realizo para seu pai. Nos bastidores. Ocupando-me dos detalhes.
– Mas eu pensava... tinha entendido que papai o patrocinaria para que o apresentasse à Câmara dos Comuns se nos casássemos.
– Sim, e eu provavelmente teria aceito se isto não tivesse acontecido. Teria aceitado e haveria me sentido miserável. Não é a única nos últimos tempos que teve tempo para pensar no tipo de vida que quer levar, ou o tipo de pessoa que quer ser. Meu pai simplesmente terá que superar sua decepção.
Anahí viu em seu rosto a expressão mais dura que jamais tinha visto.
– Seu pai não queria que viesse hoje, não é verdade? –adivinhou–. Ele quer que ponha fim a suas relações comigo.
Derrick deu de ombros, e essa evasiva disse a ela mais que qualquer palavra sobre o estado das coisas com seu pai. Com gesto triste, tocou-lhe um cacho que se desprendeu de seu penteado.
– Está segura de que não posso fazê-la mudar de opinião?
– Muito segura - disse ela, com um grande sorriso de simpatia–, embora não possa expressar tudo o que significa para mim que me tenha pedido isso.
Ao que parecia, tinha transmitido sua determinação. Derrick se levantou, nem tanto por sentir-se molesto quanto desconcertado. Havia se preparado para o sacrifício, e agora não havia por que submeter-se a ele.
– Muito bem - concluiu–. Não voltarei a lhe perguntar isso. Advirto-a, isso sim, tomarei minhas responsabilidades como amigo muito seriamente. Nos dias que vêm, pode ser que me veja mais do que queira.
– Impossível! –negou ela, e se levantou sobre a ponta dos pés para beijá-lo na face.
Fiel ao seu caráter, Derrick se inclinou com gesto rígido e se despediu. Quando fechou a porta a suas costas, Anahí ouviu outro ruído, sutil mais inconfundível. O roce de um vestido sobre o chão de tablado polido. Alguém tinha estado escutando atrás da segunda porta do estúdio, a qual dava ao salão de baile com suas janelas fechadas.
Nenhum criado tinha por que estar ali nesse momento, não quando o salão estava fechado. Em qualquer caso, não podia duvidar da identidade da pessoa que espiava.
Ao que parecia, a mãe de Anahí não tinha renunciado a salvá-la de si mesma.


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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

    AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:47

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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