Fanfic: Alem da Sedução (terminada)
O vestido de noiva de Anahí era quase muito grande para passar através da porta de sua sala de estar. Ao final o conseguiu, e deslizou no salão enquanto as mães discutiam sobre que tipo de flores deveriam decorar sua cabeça. Como fantasmas de bodas do passado, suas vozes chegavam até seu refúgio.
– Flor de laranjeira - insistiu a mãe de Anahí.
– Nada disso! –trovejou a marquesa viúva–. Meu filho não se casa com uma fulana francesa!
– Cuidado com essas pérolas, que não se enganchem nos móveis – disse Ginny, a única que se deu conta da fuga de Anahí. A anciã tinha sido chamada para as bodas, embora tivesse rechaçado a oferta de Anahí para trabalhar em seu novo lar.
Nos meses que tinham passado desde sua demissão, Ginny tinha se dedicado a ajudar a sua irmã na loja de chá que esta tinha em Devon, e tinha desfrutado tanto que tinha decidido que estava preparada para aposentar-se. Anahí sorriu com aquela ironia do destino. Aparentemente, Ginny tinha saído ganhando naquele enredo.
Cuidando de não enganchar o vestido, Anahí se sentou junto à janela. Jamais tinha imaginado que umas bodas pudessem ser tão exaustivas, sobre tudo quando todos brigavam para organizá-la. O próprio vestido tinha sido um desafio para esse seu tato nada sublime. Ao final, a duquesa acessou deixar que Poncho escolhesse o desenho, mas só se madame o costurasse.
O resultado era uma maravilha que superava seus sonhos mais atrevidos. A capa de cima era de um rico verde festival e o vestido era uma vaporosa renda veneziana. O corpete apertado e sem mangas estava tão abundantemente adornado de pequenas pérolas que Anahí se sentia como se vestisse uma armadura. Mais pérolas se derramavam sobre o vestido em delicadas folhagens e cachos. Uma princesa poderia ter usado aquele vestido, ou até uma imperatriz! Em seu lugar, embelezava à mesma e opaca Anahí Portilla de sempre.
Sentia-se ao mesmo tempo ridícula e sublime, um espetáculo ainda maior do que tinha sido sua pose nua como Godiva. Coisa curiosa, sua mãe lhe tinha dado o quadro de Poncho, depois de lhe arrancar a promessa de que o pendurariam em «particular». Agora, polida com aquele vestido que quase superava o não–vestido, não sabia se ria como uma histérica ou rompia em um pranto feliz ao pensar que arrastaria aquela bela monstruosidade pelo corredor da igreja.
Quando sua mãe viu o acerto final, assentiu e agarrou o queixo.
– Terá que reconhecer uma coisa ao Herrera - anunciou–. Sabe como fazer que uma mulher luza o mais belo de si.
– Deveria chamá-lo Northwick - corrigiu Anahí com voz suave–. Ou Poncho, se sair mais natural.
– Chamarei-o Northwick –avisou sua mãe, com um bufo– depois de ver que a faz feliz durante um ano. E o chamarei Poncho quando me der de presente meu próximo neto.
Ao que parecia, Lavinia não se dava conta de que aqueles comentários soavam irreais, como se depois de todo o ocorrido, Anahí pudesse acreditar agora que seu bem-estar era a preocupação mais íntima de sua mãe. Ela fingia por seu pai, mas descobriu que cada dia que passava tinha em menos estima a sensatez de sua mãe.
A Poncho era impossível sentir-se quente com ela.
Sim, era verdade que a tratava com deferência, inclusive era encantador, e Lavinia dizia estimá-lo, mas ele conservava seu verdadeiro eu, seu eu mais profundo, para as pessoas que realmente amavam Anahí.
Para surpresa de Anahí, Poncho demonstrou ser não só um homem que as mulheres amavam. Depois de uma reunião inicialmente tensa, com diversas referências veladas ao seu nariz ferido gravemente, seus três irmãos tinham sucumbido a seus encantos mundanos. Quando descobriram que também era uma boa pessoa, desapareceram suas últimas resistências. Sugeriu-se então a possibilidade de uma viagem a Escócia para ir pescar só entre homens, depois da lua de mel, evidentemente.
– Ora! –tinha exclamado a mãe de Poncho–. Como se os homens tivessem paciência para pescar.
Anahí tinha se mostrado receosa com a marquesa viúva até que viu quão decidida estava àquela mulher a amá-la. Era possível que tivesse certas atitudes rudes e, certamente, estava acostumada a fazer as coisas a sua maneira. Em qualquer caso, graças a sua candura, além daquele curioso amor que ainda professava por seu filho, ganhou o respeito de Anahí.
Quando Anahí entendeu com que facilidade a marquesa se entenderia com os buliçosos Portilla, sentiu-se um pouco mal por sua mãe.
Não o bastante mal, isso sim, para misturar-se entre as mães agora. Isso era o trabalho de Dulce. Finalmente perdoada por seu marido graças a certas negociações que lhe faziam soltar uma risada cada vez que Anahí lhe perguntava o que era Dulce levava a cabo certas trabalhos diplomáticos como dama de honra de Anahí.
– Jamais perderia - tinha declarado–. Disso não resta dúvida, as bodas mais romântica e digna de fofocas que ninguém viu em anos. Imagine que aquele Casanova resultou ser um marquês! A metade das mulheres de Londres estarão se dando chutes de pura inveja.
Anahí teve que reconhecer que aquilo a adulava, embora suspeitasse que muitas daquelas mulheres sabiam precisamente do que teria que ter inveja. Entretanto, aquilo era algo a que podia se acostumar. O passado de Poncho era o passado. Quanto a seu futuro, que era o importante, o tinha dedicado a ela.
Levando uma mão para abafar a risada que aparecia, Anahí jogou a cabeça para trás e fechou os olhos. Graças a Deus que sua família não sabia a verdade a respeito de todos seus convidados, sobre tudo de Sebastian e Evangeline. Para os seus, aquele matrimônio já era um acontecimento bastante fora do comum.
O ruído de uma chamada vacilante à porta a fez endireitar o pescoço. Viu Cris, com um aspecto surpreendentemente adulto, vestido com gravata e casaco branco formal.
– Olá, carinho - disse ela, e o apelativo lhe era fácil de pronunciar–. Vem me fazer companhia até que as mulheres me encontrem.
Ele lançou um olhar precavido para a sala, de onde ainda chegavam ecos da discussão e logo cruzou rapidamente para a almofada que lhe deixou livre depois de afastar o vestido. Sentado e balançando-se sobre a borda, Cris juntou os joelhos como um debutante nervoso.
– Tenho que lhe pedir um conselho.
– Pergunte - disse ela, agitando a mão–. Neste momento, eu gostaria de me sentir velha e sábia.
Ele a olhou com um sorriso infantil e inseguro, mas voltou rapidamente para adotar uma compostura séria.
– Trata-se de Poncho. Sei que você e eu nos entendemos, de modo que me perguntava... não quero parecer pretensioso, mas me perguntava se pensava que se importaria que eu passe minhas próximas férias escolares com vocês dois.
Anahí levou uma mão ao pescoço, onde agora sentia um nó. Antes que pudesse responder, Poncho entrou do salão.
– por que não me pergunta isso você mesmo? –disse, com olhar tão brilhante e uma voz tão rouca que Anahí soube imediatamente qual seria sua resposta.
– Poderia dizer não - disse Cris sem duvidar –. Sei que não he... que não vivemos como uma família durante muito tempo e vocês estariam recém casados. Entenderia se pensarem que é uma imposição.
Quando tinha deixado de gaguejar aquela explicação, Poncho tinha cruzado a sala. Agarrou o rosto de seu irmão com uma mão, inclinou-se e lhe deu um suave beijo na têmpora.
– Minha casa é sua casa - disse–, como se fosse meu filho. Não tem que perguntar. Só tem que chegar.
– Assim é - conveio Anahí, lhe tendendo a mão–. Nos visitará quando quiser.
– Se os visitar quando quiser - disse Cris, com um sorriso parecido com o de seu irmão–, a marquesa poderia se sentir sozinha. Poncho abraçou Cris com força.
– Diremos que nos visite também. Haverá lugar para todos.
Anahí se sentia como se o estivesse observando aniquilar seus últimos demônios. Sentia-se tão orgulhosa que estava a ponto de fazer explodir suas costuras. Quando sentiu aparecer as lágrimas, recordou onde estava.
– Ah, olhe o que fez! –exclamou, enquanto tentava lutar de uma vez com soluços e risadas. Já sentia que o nariz ruborizava–. Quando entrar nessa igreja, terei a aparência de um coelho!
– Meu Deus - disse Poncho, provocador– se transformaste em uma criatura muito, muito vaidosa.
Mas quando a agarrou em seus braços e a beijou, ela descobriu que seu aspecto não lhe importava o mínimo.
Fim
Mas uma vez chegamos ao fim de uma web, gracias a todos por sua companhia, gracias pelos varios comentarios, mas como sempre continuamos com novas aventuras agora com:
Um Sonho de amante http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=14261
As Duas Faces http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=14214
nos vemos por la besos!!!!
Autor(a): annytha
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+ Fanfics do autor(a)Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 416
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elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40
amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo
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biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16
preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
AAAAAAAAAAAAAAAAAA que lindo *-* se casaram finalmente *-*
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:49
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:48
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:47
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jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46
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