Fanfics Brasil - 8° Capítulo Alem da Sedução (terminada)

Fanfic: Alem da Sedução (terminada)


Capítulo: 8° Capítulo

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- Anahí - disse ela, sonhadora, e logo se
desprendeu-. Annie, eh... Puente.


- E bem, Annie Puente, você acha que tem
as pernas bastante firmes para que a acompanhe a sua casa?


Ela assentiu com um gesto da cabeça, mas
viu que as pernas não a sustentavam, porque quando ele a ajudou a levantar-se,
esteve a ponto de voltar a desabar. E na realidade, teria caído se ele não a
tivesse estreitado contra seu peito.


- Aparentemente - disse com uma risada
cinzenta e rouca-, fomos muito otimistas.


Seu abraço não era o que ela esperava de
um libertino supostamente célebre. Nessas circunstâncias, sua elegância era
irreprovável. Assim que ela encontrou um apoio, ele deslocou as mãos de suas
costas aos seus cotovelos. Encontravam-se no limite do círculo projetado pela
luz, e ele a olhou tranqüilo e com atitude amável.


- Era alguém que conhecia? -perguntou com
voz suave.


Ela abriu os olhos de par em par.


- Não - disse surpreendida pela sugestão
de que ela conhecesse alguém que queria lhe causar dano-. Não, jamais vi esse
homem em minha vida. De repente me agarrou e... - disse, e estremeceu. Tampouco
que soubesse quem sou. Simplesmente me encontrava aqui no momento errado.


Nos lábios do pintor se desenhou uma
linha fina e dura.


- Então, lamento-o ainda mais.


- Lamenta-o mais?


- Por havê-lo deixado escapar.


- Ah - disse ela, e voltou a estremecer.


Ao vê-la, agasalhou seus ombros com seu
casaco. Piscou com um brilho de malícia e segurança.


- Vá. Cometi a estupidez de assustá-la,
intenção que jamais teria tido com uma jovem com essa bonita cabeleira dourada.


Anahí levou a mão ao cabelo emaranhado.
Podia que fosse da cor do ouro, mas dificilmente bonito. Apesar de si mesma,
teve que abafar uma diminuta flama de orgulho feminino. Sem dúvida que ele só
pretendia ser amável.


Mas não era amabilidade. Com a ponta do
dedo indicador, desenhou uma linha por cima da sobrancelha e seguiu pela face,
até que o contato fez Anahí sentir uma descarga nos nervos. Sem prévio aviso,
sentiu um formigamento de sensibilidade no rosto. Nos lábios, na ponta do
nariz, na pele delicada em torno dos olhos. Tentou recordar se alguma vez havia
se sentido assim, e deteve-se quando se deu conta de que tinha a boca
totalmente aberta. Com um olhar perdido de admiração estampada no rosto, seu
salvador a contemplava.


- Olhe estes ossos - murmurou, e seu
olhar seguiu a linha de suas carícias, leves como uma pluma-. Olhe esta pele
fabulosa. Pagaria um guinéu ao dia para pintá-la, carinho, e consideraria o
dinheiro bem gasto.


- me pintar! -exclamou Anahí, quase se
afogando com as palavras-. Quer me pintar?


Ele puxou um cacho preso pelo cachecol, e
o apalpou entre o polegar e o indicador, com os lábios torcidos por um sorriso.


- Sim - disse-. Acha que seus amos dariam
um pouco de tempo livre a você?


Mas, me olhe, queria dizer ela. Sou mais
plana que uma tabua. Quem seria o tolo que ia querer me pintar? A esperança não
dissimulada que viu em seu olhar foi o único que lhe impediu de pronunciar
essas palavras.


E bem, isso e sua absurda vontade de
acreditar.


-Asseguro-lhe - disse ele, interpretando
equivocadamente seu silêncio-. Sou quem digo que sou. Acabo de sair dessa casa
na esquina para trocar uma moldura quebrada. Olhe - disse e começou a procurar
em uma das abas da capa de seu grosso casaco-. Aqui tenho meu cartão.


Um pouco desconcertada, Anahí leu à luz
da lanterna. «Alfonso Herrera, Artista», diziam as pequenas letras negras,
seguidas de um endereço no bosque do St. John.


- Acredito quando diz quem é - reconheceu
ela, embora não estivesse disposta a aceitar o resto.


- Então pedirá permissão a seu senhor
para posar?


Ela negou com um gesto da cabeça, mais
por assombro que por rechaço. Em sua mente começava a insinuar uma idéia. O que
aconteceria se ela dissesse que sim? Como mudaria seu valor no mercado do
matrimônio? O que havia dito a mãe de Dulce? Nenhuma mulher decente posaria
para ele.


Como intuindo sua vacilação, Poncho
Herrera assinalou com o queixo para a casa de seus pais, uma estrutura de
mármore da Georgia que se divisava do outro lado do muro.


- É aqui onde trabalha? Com os Portilla?
Eu poderia falar com eles, se quiser. Para me assegurar de que o trabalho não
poria em perigo sua posição.


A oferta, apesar de ser muito generosa,
devolveu-lhe o bom senso. Inclusive caso tivesse sido uma criada, sua mãe
jamais toleraria que sua criada posasse para o infame Poncho Herrera, assim
como não o toleraria com qualquer outro pretendente. Que sua atitude não
tivesse nada de luxuriosa não importaria. A reputação daquele homem seria
suficiente para condená-la.


Razão de mais para dizer que sim,
assobiou o pequeno demônio em seus ouvidos. Se deixasse que a pintasse, seria
realmente o final de sua boa reputação. Além disso, se for tão cavalheiro como
parece, pode ser que não tenha necessariamente que ser sua perdição.


Apanhada pela indecisão olhou-o uma vez
mais, realmente o olhou, pela primeira vez desde que ele tinha ido resgatá-la.
Pelo que tinha visto dele às escondidas na casa, sabia que era magro e pouco
ordenado. Agora sabia que também era atraente. Jamais tinha visto um homem com
olhos tão maravilhosamente expressivos. De repente brilhavam como os de um
menino e, um instante depois, eram irônicos. Em sua boca apareceu uma linha de
sorriso e ela sentiu uma vontade contagiosa de sorrir com ele. Seus ossos eram
da mesma finura que ele atribuía aos seus. O nariz, fino e aquilino, carecia de
defeitos. A mandíbula possivelmente era muito aguda para ser bela, mas
emprestava a seu rosto uma força que de outra maneira não teria tido. O
conjunto compunha um rosto ao mesmo tempo singular e atraente.


E sábio. Sobre tudo, sábio. Anahí viu em
seus olhos. Aquele homem tinha sondado segredos que ela sempre tinha querido
explorar. Aquele homem tinha conhecido liberdades com as quais ela só podia
sonhar. Um rosto como o de Alfonso Herrera prometia coisas.


Anahí entendeu que Alfonso Herrera era
capaz de despertar a debilidade nas mulheres.


- Não posso - disse, lamentando de
verdade. O demônio de sua consciência grunhiu, mas ela não podia aceitar sua
oferta, embora encontrasse uma maneira de ocultar de seus pais. A reputação de
uma filha se refletia na de sua família. Por muito zangada que estivesse Anahí,
seus pais não mereciam ser tratados com tão pouca consideração.


- Não diga que não pode - disse Herrera,
bajulador, como a prece de uma doce tentação-. Diga que pensará. Um artista não
tem a sorte de encontrar uma inspiração como esta todos os dias.


OH, quanto queria acreditar! Apertou o
cartão que tinha na mão, como um impulso para aceitar uma força evidente.
Sentiu uma dor no peito e, algo mais profundo, algo que só um homem tinha
despertado nela antes.


- Não posso - voltou a dizer, e deslizou
ao outro lado da grade antes que o encanto de Herrera e sua própria e insensata
suscetibilidade a obrigassem a virar-se.


 



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Autor(a): annytha

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mandycolucci o que fala não migah o que comentar!!! rsrsrsrsbesos e vc ainda vai se surpreender com essa historia!!! - Quero ver algum progresso - exigiu Althorp-. Não quero promessas. Como o fôlego de um dragão, suas palavras formavam nuvenzinhas brancas no ar úmido do amanhecer. Tinha dado instruções a Lavínia par ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 416



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  • elizacwb Postado em 21/12/2012 - 15:31:40

    amei o final dessa web, amei, que lindos...envolvente, excitante, emocionante, aiai muito boa mesmo

  • biacasablancasdeppemidio Postado em 20/12/2012 - 00:55:16

    preciso de leitoras .. web com cenas hot http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=19720

  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:52

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:51

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:50

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:49

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:48

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:47

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  • jl Postado em 20/01/2012 - 16:31:46

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