Fanfic: - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

Alfonso se recostou no marco da porta e ficou olhando por debaixo da asa baixa de seu Stetson de cor nata. Estava elegante, e tão sexy que Anahí sentia dor ao olhá-lo. Tinha pernas longas e poderosas envoltas em uns jeans que não conseguiam camuflar seus músculos. A camisa branca se aderia a seu sólido peito, e a sombra negra que deixava entrever permitia imaginar o grosso pêlo encaracolado que o salpicava. Levava a estrela de ranger presa no bolso da camisa branca. Normalmente, levava uma jaqueta naquela época do ano, mas fazia um calor incomum para princípios de outubro. Alfonso via um rastro de suor sobre seu lábio superior.

—vai levar te ao Shea`S —disse com voz tensa. Ela arqueou as sobrancelhas.
—por que não? Alfonso, já quase tenho vinte e um anos. Quase todos meus amigos vão ali as sextas-feiras a noite há anos. Não é um mal local. Vendem cerveja, nada mais.
—Há brigas. E uma vez houve um tiroteio.
—contrataram a dois porteiros desde que Calhoun Ballenger esteve a ponto de destroçar o local defendendo a sua esposa, Abby, antes de que se casassem. Isso foi faz anos, Alfonso.
—O tiroteio foi o ano passado —assinalou.

Alfonso suspirou.

—Cash é agente de polícia. Vai armado. Se alguém tenta me disparar, estou seguro de que me protegerá.

Alfonso sabia. Também sabia coisas do Grier que não se sentia cômodo revelando. Protegeria-a, certamente, mas Alfonso não gostaria que Anahí saísse com outro homem. E, por sua vez, irritava-o não ser indiferente.

—Não está bem.

Olhou-o aos olhos, e Anahí sentiu como os anos de solidão ocupavam um pesado vazio em seu interior.

—Vou à escola, reviso as contas, fiscalizo o trabalho dos peões, percorro as cercas, ajudo a marcar o gado e cuido das vacas doentes. Não fui a um baile desde ano antes de acabar o instituto, e acredito que ainda não tive um encontro de verdade. Sinto-me sozinha, Alfonso. Que dano pode te fazer que eu saia para dançar? De todas formas, só estamos casados no papel. Você não me deseja. Já disse isso.

Alfonso sabia, mas dava no mesmo.

Anahí se levantou do sofá e se aproximou dele. Inclusive com saltos, ele a superava em estatura. Ela contemplou seus turbulentos olhos escuros.

—Só vou sair um pouco —assinalou—. Não faça que me sinta como se estivesse cometendo adultério. Conhece-me perfeitamente.

Alfonso inspirou fundo. Involuntariamente, aproximou uma mão ao cabelo loiro do Anahí e tomou uma grossa mecha entre os dedos; sentiu sua sedosa suavidade.

—Nunca tinha te visto vestida assim.
—Não posso sair com um homem como Grier em jeans e camisa —disse com um sorriso travesso.

Alfonso franziu o cenho.

—O que quer dizer com "um homem como Grier"?

Ela encolheu um ombro, incômoda pelo contato dos dedos do Alfonso, que estava desatando formigamentos por todo seu corpo, embora tentava dissimulá-lo. Até podia sentir o calor que irradiava seu corpo, e cheirar o pós-barba almiscarado que gostava de usar.

—É um homem muito amadurecido e sofisticado. Não queria envergonhá-lo me apresentando com roupa de trabalho.

Alfonso franziu o cenho.

—Nunca te levei para a dançar —recordou. Ela piscou, desconcertada.
—Salvou-me a vida —assinalou Anahí—. Salvou o rancho. Tiraste-nos adiante, cuidaste que mim e de mamãe quando estava viva. Ainda assume grande parte da responsabilidade do rancho. Não tem por que assumir além disso a responsabilidade de me distrair, Por Deus!

Alfonso franziu o cenho para ouvir aquela descrição, como se tudo o que fazia pelo Anahí fora uma tarefa, uma obrigação. Quase resplandecia quando sorria. Tinha uma figura sexy e insolente, embora não soubesse. E irradiava tanta calidez que sempre se sentia bem quando estava com ela. Acaso Grier, com seu passado escuro e frio, estava reagindo da mesma maneira ao resplendor de Anahí? Estava procurando um lugar no que esquentar seu frio coração?