Fanfic: - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

Observou-a, pensativo. Seguia tremendo brandamente. Sabia como ela se sentia, porque ele se sentia igual. Doía-lhe o corpo. Aquele estalo de paixão mútua o tinha tomado por surpresa. Não deveria te-la tocado. Tinha sido um estúpido ao permitir que o ciúmes o provocasse. Confiava em que Anahi não soubesse o bastante para perceber sua reação física. Retrocedeu um pouco.

Ela deu um passo para ele.

—Posso fazer uma escapada à cidade e comprar um negligé vermelho —disse, quase sem fôlego—. Pedirei um emprestado. Roubarei. Há uma cama a só três metros de distância...
—Disse-te que nunca íamos ter uma relação física de nenhum tipo —replicou Alfonso com gelo na voz.
— você começou —lhe recordou Annie com fluidez.
—Tenho-o feito a propósito. Conheço o Grier —resmungou—, e não pode sair com um homem como ele sem conhecer os perigos. Era uma lição, Anahi. Nada mais!

Olhava-o fixamente, enquanto todos seus sonhos de amar e ser amada se evaporavam. Sempre tinha pensado que Alfonso era muito melindroso com as mulheres. Mas a inocência podia reconhecer a experiência, e soube imediatamente que Alfonso estava fora de seu alcance. Solo tinha querido lhe ensinar a armadilha que podia ser a paixão.

—ouviste alguma palavra do que eu te disse? —perguntou, exasperado.
—algumas, aqui e lá —respondeu Anahí, mas estava olhando-o nos lábios—. Não sei se compreendi muito bem a lição. Poderia repetir ela de novo...

Alfonso inspirou com fúria e apertou os lábios. Notou o sabor de Anahí neles, e isso o irritou ainda mais.

—Não, não posso repetir isso!! gritou, encolerizado—. me Escute, maldita seja. Em novembro pediremos a anulação, ponto. Não quero me casar nem ter uma familia. Eu adoro meu trabalho, e minha liberdade, e não penso renunciar nem ao primeiro nem à segunda. Está claro?

Saindo do transe, Anahí se separou dele. Sim, estava dolorosamente claro. Mas sorriu deliberadamente, de todas formas. Sua voz, como sua respiração, era entrecortada.

—Está bem. Será um vazio em minha educação, mas se isso é o que quer, não espere que me ofereça a me despir para você nunca mais. Prepararei café, quiser —acrescentou—. Cash não virá até dentro de meia hora.
—Bem.

Foi à cozinha e fez café. Aquela pequena tarefa a acalmou. Quando deixou uma xícara e um prato sobre a mesa, junto com o açúcar e o leite, as mãos tinham deixado de l tremer.

—Quer tomar na sala? —perguntou ao Alfonso da cozinha.
—Não. tomarei aqui —respondeu, aparecendo na soleira, e se sentou ante a pequena mesa. tirou o chapéu e arregaçou a camisa. Ainda tinha o cabelo alvoroçado pelas carícias inquietas e ávidas de Anahí  e sua boca, como a dela, estava ligeiramente inchada pela intensidade do beijo.
Grier se daria conta, pensou Alfonso. Possivelmente o fizesse vacilar. perguntou-se por que se sentia tão arrogante quando a olhava, inclusive possessivo, mas em seguida pôs fim a aqueles pensamentos. Não queria casar-se. Não estava preparado para a vida familiar. Os idílios de tarde em tarde lhe bastavam. Não queria saber nada do amor, era perigoso. Tinha visto como destruía a seu pai, e sabia que as mulheres não eram estáveis. Sua mãe tinha abandonado seu pai. A única noiva séria de Alfonso o deixou, alguns anos atrás, quando ele se negou a renunciar a sua profissão arriscada por ela. O mais conveniente era evitar os envolvimentos. Anahi era muito jovem...

—Está muito sério —assinalou Anahí
—Não quero que faça uma idéia equivocada do que acaba de acontecer —disse, imobilizando-a com o olhar.
—Não sou idiota —replicou, e evitou olhá-lo nos olhos. Estava muito afetada para ocultar suas emoções—. Já disse que não foi mais que uma lição. Não tinha pensado saltar ao assento de atrás com Grier e seduzi-lo, sabe?