Fanfic: - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

Obrigada pelos comentários, JL. *-* 
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—Disse-me que minha mãe lhe tinha escrito uma carta. Não me contou o que punha, mas reconheceu que seu orgulho tinha eliminado qualquer esperança de reconciliação. Não podia suportar que todo mundo conhecesse sua infidelidade —sorriu com tristeza—. Foi sua primeira mulher —acrescentou, lançando um olhar à cara atônita do Anahí—, e a última. Suponho que há pessoas que não acreditam que um homem possa ser fiel a uma mulher toda sua vida, mas não é insólito em cidades pequenas, inclusive nos tempos atuais.
—Imagino que desejou mais de uma vez que seu pai a tivesse perdoado.
—Sim —moveu a xícara em suas mãos grandes e magras—. Me senti sozinho quando minha mãe se foi. Nunca podia falar com meu pai como falava com ela, sobre meus problemas. Acredito que me encerrei em mim mesmo a partir daquele momento.
Alfonso nunca lhe tinha falado daquela maneira, como se fora uma adulta, uma igual. 

Observou seu rosto sólido e ansiou poder sentir sua boca sobre a dela. Sabia que nunca poderia esquecer aquele beijo.

Alfonso se afastou da mesa e ficou em pé.

—Tenho que voltar para Vitória.

Ela também se levantou, olhando-o com curiosidade.

—Por que tinha vindo?
—Leo Hart me telefonou esta manhã para me falar de uns touros Salers que morreram misteriosamente. Tinha ouvido que nosso novilho tinha sido envenenado. Queria te falar disso.
—Sim, tentei te explicar quando morreu que acreditava que Jack Clark tinha sido o responsável, mas não quis me escutar...

Alfonso a sossegou levantando a mão
—Sabe que não encarregou aos meninos que revisassem o pasto para ver se havia ervas indigestas —destacou—.Eu disse isso a Leo. Adverti-lhe isso, Anahí. Não pode acusar a ninguém de um delito sem ter provas.
—Alfonso —disse, exasperada—. Havia outros quatro touros jovens nesse pasto. Só morreu esse.

—Sei. Tiveram sorte.

Anahí fez uma careta.
—Eram Herefords —disse com impaciência. O novilho que perdemos era um Salers, e era filho do mesmo garanhão que Fred Brewster comprou seus bezerros. Leo acredita que o touro do senhor Brewster foi envenenado, e eu sigo pensando que o nosso, também.

Alfonso recolheu seu Stetson e o abaixou na frente.
—me prove isso. Ela elevou as mãos, exasperada.
—Não guardo touros mortos! —exclamou—. Não acreditou em mim e não tinha dinheiro para a autópsia. Enterramos ele com a pá mecânica!
—Pois desenterre-o.
—Embora o fizesse, como pagaria a autópsia?
—Tem razão —suspirou—. Usei as últimas economias para reparar o trator de segunda mão com o que tínhamos que recolher o feno.
—Sei —disse Anahí, sentindo-se culpada—. Ouça, o ano que vem, assim que acabar a escola e me derem o diploma, procurarei um trabalho em uma das empresas da cidade. Os programadores ganham bons salários.
—E quem fará a contabilidade? Não me importa estender os talões para pagar as faturas, mas não penso colocar a cabeça em dez colunas de cifras nem ajustar balanços. Isso é coisa tua.
—Ajustarei os balanços e os imprimirei de noite ou nos fins de semana.
—Pobre Grier! —comentou Alfonso com sarcasmo.
—Acabo de conhecê-lo —assinalou Anahí.
—Pois foge para assentos traseiros quando estiver com ele —disse com insólita malícia.
—Dirige uma caminhonete —lhe recordou Anahí com insolência, lhe devolvendo o sarcasmo de minutos antes.
—Já sabe o que quero dizer —Alfonso deu a volta e se dirigiu à porta principal. Ela o seguiu, indignada. Alfonso não a desejava, mas tampouco queria que saísse com outro homem.
—Farei o que quer,Alfonso —disse com altivez.

Alfonso girou em redondo no alpendre.