Fanfic: - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

—Você pôs seu nome em uma licença matrimonial —lhe recordou com brutalidade.
—E você também, mas isso não te impede de fazer o que gosta!

Alfonso arqueou uma sobrancelha e baixou os degraus em direção a seu veículo.

—O pessoal da filmagem virá no sábado para instalar a equipe —acrescentou—. O diretor trará Tippy Moore e o ator que faz de vaqueiro... Ranee Wayne.

Para Anahí, o pessoal da filmagem não tinha a menor importancia. Detestava ver o brilho nos olhos do Alfonso quando mencionava Tippy Moore. Era uma mulher mundialmente famosa por sua beleza; ela pareceria um cacto em comparação.

—Estou impaciente por conhecê-los —resmungou—. Gostam das serpentes como mascotes? Estou pensando em adotar uma negra e criá-la no salão...
—Seja amável —disse Alfonso com firmeza—. Necessitamos o dinheiro. Sem essa ajuda, não poderemos reparar o celeiro nem comprar mais cerca eletrica.
—Está bem —suspirou Anahí—. Serei amável.
—Para variar —comentou deliberadamente.
—Está raivoso porque não me vesti nem fiquei sexy para você —replicou, e fez uma pose—. Pode ir a sua casa e sonhar comigo brilhando em um negligé vermelho, porque não poderá ver de nenhuma outra maneira —acrescentou.

Alfonso emitiu um som gutural, um pouco parecido à risada, e seguiu caminhando. 

Anahí ficou olhando com irritação, desejando que Cash aparecesse naquele momento para poder desfilar de casal diante dele.

"Os sonhos poucas vezes se tornam realidade", pensou com melancolia enquanto Alfonso se sentava atrás do volante, arrancava seu land rover e partia com um pequeno gesto da mão.

Tinham transcorrido dez minutos, quando Cash Grier apareceu em sua caminhonete negra. Era enorme, uma pick-up e com uma lataria imaculada.

—Nossa, vê-se que não economiza nela —comentou Anahí quando saiu para recebê-lo aos degraus do alpendre.

—Pode ser que eu goste de deixá-la reluzente —Riu.

Tinha bom aspecto. Levava um pulôver negro de gola alto, uma jaqueta informal e calças de pregas. Tinha os sapatos lustrosos, e o cabelo preso com cuidado em um rabo de cavalo. Dava gosto vê-lo.

—Está bem, inclusive sem o uniforme —assinalou Anahí. Ele também estava realizando seu próprio escrutínio, com um olhar tão perito como o de Alfonso.

Anahí pensou na forma em que Alfonso a tinha beijado e se ruborizou.

—Noto-te um pouco tensa —comentou—. Alguma dúvida sobre nosso encontro?
—Nenhuma —respondeu Anahí com firmeza.
—Não se preocupa o que Alfonso dirá? —insistiu enquanto a ajudava a subir à caminhonete.
—já disse que não lhe importava —respondeu—. esteve aqui faz poucos minutos.

O qual explicava a agitação de Anahí e o inchaço do lábio inferior, pensou Cash com certo regozijo. Ao parecer, Alfonso estava mais ciumento de sua esposa de conveniência do que Anahí acreditava, e tinha se assegurado de que tivesse uma referência com a que avaliar outros homens. Cash temia que Anahí não chegaria a adorá-lo a ele tanto como a seu marido, mas o fazia sentir-se bem por dentro, jovem, e não ia atirar a toalha ante o primeiro obstáculo por um pouco de competência.

O bar e salao de festas Shea`s estava situado a um quilômetro e meio de Jacobsville, na estrada de Vitória. Era um local ruidoso nos fins de semana, mas não um antro de perversão, como Alfonso pensava. Estavam acostumados a ter dois porteiros. Alguém tinha quebrado o braço em uma queda, assim que aquela noite Tiny estava mantendo a ordem ele sozinho. Não era difícil. Tiny era um gigante forçudo de natureza doce e personalidade atenta. Mas podia ser persuasivo quando os clientes se descontrolavam, e resolvia de uma vez qualquer indício de distúrbio.
Anahí contou tudo aquilo a Cash quando se sentaram em uma das pequenas mesas de madeira, enquanto esperavam que os atendessem.

—Distúrbio —repetiu Cash com um lento sorriso—.Fala como um policial.
—Alfonso tem culpa —disse com um suspiro—. É impossível que não se pegue o jargão quando trata com agentes da autoridade.
Cash Riu entre dentes, brincando com seu guardanapo.
—está certa que ele não se importa que saia comigo?
Anahí franziu os lábios.
—Acredito que um pouco. É muito convencional.
Cash arqueou as sobrancelhas.
—Estamos falando do mesmo Alfonso Herrera? —perguntou de bom humor—. O que algemou juntos uma prostituta e ao anterior prefeito do Jacobsville quando os surpreendeu em um bordel, e se encarregou de que alguém desse o furo à imprensa?
Anahí pigarreou.
—Trabalhava na polícia naquela época...
—E o que perseguiu um condutor até Houston para lhe pôr uma multa por excesso de velocidade?
Anahí moveu uma mão com desconforto.
—E o que fechou os bares de Jacobsville até que os donos prometeram deixar de servir cerveja a menores de idade?
—Sim —suspirou Anahí—. Suponho que antes era menos convencional que agora. Acredita que não deve envergonhar os Rangers. A cifra exata vai trocando, mas este ano só há cento e três rangers no mundo.
Olhou-a com regozijo.
—Sei. Eu também fui ranger.
—Sério? —Anahí arregalou os olhos. Cash assentiu.
—De fato, estive trabalhando com Alfonso uma temporada.