Fanfic: - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

Anahí e Grier estavam tão absortos que não viram Alfonso até que este fez um ligeiro barulho puxando uma cadeira para a mesa e sentando- se escarranchado entre eles. Os dois olharam-no, surpreendidos.
Anahí sobressaltou-se, mas tratou de disfarçar. Estava furioso, muito furioso.

- O que é que fizeste agora? - perguntou-lhe com uma despreocupação estudada. Alfonso olhava-a encolerizado.
- O que é que disseste a Tippy? Estava a chorar quando lá fui.
Aquela pergunta directa deixou-a confusa e não conseguiu raciocinar. Por sua vez, os olhos de Cash deitavam faíscas.
- Annie não lhe disse nada. Ela aproximou-se e começou a meter-se comigo e eu cortei a conversa - disse Cash. - Não gosto de modelos. Se estava desgostosa, foi por minha causa, por isso não acuses Annie.

Alfonso arqueou as sobrancelhas.

- O que tens contra ela?
- Não é nada pessoal.
Ficou a olhar para Cash com curiosidade.
- Tive que a trazer de volta ao hotel. Não conseguia trabalhar. O realizador assistente está furioso.
- Tenho pena dele - disse Cash sem emoção na voz.
- Podes dizer-lhe da minha parte que eu não encho o ego de meninas mimadas de nenhuma idade - pôs-se de pé. - Annie, vou levar-te ao rancho. Quero investigar aquela pista.
Anahí pôs-se de pé, apanhada entre a zanga de Cash e a agitação de Alfonso, sem saída possível à vista. Lamentava não ter viajado para Jacobsville na sua carrinha.
- Podes voltar comigo - disse Alfonso, - e poupas a viagem a Cash.
Boa", pensou. Não ia ter pulmões quando chegasse. Vão ficar inundados com aquele perfume caro de Tippy, De certeza que o carro de Alfonso tresandava àquele perfume.
- Não me importo de a levar - insistiu Cash. Alfonso aproximou-se um pouco dele, sem pestanejar. Tinha um chapéu de abas largas inclinado sobre a testa e todas as linhas tensas do seu corpo reflectiam agressividade. Estava à procura de confusão.

Cash sabia disso e teve o bom senso para não permitir que a situação ficasse fora de controlo. - Está bem - disse de bom grado. - Annie, telefono-te para a semana e alugamos um filme no meu dia de folga.
- Ótimo - disse, sorrindo-lhe. - Obrigada pelo almoço.
Cash encolheu os ombros.
- Gostei muito. Até logo, Alfonso.

Alfonso assentiu e Cash virou- se com indiferença, como se não percebesse a clara ameaça da postura de Alfonso.

Anahí sabia que ele estava furioso. Imaginava que se devia àquilo que Cash tinha dito à sua modelo. Pegou na sua bolsa e colocou-a ao ombro.

Alfonso voltou-se para ela e olhou-a com desaprovação.

- Podias ter mudado de roupa em vez de vir assim à cidade.
- Se não gostas da maneira como eu estou, então, vai tu mudar o gado de sítio, percorrer a cerca, verificar os bebedouros, limpar os estábulos, fazer.
Alfonso levantou uma mão e suspirou zangado.
- Sei que precisamos de mais mão-de-obra. Não gosto que tenhas que trabalhar.
- Sou filha de um rancheiro - recordou-lhe. - Não estou a fazer nada que não tenha feito desde que o meu pai me montou num cavalo pela primeira vez.
Alfonso contemplou os seus grandes olhos castanhos e reparou nos círculos que os rodeavam, nas novas rugas de tensão do seu rosto.
- Estão a dar-te cabo dos nervos, não é? - perguntou-lhe. Anahí não teve que lhe perguntar a que é que ele se referia.
- Não pude mudar de roupa porque tinham a entrada do meu quarto bloqueada - disse. - Já tinha deixado o realizador assistente furioso por deixar os meus livros sobre a mesa da cozinha. Tive que os guardar na salinha até gravarem a cena. É a minha casa e tenho que pedir permissão para usar a casa de banho. É claro que me estão a dar cabo dos nervos! - inspirou devagar. Mas precisamos do dinheiro, por isso não importa.