Fanfic: - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

—Poderia contratar aos policiais de Jacobsville em suas horas livres —sugeriu Alfonso—. Agora mesmo, o chefe de polícia, Chet Blake, está fora da cidade. Mas Cash Grier, o sub-chefe,ficará encantado de ajudá-lo. Trabalhei com ele quando estava em Santo Antonio.
—É amigo dele? —perguntou Harper.

Alfonso emitiu um som rouco e gutural.

—Grier não tem amigos, só competidores.

Anahí tinha ouvido falar muito do Cash Grier, mas não o conhecia pessoalmente. Tinha-o visto de longe. Era um enigma; trajava o tradicional uniforme de polícia e sua juba negra presa por um elástico. Tinha bigode e um cavanhaque minúsculo por debaixo do lábio inferior. Era... ameaçador. A delinqüência tinha diminuído em Jacobsville desde sua chegada. Corriam rumores sórdidos sobre seu passado, como o de que, em sua juventude, tinha sido um assassino que trabalhava para o governo.

—Derrubou Terry Barnett por uma janela — recordou Anahí em voz alta. Harper abriu os olhos assustado. Anahí viu que os dois homens a estavam olhando fixamente e ruborizou—. Terry estava em pratos em uma crepería de Jacobsville porque sua esposa, que trabalhava ali, estava saindo com outro homem. Pegou os dois juntos e começou a destroçar o local. Dizem que foi pra cima de Grier com uma churrasqueira na mão, Grier apenas se limitou a se desviar e que Terry atravessou o vidro —assobiou—. Lhe deram trinta pontos e o acusaram de agressão a um agente de polícia, embora conseguiu a condicional.

Alfonso a olhava com irritação. Ela deu de ombros.

—Quando se lida com eles, você se acostuma —explicou ao Harper com sorriso tímido—. Faz tempo que conheço Alfonso. Meu pai e ele eram... sócios.
—Meu tio e seu pai eram sócios —corrigiu Alfonso com fluidez—. Eu herdei uma metade do rancho e ela, a outra.

—Entendo —disse Harper, com uma inclinação de cabeça, mas estava preocupado pelo filme que ia dirigir, e já estava organizando as cenas em sua cabeça. E pensando na logística—. Necessitaremos que alguém nos arranje comida enquanto trabalhamos — murmurou—. Também teremos que marcar reuniões com representantes da cidade, porque parte das cenas exteriores serão rodadas em Jacobsville.
—Do que trata o filme? —quis saber Anahí—.Pode me dizer isso ?

Harper sorriu ao ver seu interesse. Tinha duas filhas de sua idade.

—É uma comédia romântica sobre uma modelo que vem ao oeste para rodar um anúncio em um rancho de verdade e se apaixona por um rancheiro. O rancheiro detesta modelos —acrescentou.

Anahí Riu.

—irei assisitir.
—Espero que milhões de pessoas façam isso—Harper se voltou para Alfonso—. Também alugaremos quartos no melhor hotel da área para as semanas de filmagem
—Para isso, não terá nenhum problema —ironizou Alfonso—. Isto não é precisamente uma cidade turística.

Harper estava se abanando com um maço de papéis; suava muito.

—Com este calor, não —concordou.
—Calor? —brincou Anahí, fingindo inocência—Acha que faz calor? meu deus!
—Já basta —resmungou Alfonso em tom sombrio, porque o diretor começava a empalidecer. Anahí enrugou o nariz.
—Era brincadeira. Os agentes de polícia não têm senso de humor, senhor Harper —lhe disse—. Levam máscaras em vez de rostos e não podem sorrir...
—UM—resmungou Alfonso.
—está vendo? —inquiriu com insolência.
—Dois...!

Anahí virou os olhos e entrou na casa.

Anahí estava tirando uma torta de maçã do forno quando ouviu que se fechavam as portas de um carro e o ruído de um motor. Alfonso entrou na cozinha, cruzando Maude, que se dirigia à parte posterior da casa para colocar roupas na secadora.

—Fiz pra você uma torta de maçã —disse Anahí a Alfonso, e passou por debaixo do nariz—. Penitencia.

Alfonso suspirou e se serviu uma xícara de café preto, separou uma cadeira e se sentou ante a pequena mesa de cozinha.

—Quando vai crescer, menina?

Anahí se olhou e viu as botas poeirentas e os jeans manchados. Imaginava que a trança estava se desfazendo, e não precisava olhar para saber que tinha a blusa amarela de algodão terrivelmente enrugada. Alfonso, pelo contrário, vestia uns jeans passados e limpos. Tinha as botas tão lustrosas que refletiam a toalha. A camisa branca com a estrela dourada de sargento ranger estava impecável, e a gravata azul escura em perfeita ordem. O cinto da arma rangia quando cruzava suas pernas largas e poderosas, e a pistola Cok 45 ACP se movia de forma inquietante em sua capa.
Recordou que o tataravô de Alfonso tinha sido ranger antes de ir a Harvard e tornar-se um famoso advogado no Santo Antonio. Alfonso era o mais rápido pra sacar a arma de todo o norte do Texas, assim como seu amigo e companheiro Marc Brannon, de Jacobsville, era o mais rápido do sul do estado. Estavam acostumados a praticar no clube de tiro de Jacobsville, que freqüentavam como convidados de seu amigo Ted Reagan. O título de sócio do clube custava centenas de dólares, e os agentes de polícia não podiam permitir-se a tal luxo. Mas o ex-mercenário Eb Scout tinha uma escola de adestramento antiterrorista em Jacobsville, e possuía um dos melhores campos de tiro dos arredores. E o emprestava sem custo algum a qualquer policial que queria usá-lo. Tanto Ted quanto Eb praticavam freqüentemente.

—Segue sendo o mais rápido? —perguntou ao Alfonso enquanto cortava a torta
—Sim, mas não mencione ao Harper —acrescentou.

Anahí voltou a cabeça.

—Não quer aparecer no filme?
—Tanto como você, pequena —respondeu, apreciando distraídamente como ela ficava bem com jeans e a blusa rodeada, que acentuava a curva de seus seios. Ela se encolheu de ombros.