Fanfics Brasil - 88 - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

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Capítulo: 88

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Um cirurgião alto e ruivo entrou pelas portas giratórias que conduziam à sala de espera e olhou em volta até que viu Alfonso. Começou a andar na direcção dele
com semblante sombrio e grave.
- Como está ela? - perguntou Alfonso de seguida.

Cooper Coltrain encolheu os ombros.

- Controlámos a hemorragia e tratámos os pulmões. Mas perdeu muito sangue e a zona estava afectada pela bronquite. Isso vai complicar a sua recuperação.
- Bronquite? - repetiu Alfonso.
- Notava-se que estava rouca - afirmou Maude, mas Annie dizia que não passava de uma constipação e que não queria ir ao médico - fez uma careta. - Disse que não se podia permitir. O seguro dela não cobre as consultas de rotina.

Assim que pronunciou as palavras, desejou poder retirá-las. Alfonso fechou os olhos. Parecia atormentado.

Tippy contemplou o odioso anel que trazia no dedo e maldisse-se por ter convencido Alfonso a comprá-lo. Cash Grier suspirou, consumido pela tristeza.

- O que fazemos agora? - perguntou Alfonso em tom submisso.
- Rezar - respondeu Coltrain. - Não faço promessas que não posso cumprir. Agora, é cara ou coroa. Sinto muito. Fiz o que pude.
- Eu sei, obrigado - disse Alfonso, abstraído. - Posso vê-la?
- Neste momento está na reanimação - respondeu.
- Convém esperar que a levemos para os cuidados intensivos.
- Eu ficarei com ela - interrompeu Maude, exatamente antes que Grier pudesse dizer o mesmo.
- Não é possível. Nos cuidados intensivos, não. Podem vê-la três vezes ao dia, durante não mais do que dez minutos por visita - acrescentou com firmeza e olhou para Alfonso. - Vou vigiá-la de perto. Tenta não te preocupar - despediu-se com uma inclinação de cabeça e afastou-se por onde tinha entrado.

Alfonso olhou as três pessoas que o acompanhavam.

- Fico contente que estejam aqui, mas se alguém entrar naquele quarto, nem que seja só por um minuto, serei eu - declarou bruscamente. Cash parecia disposto a replicar, mas o semblante de Alfonso dissuadiu-o.

- Se quiseres que fiquemos aqui fora contigo, eu não me importo - ofereceu-se Tippy.
- Nem eu - acrescentou Maude.
- Preferia que fossem para casa - disse Alfonso. - Não me vou embora daqui até saber alguma coisa, seja o que for.
- Eu levo-as - disse Cash. - Depois, voltarei ao hospital.

Alfonso olhou o seu amigo nos olhos. Não replicou. Nem sequer falou. Limitou-se a assentir. Depois, virou as costas e afastou-se rumo à unidade de cuidados intensivos.

- Tiraste-lhe as pistolas, não tiraste? - perguntou Maude a Cash quando este parou o carro no rancho, em frente da casa. Cash assentiu.
- Estão no meu escritório, fechadas à chave - disse com expressão lúgubre. - Mas ainda há uma pistola e uma outra arma na casa, em algum lado. Ouvi-o dizer a Annie. Será melhor que as procures e as escondas em qualquer lado.
- Assim que entrar - prometeu Maude.

Tippy olhava para eles incrédula.

- Não estão a falar a sério - comentou. Cash olhou-a nos olhos.
- Se Annie fosse minha esposa, era isso que Maude estaria a fazer por mim - disse com voz inexpressiva.
- E, sim, estou a falar a sério. Alfonso pode ainda não se ter apercebido, mas não lhe restará ânimo para viver se ela morrer. Não tem lógica, mas é o que fazem alguns homens quando enlouquecem de dor. Não queremos que aconteça outra tragédia.
- Claro que não - disse Maude e esfregou os olhos.
- Bem, já podes levar a menina Moore ao hotel - disse a Cash. - Estarei atenta ao telefone.
- Telefono-te quando souber de alguma coisa, prometo - assegurou-lhe Cash.
- Obrigada - disse Maude e sorriu a Tippy com suavidade. - Fique com esse casaco. Devolverei o seu lavado e engomado.
- É muito amável - repôs Tippy em voz baixa e sorriu.

Cash levou-a de volta à cidade. Nenhum dos dois falou durante o trajeto. De fato, ela estava sentada com os braços firmemente cruzados contra o peito, com um ar incomodado.

- Para quem tem fama de devoradora de homens, és surpreendentemente mansa - comentou Cash quando parou o veículo em frente do hotel. Ela olhou-o friamente.
- Cometi algumas tolices. Não gosto muito desses episódios - encolheu os ombros. - Viste o que fez Anahí? Colocou-se em frente da pistola. Viu-o a chegar e nem sequer hesitou. Deve. deve gostar muito dele - acrescentou, quase engasgada com as palàvras.
- Sim - corroborou Cash, detestando a sua própria sinceridade. Tippy olhou-o intrigada.
- Estás apaixonado por ela, não estás?
- Se estou, é assunto meu e de mais ninguém - atirou-lhe Cash. Tippy suspirou.
- Voltaste a ser hostil. Ouve, tenho problemas com os homens, problemas muito graves. Gary Mays, o realizador assistente, está sempre a assediar-me para ver se eu durmo com ele. Alfonso fingia estar interessado em mim para o manter na linha e eu tornei-me um pouco possessiva, nada mais - olhou para ele zangada.
- Não quereria um homem para toda a vida nem que mo oferecessem embrulhado com um laço.

Ele arqueou as sobrancelhas e olhou-a com intensidade.

- É o que se passa comigo em relação às mulheres. Tippy relaxou um pouco. Deslizou o olhar por ele cautelosamente.
- Confio nos homens que usam uniforme - disse. A polícia tirou-me de alguns dos piores apuros da minha vida.

Começava a fazer uma ideia um pouco confusa sobre ela. Em vez de uma Mata-Hari, era tímida e introvertida e tinha medo dele quando estavam os dois sozinhos.

- Vou-me embora - disse Tippy. - Espero que Anahí fique bem. E Alfonso.
- Porque é que não olhas para Gary Mays na cara e lhe dizes que o denunciarás por assédio sexual se não te deixar em paz? - perguntou-lhe de repente. Ela olhou para ele com surpresa.

- Não iria funcionar.
- Sim. Se conseguires parar um homem, consegues dominá-lo.
- Uma filosofia interessante.
- Não é minha. Li na autobiografia de Juan Belmonte. Foi um toureiro famoso de princípios do século XX. Dizia que com os homens funcionava como com os touros. E é verdade.
- Se tu o dizes.
- Digo.

Tippy saiu do veículo devagar de uma maneira estranha.

- Obrigada por me trazeres.

Cash franziu o sobrolho e olhou-a com atenção.

- Consegues ver-me? - perguntou de forma inesperada. Ela ficou surpreendida com a pergunta.
- Mais ou menos.
- Tens hipermetropia e não queres usar óculos - adivinhou. Tippy riu. Parecia o tilintar de uma campainha de prata.
- E não posso usar lentes de contato.

Cash observou-a. Apesar da tragédia do dia, sentia curiosidade por ela.

- És um enigma. Disse-te algumas coisas que não merecias. Não és como eu pensava.
Ela estava a olhar para ele com um novo respeito.
- Tu também não.
- Pensa no que te disse - recordou enquanto arrancava. - Não tens que aguentar que esse realizador assistente passe dos limites contigo. Se não conseguires pará-lo, diz-me. Faço-o por ti.

Ela encolheu os ombros e conseguiu sorrir.

- Estarei em contato com Maude.



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Autor(a): pink

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Cash assentiu. Não disse mais nada. Segundos mais tarde, empreendia o caminho de regresso ao hospital.Alfonso estava sentado na capela, sozinho. Tinham-lhe permitido passar alguns minutos na UTI para contemplar o rosto pálido e tenso de Anahí. Se tivesse conseguido ir a um bar, teria bebido uma garrafa inteira de uísque. Era chocante vê-la a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 554



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  • tinkerany Postado em 21/01/2020 - 23:46:01

    Eu queria msm é que ela ficasse com o cash

  • werahadiita_ Postado em 01/08/2014 - 01:06:10

    Nossa que lindo, amei essa fanfic <3

  • mandyvaz Postado em 20/03/2012 - 13:57:02

    Ah, há um limite para tudo, Alfonso é um idiota e não merece ficar com a Anahí.

  • jl Postado em 17/09/2011 - 12:34:46

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA acabou =( QPPQ que historia incrivel *---* Amei amei amei, toda espera valeu a pena e no final os dois ficaram juntos! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA vou ver a outra *--*

  • jl Postado em 17/09/2011 - 12:34:46

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  • jl Postado em 17/09/2011 - 12:34:45

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  • jl Postado em 17/09/2011 - 12:34:44

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  • jl Postado em 17/09/2011 - 12:34:44

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