Fanfic: - Fora da Lei - AYA ♥ [adp]

—Aprendi logo—repôs, fazendo girar a taça entre suas mãos—. Minha mãe ficou inválida até morrer. Aprendi a cozinhar quando tinha dez anos.
Cash intuiu que aquele comentário encerrava uma longa história, e se perguntou qual seria sua relação com Alfonso Herrera. Tinha ouvido rumores de todo tipo sobre o estranho casal que compartilhava o rancho «P / H».
Anahí levantou o olhar e percebeu o interesse do Cash.
—Sente curiosidade por nós, verdade? —perguntou—. O tio do Alfonso e meu pai foram sócios deste rancho durante dez anos. Por circunstâncias —disse, reduzindo a tragédia de sua vida a uma só palavra, deixaram a nós dois com a metade a cada um. Me dou bem com matemática, assim faço quase todas as contas. Alfonso sedá bem com gado, assim se ocupa de comprar, vender e da logística.
—E o que acontecerá quando um de vós se case?
—Bom, já estamos... —Anahí se deteve em seco. Seu olhar refletia receio. Baixou o olhar a sua mão esquerda, em que luzia um anel de noivado de um homem. Grier a olhou aos olhos. Anahí viu neles aguda inteligência.
—Não contarei o que sei —lhe disse—. Cairiam governos inteiros — brincou.
Anahí sorriu.
—Não sabe nada —lhe informou com deliberação. O olhar do Cash era especulativo.
—É de verdade ou só de conveniência?
—Tinha dezesseis anos quando nos casamos —respondeu Anahí—. É um matrimônio de conveniência. Alfonso não quer... isso.
Cash arqueou as sobrancelhas.
—Mas você sim?
Anahí baixou o olhar.
—O que eu queira não importa. Salvou mais que o rancho; me salvou. E isso é a única coisa que vou te contar —acrescentou ao ver seu olhar penetrante—. Em novembro, comletarei vinte e um e serei uma mulher livre.
Cash franziu os lábios e a olhou à cara.
—Eu tenho trinta e oito. Sou muito velho para você... —deixou a frase no ar, como se fosse uma pergunta.

A Anahí não lhe tinha passado pela cabeça que um homem pudesse acha-la atraente. Alfonso a tratava como a uma dor de dente. Maude lhe dava ordens. Os meninos da escola estavam interessados nas garotas bonitas, femininas e coquetes.

Anahí era simpática mas não uma beldade e nem se vestia como uma. Na realidade, sentia-se mais a vontade em casa, entre cavalos e vacas e o empregados que conhecia desde sempre. Era tímida com a maioria dos homens.
Ruborizou-se.
—Não... Não interesso aos homens —resmungou.
Cash baixou devagar a taça de café.
—Como disse?
—Quer um pouco mais de café? —perguntou, embaraçada.
Estava fascinado. As mulheres que desfilavam por sua vida tinham sido tão sofisticadas e conhecedoras do mundo como ele, chiques, cosmopolitas e sensuais. Lhe insinuavam com todo tipo de mutretas sensuais físicas e verbais. Aquela mulher estava intacta, incorrupta. Tinha um frescor, uma energia, que o fazia desejar ser jovem outra vez, não ter vivido as terríveis experiências que o havia tornado amargo e frio por dentro. Anahí era como um junquilho brotando na neve, uma mancha de otimismo em uma paisagem fria e cínica. Franzindo o cenho, seguiu observando-a. O rubor se intensificou.
—Intimida bastante quando franze o cenho. Igual a Alfonso —comentou com desconforto.
—pode atribuir isso a um passado turbulento —resmungou. Jogou a cadeira para trás, ainda com o cenho franzido—.Diga a Alfonso que pus uma nota em nosso mural de anúncios sobre o trabalho de vigilância para a filmagem. Até o momento, recebemos cem solicitações. Só temos vinte policiais —acrescentou com um suspiro—. Até minha secretária se ofereceu para o trabalho.
—Sua secretária?
Cash assentiu enquanto deixava a cadeira em seu lugar.
—Diz que se a contratarem para ocupar-se da segurança, terão que lhe dar uma insígnia e uma pistola, e assim poderá me deter sempre que a fizer trabalhar além da conta.
Anahí riu contra sua vontade. Tinha-o notado distante uns minutos, e se havia sentido incomodada.
—É um mau chefe?
—Temperamental.