Fanfic: Dominada pelo Desejo
Um silêncio ensurdecedor seguiu à saída do Alfonso. Depois de percorrer o corredor, Anahí ouviu como fechava a porta do quarto de banho de uma portada. Apesar de estar algemada à mesa, deu um salto, sobressaltada.
Com um comprido suspiro, Deke se impulsionou da parede. Anahí observou que a olhava enquanto se aproximava e compreendeu como se sentia um cervo diante dos faróis de um carro. O que devia pensar esse homem dela, depois de que tivesse admitido que o queria enterrado em seu sexo enquanto Alfonso a penetrava analmente? Era melhor não sabê-lo. Embora Alfonso lhe havia dito que Deke praticava o ménage, havia algumas coisas que não se deviam confessar em voz alta. Ao menos, Deke parecia tomar-lhe com calma...
A diferença do Alfonso.
Seu pior pesadelo se feito realidade; rendeu-se ao Alfonso e à natureza submissas que ele jurava que ela possuía, logo lhe tinha contado suas fantasias. E ele se tornou louco. Não como Andrew. Alfonso não a tinha chamado puta depravada nem lhe havia dito que se buscasse ajuda profissional. Mas tinha sido muito claro. Não poderia ter sido mais gráfico nem que o tivesse desenhado.
Deus, tinha jogado tudo a perder! Que diabos lhe passava? Se essa última fantasia deixava estupefato inclusive ao Alfonso, ela devia ser uma completa e total depravada.
Anahí conteve o impulso de fechar os olhos e tornar-se a chorar. Já o tinha feito uma vez, depois de que Andrew se enfurecesse verbalmente com ela. As lágrimas não serviam para nada. As derramar não faria que desaparecesse sua mais íntima fantasia nem os problemas que tinha criado.
O próprio Alfonso lhe tinha assegurado que suas fantasias eram perfeitamente normais e que não havia nada do que envergonhar-se. «Mentiroso», queria gritar. Mas não ia esbanjar saliva.
Isso lhe passava por confiar nele.
Maldita seja, essas fantasias estavam estragando sua vida, sentia-se atormentada pela culpa e por afugentar aos homens. Tinha que as superar e expulsar as de sua cabeça custasse o que custasse.
Deke rodeou a mesa, e Anahí observou seu avanço, olhando por cima do ombro como ele se acomodava detrás dela sem dizer uma palavra. Ele podia ver tudo. A larga linha de suas costas. O úmido calor de seu sexo inchado pelas carícias do Alfonso. Os globos nus de seu traseiro. Uma quebra de onda de mortificação a cobriu junto com outra coisa a que não quis dar nome. Fechou os olhos.
Com os pulsos e tornozelos algemados, Anahí não podia fazer nada mais que lhe deixar olhar e absorver o calor que ele desprendia justo detrás dela. Alfonso tinha estado no mesmo lugar fazia menos de cinco minutos. Conteve o fôlego.
Em silêncio, Deke se inclinou sobre ela, cobrindo sua pele fria. A suave camiseta de algodão e os duros músculos de seu peito lhe cobriram as costas nua. Dura como o ferro, seu pênis ardia entre suas nádegas através dos jeans. Era um mormaço, muito forte para ignorá-lo, misturado com humilhação.
Realmente, aquilo provava quão retorcida era. Não podia, simplesmente, matar seu desejo?
Sentiu a cálida palma da mão do Deke na cintura, curvando os quentes dedos sobre a redondez de seu quadril nu. Roçou-lhe o pescoço com o nariz, e Anahí soltou outro tremente suspiro. OH, Deus, o que ia fazer Deke? Ela estava nua, atada e indefesa. Quão único impedia que ele a violasse eram um botão, uma cremalheira e sua consciência.
Alfonso lhe tinha advertido que Deke não era o tipo genial que parecia. Anahí se sentiu invadida pelo pânico.
Esse enorme loiro era um desconhecido que ia toca-la, a seduzi-la. A fode-la. E ela não podia fazer nenhuma maldita coisa para lhe deter. Deixando a um lado suas fantasias sobre um trio, não queria sexo com ele... não sem o Alfonso.
Ela se esticou tremente contra as extremidades masculinas e lhe advertiu.
-Deke.
Detrás dela, ele se ergueu e o sentiu mais duro.
-Agora sei por que Alfonso está tão louco por ti. Cheira genial.
Sua voz era como uma carícia suave que se deslizou por suas costas e se converteu em uma vibração sensual. Anahí tremeu. Os largos dedos se aferraram a seu quadril para mantê-la quieta.
-Maldito seja, me solte! -exigiu-lhe.
-Shhh -lhe murmurou contra seu cabelo, lhe acariciando brandamente o quadril com o polegar-. Paciência, boneca.
-A merda a paciência! Ser utilizada e abandonada não vai reluzir precisamente minhas melhores virtudes. Só quero sair daqui.
Deke suspirou. Com a mão livre lhe tirou a algema do pulso direito. Logo lhe liberou a outro pulso. Depois retirou, apartando a sólida calidez de seu corpo das costas da Anahí. Ajoelhou-se e lhe liberou os tornozelos.
-Pode te manter em pé? -o olhar que se cravou no dela, brilhava com astucia e preocupação.
Tinha-a solto? Assim sem mais? Suspirou aliviada.
Anahí se incorporou e o olhou por cima do ombro para descobrir que se estava ajustando a braguilha.
-É preciosa e eu sou um homem. -Um sorriso brincava nas comissuras de sua boca-. Jamais lhe foderia sem o Alfonso. Palavra do Boy Scout. -Levantou três dedos com o símbolo dos exploradores.
Mas, a foderia com o Alfonso? Anahí sacudiu a cabeça, ante tão ridícula pergunta. Depois de como tinha reagido Alfonso a essa mesma sugestão... bem, Anahí tinha mais probabilidades de converter-se em uma Santa. Mesmo assim seu corpo se estremeceu ante a possibilidade, totalmente irrelevante preocupante.
Voltou-se para o Deke, cruzando os braços sobre o peito para cobrir os mamilos visíveis por cima do bordo do indecente sutiens. Deke não a havia tocado. Mas ela não era o tipo de mulher que se passeava em couros diante de um perfeito desconhecido.
-Hum, obrigado, mas não parece um Boy Scout.
-Não o sou -admitiu ele-. Só queria que captasse a idéia. Além disso, acredito que já tiveste suficiente por uma noite.
Imediatamente, todo o acontecido retornou à mente da Anahí. Alfonso gozando. Alfonso amaldiçoando. Alfonso deixando-a abandonada.
Que lhe partisse um raio! Bom, aquilo não era culpa do Deke, era culpa do Alfonso, mas ele não estava ali. Deke era o espécime masculino que tinha mais à mão, assim seria seu cabrito expiatório.
-Você crê? -respondeu-lhe com sarcasmo enquanto se afastava, da mesa.
Falharam-lhe as pernas. Se Deke não se apressou a estender a mão para sujeitá-la, ela teria caido sobre o frio chão de cimento.
Com uma maldição, ele a levantou nos braços contra o duro calor de seu peito.
-Tem todo o direito do mundo a estar de saco cheio com o Alfonso.
Anahí se cobriu os inflamados mamilos com os braços e levantou a vista para os insondáveis e fortes rasgos do rosto do Deke.
-Não vais pôr te do lado do Alfonso?
Ele baixou o olhar para ela com o cenho franzido.
-Demônios, não.
Disse-o como se devesse ser óbvio. Acaso os caras não se cobriam as costas uns aos outros só por princípios?
Sem logo que fazer ruído Deke percorreu o corredor, passando por diante da porta fechada do quarto de banho até o dormitório e a depositou em cima da cama desfeita. Brandamente, cobriu-lhe os ombros com o lençol, lhe tampando os mamilos nus.
-Espera aqui. Já volto.
Franzindo o cenho, observou-o dá-la volta e sair da habitação com um marcado passo militar que fez evidente seus anos no exército. Era um soldado. Um guerreiro. Preparado para lutar e proteger. Disposto a foder, como Alfonso. Mas com o Deke parecia mais fácil falar. Por que então desejava ao enigmático Alfonso?
Anahí suspirou. Ao parecer, preferia ao Alfonso porque necessitava novas provocações em sua vida. burlou-se em silêncio. Sim, isso era exatamente.
Com passos silenciosos, Deke entrou de novo no dormitório com um tubo entre as mãos. Sentou-se na beira da cama e lhe apartou o cabelo da frente.
-Sei que está zangada. Alfonso rompeu a confiança que depositou nele. Prometeu ocupar-se de ti e de seu prazer. Esta noite, não o tem feito. Tem suas razões. Alfonso terá que as compartilhar contigo. Não sou eu quem deve fazê-lo. -Encolheu os ombros e deixou o tubo a um lado-. Não posso fazer nada para aliviar seu coração, mas posso aliviar seu corpo. Sente-se.
Aturdida, enquanto tentava assimilar as palavras do Deke, Anahí acessou e se incorporou com o lençol por cima dos peitos. Alfonso tinha suas razões? Que razões podia ter para lhe provocar um infinito prazer e logo deixar que sumisse no desespero? Para fazê-la sentir outra vez como se fosse um feto?
Antes de que pudesse aprofundar em seus pensamentos, Deke lhe rodeou as costas com uma mão e com rapidez lhe desabotoou o sutiens. Enquanto Anahí continha o fôlego, os suspensórios se deslizaram por seus braços. Ele a ignorou e lhe colocou brandamente a mão no ombro, logo baixou o lençol.
Anahí tragou saliva e levantou as mãos para cobrir-se. Deke se antecipou e lhe agarrou os pulsos, as sujeitando aos lados.
-Me solte -protestou ela.
Ele se inclinou sobre ela e soltou um suspiro de resignação. A pressão de seus dedos em torno de seus pulsos era surpreendentemente suave.
-Olhe, acabo de ver como gozava com tal força que parecia capaz de provocar um terremoto enquanto meu melhor amigo lhe fodia o traseiroo. Não cre que podemos nos saltar toda esta tolice da virgem modesta? Estou tratando de cuidar de ti antes de ir a colocar algo de sentido na cabeça de nosso amigo em comum.
Hum, olhando o daquele modo, Deke tinha bastante razão.
Com um suspiro, Anahí deixou de resistir e se relaxou sobre a cama.
Sacudindo a cabeça, Deke agarrou o tubo que tinha deixado a um lado. Tirou o plugue e, com dedos ágeis, apertou a vasilha. Um atoleiro de azeite claro cobriu a palma de sua mão. Deke se esfregou as mãos.
Logo pôs cada uma em cima de um peito.
Anahí ofegou tensa, e procurou seu olhar. Deke a ignorou e se centrou na tarefa.
O azeite, esquentado por suas mãos, impregnou seus peitos, cobrindo seus doloridos mamilos. Até que ele não os aliviou com o azeite balsâmico, Anahí não se deu conta de quão machucados estavam realmente.
Mas quando lhe esfregou os doloridos peitos com as palmas, sentiu que uma aguda sensação atravessava seu corpo. Anahí fechou os olhos, em parte envergonhada e em parte... melhor não pensar nisso. Que demônios lhe passava?
Logo Deke concentrou o azeite justo nos bicos dourados, e começou às rodar brandamente entre seus dedos, as massageando com um ritmo lento e hipnótico. E com cada roce, com cada carícia, com cada puxão, aquela sensação começou a converter-se em algo que Anahí, aborrecida, reconheceu como desejo.
-Anahí. -A voz do Deke era mais rouca e profunda.
Ela tentou ignorar a atração que exercia essa voz. Mas a voz ressonou em sua cabeça, palpitando ao mesmo tempo que seus doloridos mamilos.
Disposta a apresentar batalha, abriu os olhos e lançou ao Deke um olhar de advertência. Ele tinha as bochechas ruborizadas. Seus olhos eram agora de um profundo azul escuro. Mas apartou as mãos de seus peitos, arqueou uma sobrancelha e lhe dirigiu um sorriso contrito.
-Agora sei com exatidão por que Alfonso está caido por ti. Cólera e submissão em um tenro pacote. -Aspirou bruscamente-. Dá a volta.
-Caido por mim? -Agitou as mãos no ar-. Estamos falando do mesmo homem? Do que me amaldiçoou e saiu como alma que leva o diabo da habitação depois de que lhe dissesse... bom, enfim, deveria me haver calado. Mas com essa atitude ficou claro que queria que me perdesse.
-Boneca, conheço o Alfonso há dez anos. Estivemos juntos no exército. Temo-lo feito juntos com a mesma mulher, e a idéia jamais lhe incomodou no mais mínimo. Até que te conheceu .
Alfonso tinha participado antes em um ménage?Com o Deke? A surpresa a golpeou no estômago, deixando-a sem fôlego. Com rapidez, recordou a conversação que tinha mantido com o Alfonso sobre as preferências do Deke. Tinha sentido que Alfonso conhecesse a vida sexual de seu amigo se em algum momento ele tinha formado parte dela, algo que por outra parte a enchia de ciúmes.
Mas se Alfonso tinha participado de algo assim no passado, por que agora rechaçava a idéia?
-Ter fantasias sobre um ménage, é algo que Alfonso tinha que saber -lhe assegurou Deke.
-Mas...
-Incomodou-lhe? Bem, isso é problema dele, não teu. -Suspirou-. Dá a volta.
Ela vacilou, mas Deke não se deu conta já que se levantou da cama e desapareceu da habitação. Com o cenho franzido, ela cravou os olhos nele quando retornou.
Um homem estranho. Bastante considerado, face ao ocorrido essa noite. Apesar de ser tranqüilo, racional e normal, gostava dos trios. E embora obviamente estava excitado, não fazia mais que aliviar as marcas que outro homem tinha deixado em seu corpo. Não a tinha pressionado para fazer nada, apesar de sua reação ante ele, quando a maioria dos homens tivessem considerado luz verde o evidente desejo da Anahí.
Logo tinha tentado acalmar seus sentimentos feridos, lhe assegurando que ela significava algo para o Alfonso. Embora Anahí sabia que estava equivocado, agradeceu que tentasse fazer que se sentisse melhor.
Rodando sobre seu estômago, Anahí apoiou o rosto no travesseiro com um suspiro cansado. Inalou entrecortadamente, e captou o aroma do Alfonso. Almíscar, couro, mistério, homem. O aroma masculino nunca deixava de invadir sua corrente sanguínea como um vinho embriagador que a drogava com desejo. Só que esta vez, vinha acompanhado com uma sensação de perda.
Assim que Alfonso tinha sabido qual era sua mais profunda fantasia, tinha-a abandonado. E parecia não estar disposto a recuperá-la. Essas malditas vontades de chorar que lhe atendiam a garganta só conseguiam a encher o saco ainda mais.
Ouviu um ruído de passos sobre o chão de madeira. Anahí se esticou até que reconheceu a cadência dos passos do Deke, mais largos e lentos que os do Alfonso, mais silenciosos. Relaxou-se, aliviada e decepcionada de uma vez.
Com mãos enérgicas, Deke lhe cobriu as nádegas e as abriu. Anahí se rebelou e abriu a boca para lhe perguntar que diabos se pensava que estava fazendo, mas só lhe colocou um pano quente e o esfregou brandamente para eliminar o lubrificante.
-Se mais tarde te encontrar dolorida , um banho te sentará bem -lhe murmurou, voltando a cobri-la com o lençol-. Agora dorme.
Anahí assentiu, aumentando os olhos quando ele se inclinou sobre ela. Não iria A...? Sim, o ia fazer.
Um momento depois, Deke cobriu sua boca com a dele. A suave pressão de seus lábios foi como um suspiro. Um beijo seco, quase casto. De algum jeito, ele tinha conseguido transmitir afeto, consolo e inclusive um claro indício de desejo. Logo, depois de roçar uma última vez os lábios sobre os dela, apartou-se.
-Sim, agora sei exatamente por que Alfonso se tornou louco por ti -disse ele com um agridoce sorriso na boca quando ficou de pé.
-Um momento! -Anahí lhe agarrou a mão-. Como chegou a aceitá-lo? Quando aprendeste a te sentir bem com...?
-Com os trios? -disse ele, acertando à primeira e encolhendo-se de ombros-. Foi aos dezessete, quando ouvi que uma mulher gritava extasiada sob uma penetração dupla. Não há nada melhor que saber com exatidão como fazer que uma mulher perca a cabeça.
-Mas não é algo que seja normal, não é algo que faça todo filho de vizinho.
Deke cruzou os braços sobre o peito.
-Luc e eu temos vizinhos. Duvido que saibam que compartilhamos mulheres, mas me importa um nada se o fizerem.
-Luc?
-Meu primo. Vivo com ele agora que estou fora de serviço. É o que se encarrega de ter a casa em perfeito estado, à espera de que a mulher adequada deva viver conosco.
Teria que estar morta para não perceber o tom sarcástico na voz do Deke.
-Não acha possível que isso possa ocorrer?
Sentiu-se triste por ele. A pena nos olhos do Deke lhe indicava o muito que o desejava.
-Que mulher em seu são julgamento quereria viver com um chef temperamental e um ex-sargento? Se por separado faríamos que uma mulher caisse na bebida, juntos... -encolheu-se de ombros-. Me conformo de maneira que funcione uma noite ou duas.
Deke mentia. Mentia a ela, e se mentia a si mesmo. Esses desejos lhe estavam custando a felicidade.
-Mas isso agora não vem ao caso -disse interrompendo os pensamentos da Anahí-. Estávamos falando do Alfonso e de você.
Estava claro que Deke não queria falar de si mesmo mais do que ela queria falar de si mesmo.
-Terá que aceitar seus desejos para ser feliz. E não deveria te conformar com menos. Alfonso te ajudará. Não te posso dizer quando ou como ocorrerá, mas conseguirá te sentir bem contigo mesma. Disso estou seguro.
Anahí tentou conter a frustração. Por que todo mundo lhe dizia que tudo se arrumaria quando aceitasse a si mesmo? Estava claro pela reação do Alfonso que a coisa não era tão simples como parecia.
Maldita seja, havia-se sentido genial quando tomou a decisão de entrar no quarto de jogos do Alfonso. A maneira em que a havia tocado, o prazer de seu tato, cada carícia aduladora, tinham-na feito sentir-se aceita, como se tudo o que tinha passado entre eles na habitação de jogos tivesse sido correto. E logo... Logo, ele a tinha abandonado. Isso queria dizer que nem tudo era normal nela, verdade?
Maldição, tinha estado alguma vez mais confundida?
Para não contrariar ao Deke, assentiu com a cabeça.
-Eu... Obrigado.
Uma simples palavra de agradecimento parecia insuficiente, dado que se tinha ocupado de sua comodidade física e a tinha tratado com correção. Além de ter despido sua alma ante ela, tinha-a feito sentir-se feminina e importante; tinha sido como um bálsamo depois do rechaço do Alfonso.
Sorrindo, Anahí se ajoelhou na cama e lhe cavou as bochechas.
-Não é muito..., mas, obrigado.
Logo posou sua boca na dele e com um suspiro feminino lhe roçou os lábios antes de apartar-se. Isso era realmente estranho. Essa compressão mútua tinha provocado uma ligeira chama de desejo. Anahí não o compreendia mais do que o compreendia a ele. Mas de todas formas estava agradecida.
-De nada. -Ele se apartou, lhe alisando brandamente a massa de cabelo dourado-. Trata de descansar agora. Deveria recuperar forças. É difícil de acreditar depois de todo o ocorrido, mas vim até aqui porque ninguém respondia ao telefone. Queria lhes dizer que ao que parece o perseguidor abandonou Lousiana. Diga ao Alfonso, porque eu estarei muito ocupado lhe chutando o traseiro, que esse bastardo destroçou a casa de seu noivo faz três dias, e que tentou por fogo a sua casa no L. A. ontem.
-OH, Deus meu -Pobre Christopher. Estava tão orgulhoso dessa casa e não tinha por que haver-se metido nesta confusão por ela. Só tentava ajudá-la. E sua própria casa... -Maldito seja!
-Sei -a tranqüilizou Deke-. É um asco. Mas o bom é que, estando tão furioso como está, se esse bastardo soubesse onde te encontra agora mesmo, já estaria aqui, não indo de um lado a outro do país destruindo suas propriedades.
Deke tinha razão, e parecia fortalecer o raciocínio de que Reggie era o perseguidor. Não se tinha incomodado em chamá-la fazia dois dias, e ele era uma das poucas pessoas que sabiam que ela estava na Lousiana. Além disso, nunca tinha tido o que se chama um bom caráter. Estaria louco? Obcecado? Provavelmente as duas coisas de uma vez. Anahí suspirou.
Até agora tinha estado a salvo porque ficou com o Alfonso. Mas esta noite as coisas tinham trocado. Dado o rechaço do Alfonso - outro homem mais que a tinha desprezado depois de conhecer suas fantasias-, e a informação do Deke, ela tinha que começar a valer-se por si mesmo.
Se Reggie já tinha dado o primeiro passo, possivelmente... possivelmente fora o momento de que ela também tomasse cartas no assunto.
Alfonso tinha imaginado que Deke sairia ao alpendre traseiro, onde a noite se abatia sobre o pântano e o ar frio de fevereiro arrepiava sua pele nua. Depois de tomar uma larga ducha, pôs-se a bata que Anahí tinha deixado pendurada na porta do quarto de banho. Essa maldita coisa cheirava a ela, o que o voltava a pôr incrivelmente duro.
Tentando apagar de sua mente a sensação do apertado ânus da Anahí em torno de seu pênis e sua expressão de dor quando saiu disparado do quarto de jogos, Alfonso agarrou a garrafa de cerveja e se voltou para seu amigo para receber a reprimenda que sabia que merecia.
-Não faz falta que diga nada -lhe assegurou Alfonso, tomando um comprido gole de cerveja.
-Já, mas quero fazê-lo. -Deke se acomodou na cadeira do lado e o fulminou com o olhar-. Te comportaste como um bode.
-Tem razão. Anahí só... deixou-me nocauteado. Não tinha nem idéia de que tivesse fantasias sobre um ménage. Logo que pode aceitar a idéia de submeter-se a mim. Que haja pensando em ser possuída por dois homens... -encolheu-se de ombros-. Foi como se me pegasse um tiro. Reagi sem pensar.
-Traiu sua confiança e não cumpriu nenhuma das promessas que lhe fez.
-Não o nego. -Alfonso se passou uma mão pelo rosto cansado-. Maldita seja. Já é mau que lhe tenha dado as costas, mas estive a ponto de castigá-la por ter essa fantasia. O mais provável é que se sinta miserável e rechaçada.
-Não quer compartilhá-la.
-Não, não quero -admitiu Alfonso, bebendo outro comprido gole de cerveja. Com ar distraído se perguntou quanto lhe levaria embebedar-se para deixar de preocupar-se com haver-se comportado como um asno.
-Pela Kayla?
Nada como pôr o dedo sobre a chaga. Sua ex tinha traído os votos matrimoniais com um de seus melhores amigos, lhe retorcendo as vísceras com uma fúria que levava anos alimentando com ira e ódio. Agora essa velha ferida voltava a abrir-se ao pensar em outro homem tocando a Anahí. Maldita seja, Kayla nem sequer lhe tinha importado muito, e entretanto, ao descobrir que outro homem a tinha atirado, encheu-se de uma raiva assassina.
Mas Anahí lhe importava e muito.
-No que se refere ao Anahí sou um egoísta bastardo que quer conservar para si todo esse doce descaramento, essa submissão e esse doce sorriso. Quero ser o único homem que acaricie esse formoso cabelo de fogo, e o único que ela tome com sua boca. Quero ser o único que saiba como é bom seu sexo, o único que sinta como se fecha seu traseiro sobre seu pênis. -Soltou um comprido suspiro-. Mas não é o que ela quer.
-Ama a essa garota?
Alfonso fechou os olhos apertando-os, enquanto agarrava a garrafa fria com tal força que se perguntou se a romperia. Como podia responder a isso quando jamais tinha experiente antes o amor? Sentia-se eufórico quando ela era feliz, e sombrio ante sua tristeza; estava disposto a matar a todo aquele que a ameaçasse, e se daria de tortas por ter amaldiçoado seus desejos e esmagado sua florescente sexualidade. Assim...
-Sim, estou seguro de que esse é o caso. Desde o começo tudo foi diferente com ela -soltou uma risada amarga-. Maldita seja, inclusive sonhei com ela antes de conhecê-la. Com seu corpo, seu aroma, a maneira em que me faz sentir. Desde o começo senti como se me tivesse pego pelas bolas, mas em realidade o que apanhou é meu coração.
-Tem que fazer o que for melhor para ela.
-Eu não.... -Lançou um novo suspiro e acrescentou-: Tenho intenção de reclamá-la, e sei que é minha responsabilidade cumprir cada um de seus desejos. Mas sinceramente, não sei se poderia ver como alguém, você por exemplo, possui-a e me conter para não lhe arrancar as bolas.
-Se a amas e quer vê-la feliz, tem que lhe dar o que necessita. Ou jamais se sentirá completa e o que tenha com ela será uma mentira.
Tão tranqüilo, tão cabal. Maldito Deke!
-Do contrário -continuou Deke-, sempre haverá uma parte dela que guardará para si, algo que não te dará jamais a não ser que a satisfaça por completo.
-Uma parte dela que guardará para si? -Alfonso ficou paralisado. Um nó de apreensão lhe retorceu o ventre. Ainda não tinha conseguido chegar até ela por completo. Tinha-o esperado... mas não tinha sido assim. Ao parecer, tinha esperado em vão. Como podia fazê-la sua se ela não se rendia por completo?
Mas então as palavras do Deke lhe recordaram que ela já tinha posto de sua parte. Ele teria que pôr da sua.
-Vamos, Alfonso. Já sabe do que falo não? Não o viu? Não o há sentido?
-Produz-te algum tipo de perverso prazer ter razão e me jogar isso na cara? -Alfonso suspirou e bebeu outro comprido sorvo de cerveja fria-. Onde está Anahí?
-Coloquei-a na cama, sã e salva, e espero que dormiu. Parecia cansada.
-E seguro que te aproveitaste.
Deke sorriu ante o grunhido do Alfonso.
-Poderia havê-lo feito. É uma mulher muito formosa.
Alfonso também sabia isso sem lugar a dúvidas. Embora não gostava que Deke a tocasse, não podia mais que culpar-se a si mesmo por havê-la abandonado. Assim que o deixou passar. Por essa vez.
Autor(a): annytha
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—Anahí é como uma suave carícia no pênis e uma patada no traseiro de uma vez—resmungou Alfonso. —Não é o único homem que a ama. Tem namorado em Houston, recorda? Christopher. Grande filho de cadela! Como se necessitasse a complicação que supunha esse bastardo. —Sim. —O que vais fazer com ele? Enquanto siga em cena, ela não será tua. —Obrigado por recordar ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 417
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elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:29
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elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:26
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elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:26
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