Fanfics Brasil - Capítulo 14 Dominada pelo Desejo

Fanfic: Dominada pelo Desejo


Capítulo: Capítulo 14

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—Pode sair —disse Deke, com a risada borbulhando em sua voz.
Anahí ficou rígida sob a lona que havia no chão do pequeno bote. Deke estava falando com ela. Maldição! Como demônios tinha sabido que estava ali?
Interrompeu-se o rítmico movimento dos remos, e o bote se deteve; as turvas águas do pântano golpearam o casco metálico da embarcação. Tinham chegado já ao embarcadero do Lafayette?
—Sei que está aí, Anahí —disse Deke enquanto levantava a lona.
A fria brisa da noite açoitou de repente o corpo meio nu da Anahí enquanto levantava a vista para o Deke. A lua chapeada iluminava a contraluz a imponente figura masculina, obscurecendo seus maçãs do rosto angulosos e fortes e o queixo quadrado. A diversão aparecia em seus rasgos.
—Como soubeste?
—Tive que passar por cima de ti para me colocar no bote —disse rindo—. Embora a lona tivesse conseguido te ocultar, em quando empurrei o bote se fez evidente que havia alguém mais a bordo. E alguém não muito grande. Assim foi minha única suspeita.
Maldita seja, tinha tentado afastar-se do Alfonso, e do mar de problemas em que se converteu sua vida, sem que ninguém se inteirasse.
Com uma risada afogada, Deke se inclinou e a ajudou a ficar em pé.
—Boneca, parece encantadoramente frustrada. Não me leve a mal. Nós, os das Forças Especiais, sempre emprestamos atenção aos pequenos detalhes. Nunca se sabe quando isso te salvará a vida. —encolheu-se de ombros—. Alfonso te teria ouvido sair pela janela do dormitório se não tivesse estado sentado no alpendre afogando suas penas com cerveja.
O vento a açoitou de novo, e Anahí se estremeceu. A enorme calça de moletom do Alfonso, a camisa de algodão que tinha atada sobre o umbigo e as finas meias três-quartos não eram suficiente amparo contra a fria brisa úmida. Não deviam estar a mais de cinco graus de temperatura.
—Não vou voltar.
—Não tem por que fazê-lo.
Anahí se rodeou com os braços, tentando proteger do frio e suspeitando que a resposta do Deke tinha duplo sentido.
—Bem. Só quero recolher minha bolsa, encontrar o carro e me afastar daqui tanto como seja possível.
—Quer dizer te afastar do Alfonso?
.
Ela se encolheu de ombros.
—Só se estiver muito bêbado para averiguá-lo por si só. Mas não demorarei muito em receber notícias dele, assim não terei que lhe avisar.
—Bêbado ou sóbrio não virá a por mim.
—Dê-lhe uma hora, dois como muito. —Jogou-lhe uma olhada a seu relógio—. Arrumado a que não demora mais de quarenta e cinco minutos.
Ela não acreditava possível. Acaso Deke estava cego ou era estúpido?
—Esse homem me deixou em pedaços depois de me haver provocado um choque.
—Provocou-lhe um choque? —Deke riu—. Seria divertido, mas é impossível. Simplesmente o surpreendeu, partiu para pensar. Se tivesse acreditado por um segundo que ele não viria a por ti, te teria deixado com ele no pântano.
Deke acreditava a sério que Alfonso voltaria por ela. Essa mesma noite. Estaria decepcionado? Ou se alegraria de não ter que fazer mais de canguru dela?
Mas isso agora não importava. Tinha que sair dali, afastar-se dos pântanos e do Lafayette, e do Alfonso, antes de que fizesse algo que terminaria lamentando mais tarde.
—Por que? Eu quero ir, por que me deixaria com um homem que não quer estar comigo?
A brisa fria de fevereiro se abriu passo entre as magras roupas da Anahí, deixando-a gelada. Amassou-se um pouco mais entre seus próprios braços.
—Que não te quer? —perguntou Deke com incredulidade enquanto se tirava o sueter pela cabeça—. Mulher, não sabe nada sobre os homens. Quando Alfonso apareça, coisa que não demorará para fazer, lhe pergunte por que te seguiu.
Anahí tentou seguir a conversação sem ficar a babar. Cada centímetro esculpido do torso do Deke estava gloriosa e dolorosamente nu. Foi consciente do duro e forte que era. Esse homem era enorme! Que ombros. Tinham que medir perto de um metro de largura. Céu santo, menos mal que sabia que Deke não pensava lhe fazer mal, de outra maneira, estaria aterrada de encontrar-se a sós com ele.
—Levanta os braços —ordenou ele.
—Te vais morrer de frio.
Ele negou com a cabeça.
—Tenho um de reserva no Hummer. Levanta os braços.
Esta vez, ela acessou. O calor que prometia o objeto era muito atraente para negar-se. O sueter envolveu seu corpo como uma nuvem cálida e suave que se estendeu além das pontas de seus dedos e quase até seus joelhos.
Deke riu.
—É muito grande, boneca. Com meu sueter parece minha irmã pequena.
Sem saber se ria ou chorar, Anahí saiu do bote e subiu ao embarcadouro de madeira. Deke amarrou a embarcação e a seguiu.
—Assim que termine de rir a minha costa, eu gostaria que me levasse às Sereias Sexys para recuperar minha bolsa e me afastar de tudo isto.
Deke arqueou uma sobrancelha leonada.
—Já sabe que esse é o primeiro lugar onde Alfonso te irá procurar.
—Bom, então temos que nos apressar para que não me pilhe se sair para me buscar —«Se o fizer, claro».
—Sua limusine, milady —disse assinalando, com uma pícara e brilhante sorriso, um Hummer H3 cheio de sujeira estacionado a uns três metros. Os aros da enorme caminhonete tinha quase a mesma altura da Anahí.
Ela bufou. Como se um cara tão grande precisasse ter um veículo tão intimidador. Era excessivo.
Assim que ele desbloqueou as portas com uma chave-mando que tirou do bolso, abriu-lhe a porta do acompanhante e a ajudou a subir ao veículo. Não podia chamá-lo «carro». Era mais como um tanque com assentos de couro e GPS.
Quando se acomodou no assento, ele fechou a porta. Anahí agradeceu não seguir submetida a esse terrível ar frio.
Detrás dela, abriu-se e fechou uma porta. Uns momentos depois, Deke subiu ao assento do condutor com um sueter do West Point e um sorriso.
Caminho de Las Sereias Sexys, Anahí lhe pediu que a deixasse na porta traseira. Quão último precisava era atravessar o local cheio de gente com um moletom do Alfonso, um sueter do Deke e sem sutiens nem sapatos. O mais provável é que parecesse recém saída de uma festa universitária.
—Como se fosse a te deixar sozinha. —A voz do Deke destilava sarcasmo—. Acreditam que seu amiguinho o franco-atirador está na Califórnia. Mas não é seguro. Até que não saibamos com certeza onde está, não penso me arriscar.
Não havia maneira de rebater esse argumento. Era melhor ir com cuidado que lamentá-lo mais tarde. Queria acreditar que Reggie estava ainda em Califórnia, destrambelhando porque ela tivesse desaparecido, mas quem podia sabê-lo...
Deke estacionou o Hummer no beco traseiro, logo a ajudou a sair. Detiveram-se ante a porta traseira e Deke chamou com o punho. Uma nova rajada de ar gelado percorreu o beco. Ao Anahí tagarelaram os dentes. Sendo de Los Angeles não podia suportar aquele frio. Sem dizer uma palavra, Deke moveu seu corpo para protegê-la do gélido ar e a rodeou com os braços.
Alyssa abriu a porta e cravou os olhos neles com um olhar surpreendido que trocou com rapidez por uma de decepção.
—Vá, mas se é Hei-Man.
A sexy proprietária do clube vestia essa noite um espartilho negro de couro que roçava a ilegalidade e uma minissaia a jogo que deixava ao descoberto essas pernas intermináveis embutidas em umas méias de liga. Deu um passo atrás sobre seus saltos de agulha para deixá-los entrar. A música retumbava na pequena entrada do clube. Era difícil passar por cima a letra da canção, uma melodia dos oitenta sobre garotas quentes que necessitavam amor.
Entraram e Deke fechou a porta atrás deles.
—Mas senão é minha bailarina favorita. Que tal vai?
Alyssa se retirou o cabelo cor platina do rosto e olhou ao Deke com desdém.
—Bom até agora me acreditava afortunada de não receber notícias tuas ou de seu primo. A última mulher que esteve com vós não pôde caminhar em uma semana.
—Não tem por que preocupar-se. Preferimos às damas.
A ex-stripper ficou rígida.
—Vou o foder vivo.
Deke se encolheu de ombros.
—Não me importaria, mas não é o tipo do Luc. Obrigado de todas formas.
—Não me estava oferecendo —explodiu a mulher—. A próxima vez que queira algo, envia a seu primo. Ao menos é educado.
Assim deixava claro que Deke não o era. O que acontecia com esses dois? Anahí observava a cena com o cenho franzido. Alyssa e Deke caíam realmente mal. Muito mal.
—Odeio interromper —interveio Anahí entre dentes—, mas posso recuperar minha bolsa, Alyssa?
A mulher a olhou.
—Anahí? Caramba, sinto muito, não te tinha reconhecido com o cabelo dourado e... que demônios tem posto?
—Um moletom do Alfonso e um sueter do Deke.
A expressão da Alyssa sugeria algo não apto para menores.
Anahí se ruborizou de vergonha e cólera.
—Não é o que pensa, mas não pergunte. Só quero recuperar minha bolsa e sair daqui.
—Encontrou Alfonso ao cara que te perseguia?
—Não, mas acreditam que está na Califórnia me buscando dado que ontem ateou fogo a minha casa.
Alyssa a agarrou pela mão.
—Eu não estaria tão segura, carinho. Vêem comigo. E você também, músculos de esteróides.
Anahí a seguiu por um estreito corredor que desembocava em um escritório. Deke as seguiu, resmungando que ele jamais tinha usado esteroides. Anahí não lhe emprestou atenção. Sabia Alyssa algo novo do perseguidor?
A mulher fechou a porta do pequeno escritório. Ah, estava sem o som. Que alívio.
Dirigiu-se atrás do escritório com umas pernadas surpreendentemente largas e seguras apesar dos muito altos saltos, e agarrou um envelope grande. Era um envelope familiar de papel de manila. Sem franquear.
Ao Anahí lhe caiu a alma aos pés.
—Chegou esta manhã. Ao que parece, quão indigente o trouxe disse que um homem lhe pagou para que o entregasse em mão. Teria chamado ao Alfonso para dizer-lhe mas hoje estive em Nova Orleáns. Acabo de retornar e vê-lo.
Com mãos trementes, Anahí abriu o envelope e tirou as fotos. Só havia duas, tinham sido tomadas em Las Sereias Sexys o dia que Alfonso a tinha levado ali para ocultá-la e disfarçá-la. Fazia só três dias disso? Tinham ocorrido tantas coisas após que parecia que tinha passado toda uma vida.
A primeira foto mostrava ao Alfonso, com os dedos curvados sobre o quadril da Anahí e a palma da mão sobre a curva de seu traseiro. Tinha a boca justo sobre sua orelha. Anahí se estremeceu ao recordar aquela voz hipnótica e a sombra da barba que lhe cobria o rosto que atentavam contra seus sentidos.
Tragou-se o nó de pesar e desejo enquanto passava a seguinte foto. A impressão a deixou sem fôlego.
Alfonso a agarrava pela nuca e a mantinha imóvel baixo o firme ataque de sua boca. Devorava-a com os olhos fechados. A foto fixa tinha captado a agressividade, a possessividade de seus dedos no frágil pescoço feminino, a pressão de seus ombros, como se estivesse determinado a aproximar-se tanto a ela como fora possível. Sua boca, completamente aberta, devorava a dela. Anahí não pôde evitar olhar fixamente a foto; nela abraçava ao Alfonso pelo pescoço, apertando os peitos contra seu tórax e abrindo os lábios com anseia para saborear tudo o que esse beijo pudesse lhe oferecer. Não só aceitando-o, mas também desejando-o ardentemente, estremecia-se com apenas olhá-la.
Deke soltou um assobio.
—Grande beijo.
—Sim, jamais tinha visto o Alfonso tão concentrado em algo que não requeresse umas algemas —comentou Alyssa com franqueza.
Anahí lhe dirigiu um olhar atormentado. É obvio que Alyssa se deitou com o Alfonso. Provavelmente mais de uma vez. Que mulher em seu são julgamento não o teria feito tendo a oportunidade ao alcance de sua mão? Além disso, não podia mais que olhar à exótica criatura vestida de couro negro e com uma brilhante cascata de cabelo platino que exsudava sexualidade por todos seus poros para que Anahí se sentisse como um patinho feio... com roupas enormes, sardas e cheia de repressão.
Deus, tinha que afastar-se dali. Se ficava o suficiente para ver o Alfonso tocar a essa ou a outra mulher, a imagem a destroçaria. Não tinha dúvidas. Tinha acreditado no Alfonso, tinha-lhe aberto o coração, lhe revelando mais de si mesma do que nunca lhe tinha revelado a outro homem. Lhe importava. Não, era muito mais que isso. Mas não queria pensar nisso.
Era uma estúpida, isso é o que era.
—Se tanto lhe interessam as algemas, posso te conseguir um par delas —disse Deke tentando picar a Alyssa.
A loira se burlou:
—Já você gostaria.
Essa conversação a estava pondo dos nervos. Não tinha nem idéia de por que Deke seguia cravando a Alyssa, mas tampouco lhe importava.
—Chamaste ao Alfonso? —inquiriu Anahí.
Alyssa a olhou com o cenho franzido.
—Não. Ia fazer o agora.
Anahí sacudiu a cabeça.
—Espera a que vá. Quero estar bem longe antes de que apareça.
—Boneca, não pode ir com esse cara solto por aí. Poderia estar te esperando.
Ela tentou não estremecer-se ante essa alarmante possibilidade.
—Tenho que ir. Estou exausta, quero estar sozinha e dormir um pouco. Amanhã...
—Amanhã poderia ser muito tarde. Tem que esperar ao Alfonso e lhe mostrar essas fotos. Deixa que te proteja.
—Esta noite estarei bem. Amanhã pela manhã farei várias chamadas e contratarei a alguém para me proteger. —Olhou a Alyssa—. Pode me dar minha bolsa, por favor? Necessito a carteira de conduzir, as chaves do carro, dinheiro...
—E o que passa com a nota? —perguntou a loira.
—A nota?
Alyssa agarrou o envelope das mãos da Anahí e colocou a mão até o fundo para agarrar uma nota dobrada.
—Esta nota.
A tensão se apoderou da Anahí enquanto agarrava o papel e o desdobrava.

«Pertence-me . Só a mim. Matarei-te antes de que outro homem volte a te tocar».



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Autor(a): annytha

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diou gracias pelos comentarios bebe, capitulo dedicado a vc!!! A brevidade e a ousadia dessas palavras a deixaram gelada. Tinha que ser Reggie. Anahí se cobriu a boca com a mão e sentiu que lhe tremiam os joelhos. Deke a agarrou antes de que suas pernas cedessem e caísse ao chão. Alyssa apareceu diante dela com a preocupação e a confusão refletidas em seu rosto. — ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 417



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  • elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:29

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  • elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:26

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