Fanfics Brasil - 67 Dominada pelo Desejo

Fanfic: Dominada pelo Desejo


Capítulo: 67

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Quatro largas horas mais tarde, cheias de perguntas e papeladas, e com o estômago encolhido pela apreensão, Alfonso chegou ao hospital. Já tinha anoitecido. Estava manchado de sangue, e não lhe importava absolutamente. A polícia lhe tinha estado interrogando sobre a morte do Andrew. Durante todo esse tempo, Alfonso não tinha deixado de perguntar-se, morto de medo, como estaria Anahí.


  Depois de perguntar à enfermeira de recepção, correu a toda velocidade à habitação da Anahí.


  Com o coração em um punho, deteve-se em seco na soleira.


  -Mon Dieu.


  Com a camisola azul pálida do hospital, ela parecia sem vida, com o rosto ainda mais branca que o travesseiro. Inclusive seus sexys cabelo cor canela se desvaneceram em um nada. Tinha uma via no dorso da mão conectada a uma bolsa de soro e uma vendagem no ombro direito que se estendia, sob a camisola, até seu tórax.


  Se Anahí morria, seria por sua culpa. Se nunca tivesse posto em marcha essa estúpida vingança, se a tivesse protegido em vez de foder-le o corpo, a mente e... o coração, ela não estaria debatendo-se entre a vida e a morte.


  -Como se encontra? -perguntou ao Deke quando entrou na habitação com as mãos trementes.


  Christopher estava de pé ao outro lado da cama, com os braços cruzados sobre o peito, apoiado contra a parede. Parecia um homem com um enorme peso sobre os ombros. Alfonso o compreendia.


  Afundou-se em uma incômoda cadeira da cor do vômito e não pôde evitar perguntar-se como diabos tinham terminado pendurando os dois pela mesma mulher outra vez. E por que, cada vez que o faziam, tudo acabava em desastre.


  -Bom. Trouxeram-na do sala de cirurgia faz aproximadamente vinte minutos e disseram que ia se pôr bem.


  Genial. ficaria bem. Isso era quão único importava.


  -Merci Dieu. -Soltou o fôlego que tinha estado contendo.


  Deke continuou.


  -É uma ferida superficial. A bala entrou e saiu limpamente, justo por debaixo da clavícula. Detiveram a hemorragia. Vieram perguntar se algum de seus amigos ou familiares são AB positivo e pode lhe doar sangue. -Encolheu os ombros, desculpando-se-. Eu sou B negativo. É também um grupo estranho, mas não o adequado. Sinto muito. Vou por uma taça de café. Quer?


  Alfonso negou com a cabeça.


  Maldita seja, nem sequer podia ajudar ao Anahí a recuperar-se. Odiava sentir-se tão condenadamente impotente.


  -Eu sou 0 positivo.


  Quando Deke saiu da habitação, Christophere tirou a jaqueta e se arregaçou a camisa.


  -Eu sou AB positivo. Acabo de dizer-lhe à enfermeira. Virão a me buscar em uns minutos.


  Era um enorme golpe de sorte que Christopher tivesse o mesmo tipo de sangue que Anahí. Alfonso se obstruiu com as milhares de respostas que tinha na ponta da língua. Ao final soltou a única possível.


  -Obrigado.


  -Anahí também me importa. É o mínimo que podia fazer.


  E era bastante para o Alfonso. Que Christopher doasse seu sangue significava que ele ainda teria uma oportunidade de redimir-se e embora Anahí não queria voltar a lhe falar, conformava-se sabendo que ela estava bem.


  De fato, a ferida da Anahí lhe tinha feito dar-se conta de muitas coisas. Essa absurda vingança que tinha tramado quase lhe tinha destruído. Tinha que lhe pôr fim. Tinha que assegurar-se de que não voltasse a ocorrer nada como aquilo. Era o momento de fazer as pazes com o Christopher.


  E de liberar-se.


  Ficando em pé, Alfonso colocou a mão no bolso interior do casaco e tirou um velho pacote com uma fita de vídeo.


  -Pega-a ofereceu ao Christopher.


  -O que é isto? -Christopher levantou para ele seus desconcertados olhos azuis.


  -Estou seguro de que sabe o que é. Recolhi-a de meu escritório. Está aqui perto. Tenho outra cópia em uma caixa de segurança. Darei-lhe isso a semana que vem. Já é hora de que as você tenha.


  Christopher se deu conta do que era.


  -O vídeo da Kayla? Não me vais ameaçar nem a me chantagear se apresentar a alguma candidatura?


  -Não -respondeu Alfonso com firmeza antes de retornar a seu assento.


  -Sério? -Christopher o agarrou pelo braço-. Por que? Por que agora?


  Alfonso olhou a seu némesis -seu velho amigo- outra vez.


  -Me apaixonar pela Anahí me demonstrou o rápido que lhe podem ir as coisas das mãos. Amava a Kayla, e quando meu orgulho não me permitiu deixá-la partir, apesar de que ela me pediu o divórcio, reclamou-a da única maneira que podia. De ter estado em seu lugar, possivelmente tivesse feito o mesmo.


  -Amava-a. Rompeu-me o coração quando me deixou. -A monótona resposta do Christopher foi suficiente para saber que ele nunca se recuperou daquela ruptura.


  Pela primeira vez em sua vida, Alfonso compreendia o que se sentia.


  -Vou perder a Anahí por esta vingança -resmungou Alfonso, passando-as mãos pelo cabelo-. É algo que deveríamos ter resolvido faz tempo. E se ela quer casar-se contigo, não me interporei. Não quero que tenha razões para me odiar. Simplesmente, faz-a feliz.


  Christopher se esfregou a frente e sorriu com amarga ironia.


  -Tentarei-o, mas não vou casar me com ela. Alfonso, não é minha noiva, e jamais a toquei. É minha meio-irmã.


  Se Christopher lhe houvesse dito que era um rinoceronte disfarçado, Alfonso não se teria surpreso tanto.


  -Sua meio-irmã?


  Com um assentimento de cabeça, Christopher continuou:


  -Isto não pode sair daqui. Sempre foste um homem de palavra, inclusive quando eu não fui.


  -Seu segredo está a salvo comigo.


  -Obrigado. -Christopher suspirou, levantou-se e se passeou de um lado a outro da habitação-. Meu pai deixou grávida a sua mãe quando trabalhava como bolsista para ele. Pagou-lhe uma soma substanciosa para que desaparecesse do mapa e nunca mencionasse seu nome a ninguém, nem sequer a Anahí. Faz uns três anos, quando meu pai começou a falar de apresentar-se à Casa Branca, contratou a um assessor que lhe disse que se fizesse cargo de todos os trapos sujos da família. Meu pai me falou então da Anahí. Fui visitar a seguindo suas ordens para comprar seu silêncio. Mas ser seu irmão eu gostei mais do que tinha imaginado. Mantivemo-nos em contato, nos vendo cada vez que podíamos. Estive presente quando gravou seu primeiro programa.


  Um lento sorriso curvou as comissuras da boca do Christopher, logo voltou a ficar pensativo.


  -Quando começou este assunto do perseguidor, ofereci-lhe minha ajuda. Mas protegê-la de Houston era impossível, e quando esse idiota se masturbou em sua cama, disse-lhe que se devesse viver comigo. Inventamos a história de que era minha noiva posto que não podíamos lhe dizer a ninguém a verdade.


  E Alfonso o tinha tragado como o que mais. Acreditou-se que Anahí era sua noiva, e a tinha açoitado para cumprir sua vingança.


  A vida ia ser um inferno sem ela, mas ao menos se alegrava de havê-la tido por um curto tempo. E embora obviamente Anahí não ia casar se com o Christopher, duvidava que voltasse a lhe dirigir a palavra de novo.


  -Com certeza que tê-la contigo não gostou a seu pai.


  -Não te faz uma idéia. -O amargo sorriso do Christopher falava por si só-. De qualquer maneira, sentia-me aterrorizado quando recebi as ordens de ir ao Iraque durante três semanas. Sabia que a ia deixar sozinha e desprotegida. Inclusive pensei em te chamar; é o melhor guarda-costas que conheço. -Suspirou-. Mas não podia te dar essa classe de poder sobre mim. Nunca me ocorreu que estava esperando a que me comprometesse com alguém para te tirar a tibia de cima.


  -Três anos, sim. Não pensava me dar por vencido.


  -Não te culpo -admitiu Christopher com voz fraca-. Alegro de que ao chegar ao D.C. se pospor a missão. Espero que as coisas entre nós se arrumaram de uma vez por todas.


  -Assim é. -Alfonso suspirou-. Obrigado por me dizer a verdade.


  Logo guardou silêncio. Alfonso cravou a vista na Anahí, como se assim pudesse despertá-la.


  Ela não moveu nem um músculo.


  -Está sedada?


  -Temo-me que sim. Estava acordada faz dez minutos, mas agora...


  A tensão e a esperança ataram as vísceras do Alfonso.


  -Há dito algo?


  -Não. Só olhou ao redor, viu-nos o Deke e a mim, e voltou a fechar os olhos.


 


  Não tinha perguntado por ele. E por que ia fazer -lo? Era uma estupidez esperar que o fizesse. Do ponto de vista da Anahí, Alfonso lhe tinha mentido, tinha-a utilizado e se aproveitou dela. Por que ia acreditar que a amava? E se ela alguma vez tinha pensado que o amava, bem, depois da esclarecedora conversação com o Christopher, teria trocado de opinião.


  Perder a Anahí era justo o que se merecia. Mas lhe custava aceitar a realidade. Saber que nunca voltaria a tocá-la fazia sentir como se tivesse uma faca parecida no coração.


  -Suponho que é o melhor. Não sentirá dor.


  -Certo.


  E não ia se despertar agora. E inclusive embora o fizesse, queria que ele estivesse ali?


  Não. Nunca quereria voltar  te-lo perto.


  Alfonso arrastou a bota pelo chão com cheiro  a desinfetado, sentindo uma terrível opressão no peito.


  --Deveria ir. Lhe diga...


  O que? Que diabos podia lhe dizer para melhorar as coisas? Seria necessário um maldito milagre para fazê-la trocar de idéia, e Alfonso não acreditava merecer-se nenhum milagre.


  Ao final, optou pelo mais singelo.


  -Lhe diga que o sinto.


  Enterrando os punhos com força nos bolsos dos jeans, Alfonso se obrigou a dar as costas a Anahí e a sair de sua vida.


 


 



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Autor(a): annytha

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galera desculpa o sumiço das webs, meu pc pirou e a placa queimou de vez. mas ja provindenciei uma nova e essa semana ainda teremos capitulos novos em todas as webs, espero que compreendam, beijos e obrigado mais uma vez!!!!!!


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Comentários do Capítulo:

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  • elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:29

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  • elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:26

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