Fanfics Brasil - 70 Dominada pelo Desejo

Fanfic: Dominada pelo Desejo


Capítulo: 70

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  Christopher abriu a porta para deixar passar ao desconhecido, mas não foi Alfonso quem apareceu na soleira.


  -Deke. -A decepção se abateu sobre ela sem piedade.


  -Olá, boneca. Não parece muito contente de me ver.


  -Estou-o. Sinto muito. -esforçou-se em esboçar um sorriso.


  -Como vai?


  Ela tentou encolher os ombros, logo fez uma careta. Merda, deixaria de doer o ombro alguma vez?


  Sim, e provavelmente essa dor desapareceria antes que o de seu coração.


  -Estou me recuperando -disse ela-. Como vai você?


  -Pois estou tentando me tirar de cima a um imbecil, certo cajún, já sabe. Quer me ajudar?


  -Falas do Alfonso? Duvido que possa fazer algo. Já me deixou claro o pouco que significo para ele.


  -Bom, não acredito que seja assim. Desde que foi não faz mais que grunhir e embebedar-se, logo dorme a Mona até a bebedeira seguinte. Sabe que está zangada com ele. Hei-lhe dito que é muito covarde para verte. Disse-me...


  -Posso imaginar o que te disse. -Anahí fez uma careta.


  -Sim, melhor não repeti-lo. Ele te necessita.


  -O que precisa é uma surra -replicou ela.


  -Se o insultasse, sentiria-se agradecido, boneca. Ao menos estaria falando com ele.


  Anahí não soube o que dizer. Uma parte dela queria mandar ao Alfonso ao inferno. Ele tinha feito as pazes com o Christopher no hospital. Logo se tinha partido sem dizer uma só palavra, acreditando que estava sedada. Ela tinha estado atordoada e muito afligida para dizer algo..., mas o suficientemente acordada para ouvir toda a conversação.


  Entretanto, isso não o convertia em um «bom menino». Era um bastardo.


  -Dá-me igual a te aporrinhe ou que tenha uma ressaca diária. É o que se merece, Deke. Paguei sua vingança com meu coração e com um pedaço de minha alma.


  -Me acredite, ele também o está pagando, e com acréscimo.


  As palavras do Deke foram como uma patada no estômago, como se a tivessem atiçado com uma vara.


  -Panaquices.


  -Ama-te. Só que não tem nem idéia de como voltar a te conquistar e pensa que nem sequer se merece a oportunidade de tentá-lo.


  -Ao menos coincidimos em algo -respondeu ela.


  Mas em seu coração renasceu a esperança. Seria possível que isso fora o que o mantinha afastado dela, a culpabilidade e não a falta de vontades?


  -Só fala com ele. Estará-nos fazendo ao avô Brice e a mim um grande favor.


  Anahí vacilou, sentia-se condenadamente tentada.


  -Por que deveria lhe fazer um favor a esse ancião que me trouxe lingerie fina em vez de roupa para me fazer cair nas garras de seu neto?


  -Porque pensa que é perfeita para seu neto. Todos acreditam. Inclusive Alfonso. Vamos -rogou Deke-. Fala com ele. Só uma vez.


  -Isto é absurdo. -Pôs os olhos em branco.


  Mas se temia não enganar a ninguém. O desejo de ver o Alfonso superava suas reservas. Inclusive a pesar do medo a cair outra vez sob suas redes, a ser derrotada por seu próprio desejo, a aferrar-se a ele como uma estúpida e lhe conceder o poder de machucá-la de novo, estava disposta a vê-lo.


  Deke se encolheu de ombros.


  -Farei o que faça falta para te abrandar.


  -Se Alfonso quiser  me ver, sabe perfeitamente onde me encontrar.


  -Já. Mas o impede esse sentido de culpa tão católico que tem, Anahí. Sabe que chateou as coisas, e não quer te impor seu amor.


  -Não me ama! -gritou ela.


  -Não é certo -apostilou Christopher-. O ouvi dizer em dois idiomas. Jamais tinha visto que Alfonso sentisse isso por outra pessoa. Não me coube a menor duvida quando o vi: ama-te.


  Anahí inspirou profundamente. Seria possível que ela significasse para o Alfonso algo mais que essa maldita vingança? Que ela não tinha sido só um meio para conseguir um fim?


  -Posso ver o que acontece essa tua cabeça. De acordo, passar uma manhã em seu interior não me converte em um perito, mas...


  -Não preciso ouvir isto -disse Christopher com uma careta.


  -Estou seguro de que tem um montão de perguntas sem responder -continuou Deke-. Escondida aqui não vais conseguir as respostas.


  Ela recuou mentalmente. Primeiro, esse filho de uma cadela lhe recordava aquela horrível e maravilhosa manhã que tinha passado com os dois quando cumpriu ao fim sua fantasia. A mais incrível de todas, apesar dos temores e reservas do Alfonso. Logo lhe dizia que se comportava como uma covarde. Genial.


  E não só isso. Também podia sentir o olhar reprovador do Christopher. Deke se merecia uma boa patada no traseiro, mas isso seria mais tarde.


  Sacudindo a cabeça para esclarecer seus pensamentos, Anahí se obrigou a centrar-se. Embora Alfonso tivesse afastado suas reservas, tinham ocorrido muitas coisas.


  Tinha o protesto na ponta da língua. De maneira nenhuma pensava falar com o Alfonso.


  Mas... maldito Deke, tinha razão. Ninguém tinha respostas para ela salvo Alfonso.


  -Fala com ele -a ordem tranqüila do Deke foi direta a seu sentido comum e o fez pedaços-. Vêem comigo.


  Tinha a mente feita uma confusão, mas uma coisa estava clara: Alfonso era um homem forte, sagaz, puramente sexual, o que ela tinha estado procurando durante toda sua vida. Podia ficar ali, perguntando-o que poderia ter sido. Ou podia ir falar com ele e averiguar se suas palavras de «amor» eram algo mais que papel molhado.


  -Está bem. Mas não espere que seja benevolente.


  -Não o esperava. -Deke sorriu ampliamente. Esses olhos azuis faiscavam de diversão.


  -Me dê dez minutos para me arrumar.


  Deke sorriu ainda com mais amplitude.


  -Que sejam cinco. Alfonso estava abrindo outra garrafa de uísque quando saí.


  Subindo ao enorme Hummer do Deke para a comprida viaje à cabana do Alfonso na Lousiana, Anahí pensou que se não o conhecesse melhor, teria suposto que Deke tinha escolhido esse veículo para compensar um déficit em seus atributos masculinos. Mas sabia que não era assim... graças ao Alfonso. Porque lhe tinha concedido essa fantasia.


  Era uma tolice lhe dar mais voltas ao acontecido as duas últimas semanas, mas ela o tinha feito um milhão de vezes. Alfonso a tinha apanhado, tinha-a tentado com todas essas fantasias luxuriosas com as que sempre tinha sonhado. Ele as tinha feito realidade. Não podia negá-lo.


  Mas para ela tinha sido algo mais que simples prazer. Muito mais. Quando tinha estado com o Alfonso, Anahí tinha acreditado com toda sua alma, que ela significava algo para ele. Saber que tinha feito tudo isso por vingança a tinha deixado destroçada e agora era incapaz de dormir, de comer..., de respirar. perguntava-se como diabos se supunha que ia viver com essa dor.


  -Pensa muito. Quase consegue que me doa  a cabeça.


  Lhe dirigiu um olhar reprovadora.


  -A diferença de vós os homens que não pensam em outra coisa que em suas pequenas vinganças e em seus pênis?


  A seu favor, devia dizer que Deke não parecia surpreso.


  -Sim, conhecia o plano do Alfonso. Mas acredito que deixou de ser uma vingança com bastante rapidez.


  -Não faça de advogado do diabo. Não quero ouvi-lo.


  As palavras do Deke só a confundiam e a faziam albergar esperanças. Ia ver o Alfonso para conseguir respostas. Ponto. E se não gostava do que ouvia, continuaria com sua vida... sozinha. De qualquer maneira, não esperava que Alfonso pudesse convencer a de um amor imperecível. Com sinceridade, como podia sair adiante uma relação de  uns dias quando tudo a seu redor tinham sido perigos e mentiras? Ia contra toda lógica.


  Mas isso não trocava o fato de que se apaixonou totalmente por ele durante esse tempo. E a diferença dos outros homens com os que tinha estado, o que sentia pelo Alfonso parecia forte e duradouro.


  Maldita seja.


  Deke pôs a luz de alerta aos subúrbios de Houston, logo entrou no estacionamento de um motel cheio de flores com pequenas habitações cujas portas estavam recém pintadas.


  -Tem que recolher a bagagem antes de continuar? -perguntou-lhe.


  -Não exatamente.


  Deke estacionou, logo se girou para ela.


  -Alfonso tinha intenção de  levar ao Christopher a cópia do vídeo ele mesmo. Fiz-o eu, não pensei que Alfonso e Alfonso fossem uma boa combinação na estrada.


  -Alfonso e Alfonso?


  -Alfonso  tinha bebido uma garrafa do Alfonso Daniel`S.


  -Assim está aqui? -perguntou-lhe, sentindo que o coração lhe acelerava como se estivesse no bordo de um precipício.


  Deke assentiu com a cabeça.


  -Veio a Houston para entregar o vídeo e não pôde fazê-lo porque estava muito bêbado? O muito filho de uma cadela preferiu beber uma garrafa de uísque que aproximar-se de mim?


  -Não. Quando viemos, fizemos uma pequena parada. Ao inteirar-se que estava com o Christopher, decidiu não ir. Negou-se a te incomodar.


  De todas as idéias amalucadas e estúpidas...


  Antes de que Deke pudesse dizer nada mais, Alfonso abriu a porta da habitação que tinham diante, despenteado, com barba de três dias e gloriosamente descamisado. A luz do sol se refletiu em seu rosto. Alfonso entrecerró os olhos e olhou de mau humor para o Hummer.


  -
-Entregaste o maldito vídeo? -gritou Alfonso, tentando protegê-los olhos do astro rei.


  -Hum. Já diz algo mais que tacos -comentou Deke-. Possivelmente esteja meio sóbrio.


  -Isto é ridículo. Não sei por que me incomodei em vir até aqui para escutar as respostas de um homem bêbado que quão único queria era me jogar um pó para vingar-se de outra pessoa, me leve de volta com o Christopher.


  -Ainda não. Dez minutos. Lhe dê pelo menos esse tempo. -Anahí não disse nada-. Se não o fizer, terei que começar a implorar outra vez. -Anahí lhe dirigiu um olhar que deveria lhe haver deixado claro que esta vez não lhe ia servir de nada, mas, como sempre, Deke a ignorou-. Soltarei um gemido extra se não entrar.


  -Uf! Bom. Dez minutos, logo ou me leva de volta a casa ou chamo um táxi. E contratarei um valentão para que lhes dê uma surra aos dois. Por idiota.


  -Essa é minha garota. -Plantou-lhe um beijo suave na bochecha, logo lhe dirigiu um sorriso radiante.


  Anahí só pôs os olhos em branco.


  -Venha, acabemos de uma vez com isto.


  -Agora te ajudo a baixar, mas espera aqui um minuto. Não acredito que Alfonso possa verte com o sol e os guichês tintos. E quero que ouça algo. -Deke descendeu do Hummer e chamou o Alfonso-. Sim, já o entreguei.


  -Trouxeste-me outra garrafa?


  -Trouxe-te outra coisa. Não quer saber se vi a Anahí?


  -Assim estava ali. -Soltou um suspiro. Logo tragou saliva e esticou a mandíbula-. Como está?


  -Melhor que você, ela não anda meio bêbada.


  -E o ombro?


  -Bem. Estava levantada e passeando-se daqui para lá. Tinha bom aspecto.


  Alfonso assentiu com a cabeça. Um simples gesto. Mas o cenho franzido de seu rosto rasgou a Anahí. Tinha as sobrancelhas franzidas, os olhos fechados, a mandíbula tensa, parecia triste. Pesaroso. Destroçado.


  A imagem tomou por surpresa, rasgou-lhe o coração. Seria verdade que ela... importava-lhe? Isso era o que parecia. Não podia vê-la, não tinha nenhuma razão para atuar ou simular algo que não sentia.


  Anahí tragou saliva.


  -Acredito o que queira a que estava muito bonita. Sempre o está.


  Deke se deteve diante do Alfonso, na calçada, sob o sol do entardecer.


  -Sim, e parecia bastante de saco cheio .


  -Não sente saudades. Não lhe haver contado a verdade foi um estúpido engano que o chateou tudo. Tive a oportunidade e... -sacudiu a cabeça, um gesto que mostrava seu pesar- não a aproveitei.


  -Bom, isso te converte em um completo imbecil, mas não é por isso pelo que estava  de saco cheio.


  -Não? Então por que? -Parecia completamente confundido.


  Alfonso não sabia? Como podia não sabê-lo? Como era possível que não o compreendesse? Incrível.


 



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Autor(a): annytha

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  • elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:29

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  • elizacwb Postado em 28/01/2013 - 15:31:26

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