Fanfic: Uma reviravolta ? - TERMINADA *--*

Capítulo Seis – Dulce Narrando

Sentei-me
como se estivesse apenas com Maite ali. Fingindo que estava tranquila,
obviamente.

- Dulce,
minha filha, estes são Alexandra e Victor Uckermann! Aqueles ali são
Christopher, como já deve conhecer, e Sophia. –Tio Carlos apresentou. Eu
cumprimentei o casal, e olhei de relance para Christopher e Sophia.

- Ahn,
Maria, pode mandar servir, por favor! – chamou tia Sandra. Enquanto a janta era
servida Mai cochichou comigo:

- Tudo bem
com você?

- Na medida
do possível! – respondi, logo olhando para minha tia. Ela me olhou
tranqüilamente, e sorriu, me passando confiança. Sorri de volta.

Almoçamos
calmamente, conversando sobre coisas casuais. Eu não via a hora de poder sair
dali, mas ainda tinha que negociar com aqueles... argh! Eu já havia decidido o
que faria, mas tudo dependeria de como aconteceria.

Quando fomos
para a sala Sophia me fulminou com o olhar, e eu apenas abri meu sorriso de
deboche para ela. Ninguém poderia imagina o quanto de raiva que eu estava dessa
garota. Sentamo-nos no sofá. Eu e Mai no menor, Christopher com Sophia em outro,
Alexandra e Victor em frente á nós, e meus tios nas poltronas reclináveis á
minha direita. Chegara a hora!

- Então é...
– começou Victor, e começou mal, aliás.

- Dulce. –
eu apenas disse me forçando a não revirar os olhos.

- Ah, sim,
claro. Dulce. Então, Dulce, vamos conversar. – me acomodei no sofá, e Mai
relaxou um pouco ao meu lado.

- Qual sua
proposta, Sr Victor? – senti que todos me olhavam, perplexos, mas mantive meu
olhar em Victor, e vi ele se remexer, pego desprevenido.

- Bom, como
seus tios devem ter lhe dito, sou dono da maior construtora do país, e a casa
de seus... a sua casa, - corrigiu-se ele – ela é muito valiosa. Uma boa
localização, um bom terreno...

- Sr Victor,
disso eu sei. – me coloquei um pouco á frente no sofá. – Vamos supor que eu lhe
vendi a casa. – ele assentiu compenetrado – O que fará com ela? Porque, como
dono de uma construtora, sei que morar nela você não vai! – eu disse antes de
sorrir, impecavelmente.

- Ah, sim.
Não, eu não vou demoli-la, se é o que estava pensando... vai ficar para o
Christopher e Sophia, depois do casamento.

Senti Maite
se retesar ao meu lado, como se tivesse levado uma facada. Fiquei encarando-o,
processando as informações em minha mente. Ele queria a minha casa, a casa que
cresci, a casa que passei meus momentos bons e ruins, a casa onde meus pais
fizeram tudo por mim... ele apenas queria a casa para deixar para depois do
casamento do Uckermann com aquela... aquela... argh, aquela coisa que ele chama
de nora!

- Victor,
porque não demos um tempo para a menina pensar? – perguntou Alexandra, olhando
para mim carinhosamente e depois se voltando para o marido.

- Não! – eu
disse. – Não preciso pensar! Me dê sua proposta.

- Dulce... –
meu tio começou, mas tia Sandra colocou a mãe em sua perna, para pará-lo. Mai
fez o mesmo comigo.

- Tudo bem.
Dê á ela a proposta Victor! Quero começar a reforma logo. – disse Sophia.
Aquela foi a gota d’água. Olhei para ela, séria.

- Sophia,
faz um favor para mim? – a garota me encarou, como se pedisse para continuar. –
Fique em silêncio. Estamos conversando seriamente, e crianças não devem se
envolver nisso!

- Olhe aqui
mocinha... controle sua língua com minha futura nora!

- Me dê a
sua proposta! – repetiu Dulce, ao velho que estava vermelho de raiva, ou
surpresa por Dulce ter dito aquilo.

- R$
640.000,00. – disse ele, de uma vez. Eu tive vontade de rir!

- Sabe o
quanto meus pais pegaram nela?

-
R$100.00,00? – perguntou Sophia.

-
R$900.000,00. – respondi, olhando para ela. – Pode ver que não é qualquer coisa
sim? E ainda não foi tudo. Meus pais gastaram mais ainda para reformar! –
Victor me encarou. – E sabe qual é a minha resposta?

- Diga-me.

- Não. Não
venderei a você a casa onde minhas coisas, minha lembranças e minhas memórias
estão. Elas não serão esquecidas, e pode ter certeza que dinheiro nenhum nesse
mundo vai comprar essas coisas! Não vou sentir falta do seu dinheiro, pode ter
certeza, mas vou sentir a falta daquela casa!

- E porque
não disse isso antes? – perguntou Alexandra, perplexa.

- Porque eu
gostaria de saber o que fariam com a casa! – respondi, controlando a altura da
voz para não gritar. Levantei e comecei a caminhar para fora.

- Só por
isso? Só porque eu vou para lá depois do casamento? – perguntou Christopher, o
que me fez parar e olhar para trás.

- Não, não é
por isso. Eu só não quero a memória dos meus pais enterrada junto com a sua
vida depois que casar com ela! – respondi e sai.

Abri o
portão e Lars apareceu, ao meu lado.

- Quer uma
carona?

- Não,
obrigada Lars. Quero andar um pouco, arejar a cabeça! – continuei andando
deixando-o lá.

Caminhei sem
rumo, pensando. Eles queriam a casa... mas não para o bem das empresas... argh.
Só em pensar naquela garota dentro da minha casa me dava enjôo. Mas não foi só
pelo motivo do uso da casa, eu já havia decidido não vender muito antes, eu só
tinha que saber para que ele a queria, com tantas casas boas na cidade. Droga,
minha cabeça agora ta latejando. Isso sempre acontece quando fico
sobrecarregada, e em breve vou ficar com dor no pescoço também. Nada bom.

Droga!

- Ouch!
Nossa, droga! – resmunguei.

Entendam, eu
estava tão desligada que acabei por trombar em um rapaz que também vinha
distraído. Legal não?

- Me
desculpe, eu estava distraí... – ele parou e me encarou. – Dulce?

- Sim. Ahn,
dês... Ah, não! Não, não pode ser verdade! – eu disse abrindo um sorriso, no
meio daquela zona que era a minha cabeça.

- Dulce! –
ele sorriu e me abraçou, me girando no ar.

- Gustavo!
Para agora. – eu gargalhei. – Sério, Gu, me coloca no chão! – sim eu havia
acabado de encontrar o meu primeiro namorado, o que eu namorei na... quinta
série, eu acho.

- Nossa,
Dul, nunca imaginei te encontrar por ai! Meu Deus garota!

- UAU.
Sério, não é você, é? – ele riu me colocando no chão.

- Sou eu
sim. Nossa que saudades pequena. Ei, onde você ta estudando?

- No Elite
Way. Porque?

- Ah,
maravilha. Eu cheguei agora da Espanha. Quer dizer, cheguei ontem, mas preciso
me matricular. E vai ser lá no Elite Way. Vamos lá comigo?

- Agora?

- É.

- Certo,
vamos.

- Ahn, é,
Dul...

- Fale e não
guarde. – eu disse o lema dele, fazendo-o sorrir.

- Sinto
muito por seus pais. De verdade! – Ai, ele fica com cara de bebê quando ta
triste.

- Tudo bem.
Obrigada Gu, mesmo! Bom, vamos? Não temos a vida inteira.

- Vamos.

Ele sorriu e
voltamos, por onde eu tinha vindo. Caminhamos enquanto ele me contava os anos
que passou na Espanha, suas aventuras... tudo. Eu gostava do Gustavo Chase por
causa desse senso de vida que ele tinha. Esse jeito de cuidar das coisas
difíceis calmamente, fazendo-o pensar. Era tão bom quando eu estava ao lado
dele, as épocas antigas...

Chegamos em
frente ao colégio.

- Nossa,
aqui é bonito mesmo.

- Só por
fora. – eu disse e entramos. Ele fez a matrícula dele, começando no outro dia e
saímos.

- Ei,
pequena, me diz, onde você ta morando?

- Com a Mai,
minha prima, lembra?