Fanfic: Uma reviravolta ? - TERMINADA *--*

Capítulo Nove – Dulce Narrando

Quando
descemos para a sala minha tia me olhou com repreensão.

- Nunca mais
faça isso Dulce!

- Desculpe tia.
Não farei mais! – eu disse, normalmente. Chris e Poncho estavam sentados no
sofá me olhando. – Ei, oi pra vocês.

Chris olhou
para mim, me observou sinceramente juntamente com Poncho. Olhei para os dois,
estranhando a situação. Tia Sandra passou em silêncio para o escritório do
marido, onde ele com certeza estava. Maite desceu e Annie acompanhou-a e
sentaram-se. Annie ao lado de Poncho e Mai entre Poncho e Christian.

- Ok, to me
sentindo um prêmio da mega-sena. O que foi?

- Você está
pálida. – disse Christian.

- Você
parece cansada. – disse Poncho

- Você
parece um caco! – Comentou Annie.

- Você
deveria ir dormir. – disse Mai, levantando o rosto para me encarar. Encarei
todos eles chocada.

- Eu
concordo com eles. – minha tia gritou da cozinha.

Bufei e
gritei de volta para ela, forçando minha garganta demais.

- Depois
dessa, boa noite. – me virei para os quatro – Obrigada pelo apoio, boa noite. –
me virei e subi as escadas, e quando cheguei ao meu quarto, ouvi a gargalhada
de Chris.

De manhã eu
levantei sozinha, sem Mai gritando na minha porta. Minha cabeça latejava. Eu
nem conseguia mexer minha cabeça de um lado para o outro, ou me abaixar para
calçar o tênis por exemplo. E além de tudo isso, ainda tinha o beijo de
Christopher que não saia da minha cabeça. Ele tinha uma namorada, ele estava
comprometido, e como ele mesmo disse, Sophia era sua quase-noiva.

Tomei banho
lentamente e troquei de roupa. Calça jeans camisa do colégio e All Star
Converse de couro branco. Peguei a mochila e saí no mesmo momento em que Mai,
vestida parecidamente, vinha até mim.

- Ouch,
achei que você tava dormindo. – ela falou normal.

- Ei, fala
baixo. – resmunguei, passando por ela.

- Ih, ta de
mau humor é?

- Não, é dor
de cabeça mesmo! – disse, entrando na cozinha. Meus tios estavam, como sempre,
tomando café.

- Bom dia
minhas queridas! – disse meu tio, sorrindo para nós. Coloquei as duas mãos na
cabeça, sentindo uma pontada aguda. Minha tia levantou a sobrancelha.

- Dor de
cabeça? Foi a chuva de ontem moçinha. Venha, tenho algo aqui. – fomos até um
armário no fundo da cozinha de onde minha tia tirou uma caixa com remédios. Me
deu um comprimido vermelho e amarelo.

- Espanha? –
ela riu e me deu um copo com água. Tomei tudo e ainda tomei um copo de suco.

- Vamos Dul?

- Vamos. –
eu disse á ela. Pegamos nossas mochilas, nos despedimos do casal e fomos para
fora.

No lugar de
Lars estavam Chris, Poncho e Annie. Olhei para os três e lembrei do que falaram
ontem. Comecei a rir, mas minha cabeça começou a doer muito.

- Ta rindo
do que maluca? – Chris perguntou, mas não consegui responder. Minha cabeça
latejava demais, e minha risada havia se transformado em careta.

Consegui
chegar ao meio-fio, e me sentei. Ouvi um carro parar próximo a mim, e logo
haviam mãos fortes e morenas segurando mês braços.

- Dulce?
Dulce? Ta me ouvindo? – sussurrou Lars. Fiz que sim levemente com a cabeça. Eu
não tava morrendo, mas doía pra caralho. Ele me colocou de pé e pude encarar
meus amigos. Mai e Annie estavam assustadas, e Poncho e Christian
confusos.  – Venham, entrem.

Todos
entraram no carro e eu fui atrás entre Poncho e Christian. Ao lado de Poncho
estava Annie e Mai na frente.

- O que
houve Dul?- perguntou Chris.

- Dor de
cabeça. – resmunguei, ainda com as mãos na cabeça como se estivesse
segurando-a.

- Quer ficar
em casa? – perguntou Lars, e eu sacudi a cabeça, negando.

No silêncio
ele dirigiu para o colégio.

Quando
chegamos lá Annie desceu, e depois Poncho, deixando Chris me ajudar a descer.
Subimos na calçada, cheia de alunos, e gente observando, e Chris me soltou mas
ficou por perto.

- Valeu
gente, não to morrendo. Só ta doendo.

- Certeza?

- Absoluta.
Vamos, ta muito cheio. Tchau Lars. – ele apenas acenou e todos nós entramos no
saguão do colégio. Chegado lá o sinal tocou, e os garotos foram para suas
aulas. Mai e Annie me encararam.

- Qualquer
coisa chama?

- Sem
super-proteção, mas sim, eu chamo. – eu disse á Mai. As duas assentiram e
subiram para as aulas. E eu fui para Educação Física. Entrei na quadra e fui
direto ao professor. Era o meu professor do ano passado, o Carlos Magno. Sim
ele tinha o nome do grande imperador, mas era simpático e gentil.

- Profe. –
chamei, quando já estava perto, e ele se virou para me olhar.

- Oi Dulce.
– ele sorriu.

- Oi. Então
profe, eu não vou fazer Educação física hoje... minha cabeça ta latejando, eu
acho que foi da chuva que tomei ontem á noite. – expliquei e ele me avaliou.

- Tudo bem.
Você não parece muito bem mesmo, sente-se na arquibancada.

- É pura
frescura professor. – ouvi a voz de Belinda.

- Se fosse
minha cabeça não chegaria a quase explodir ao ouvir sua voz.  – retruquei e depois fui me sentar.

Observei
todo o jogo de vôlei que as meninas fizeram e um pouco do basquete que os
garotos jogaram. Quando tocou o sinal eu me levantei e voltei para o saguão.
Quando fiz a curva da lateral da escada para subir trombei com uma grande
montanha de músculos, quase caindo. Me segurei no corrimão mais próximo e
resmunguei.

- Olha por
onde anda, babaca!

- Dulce? –
olhei para cima e Christopher estava ali.

- Ah, tinha
que ser você Uckermann. Não basta ter me deixado com dor de cabeça pela chuva
de ontem?

- Você tomou
chuva porque quis. – ele retrucou sério, mas depois seu rosto de suavizou –
Precisamos conversar candy!

- Sobre? –
minha cabeça estava doendo levemente, mas me sentei nas escadas e encostei na
parede.

- Você sabe
sobre o que. Mas não pode ser aqui.

- Ah, daqui
eu não levanto. A não ser para ir para a sala, mas to com preguiça!

- Quantas
vezes você já matou aula essa semana?

- Ahn, acho
que duas... ou três. Não sei. – fechei o olho e senti ele se sentar á minha
frente.

- O que você
tem?

- Dor de
cabeça. – respondi num resmungo.

- Já tomou
alguma coisa?

- Já, em
casa.

- Quer que
eu te leve pra enfermaria?

- Não, odeio
aquilo lá. – lembrei-me da época que fiquei no hospital pelo braço quebrado e
não foi bom.

- Por causa
do braço que você quebrou? – abri os olhos.

- Como se
lembra?

- Lembrando.
As coisas mais importantes para mim, eu nunca esqueci. – ele disse, me olhando
nos olhos.

Foi a mesma
expressão que eu tive num deslumbre antes dele me beijar. Pisquei e minha mente
voltou para o agora, e eu consegui subir um degrau, mesmo sentada. Ele pareceu
voltar ao real também e me olhou.

- Ahn, vai
pra aula?

- Vou... –
me levantei e subi as escadas, direto para minha sala.

Quando
cheguei ao terceiro andar, bati na porta e abri. Meu professor de Inglês se
virou do quadro para mim.

- Srtª
Savíñón? Está atrasada!

- Licença
professor. Posso?

- Entre, e
copie a matéria, rápido. – entrei e fui até mina carteira, na janela, e
sentei-me, no fundo. Puxei meu caderno e meu estojo da mochila e senti o olhar
de Annie e Mai em mim, mas não as olhei.

Comecei a
copiar algumas coisas mas minha mente se desconcentrou. O modo como ele me
olhou quando falou que lembrava de tudo, o jeito como ele falou comigo,
perguntando se estava bem. Minhas lembranças invadiram minha mente...

Na quarta série,
estávamos conversando e brincando na quadra do colégio, esperando o professor
chegar. Eu e Christopher estávamos nas arquibancadas, conversando, enquanto os
outros brincavam de toquinho no vôlei. Todos achavam que éramos crianças, mas
sempre tivemos ma mentalidade de pessoas mais velhas, e desde pequenos
aprendíamos muito rápido as coisas.

- Faz diferença? –
perguntou Christopher.

- Toda a diferença
Uckermann.

- Pare de me chamar
assim, odeio quando faz isso.

- Faz diferença? –
eu ri, e ele apenas me encarou.

- Palhaça. – ele
sacudiu meu cabelo. 

- Ei, não faz isso.
– passei a mão em meus cabelos ajeitando-os.

- Só porque eu te
amo muuito, eu não faço mais! – ele me disse, e eu o olhei nos olhos.

- Também te amo
muito. – ele me puxou para um abraço e quase caímos da arquibancada, rindo
muito.

- Ei...
Dulce?

- Hãm? –
olhei para Daniela atrás de mim.

- Junta
aqui. É pra fazer dupla, e as meninas falaram para mim fazer com você.

Virei minha
carteira até ficar ao lado dela.

- O que é
pra fazer?

- As
perguntas da página 145 e 146, para entregar. Tava em que mundo Dulce? – sorri
para ela, e comecei a copiar me forçando a concentração.

Quando a
aula acabou eu levantei com a mochila e Mai parou ao meu lado. Annie veio até
nós e sentou na carteira da frente.

- Porque
demorou tanto pra entrar?

- Tava no
banheiro. Passei mal, mas já to melhor. Vamos, to com fome.

As duas me
olharam desconfiadas, mas saímos mesmo assim. Descemos as escadas com o colégio
quase vazio. Demoramos pra sair. Conversando chegamos ao saguão onde Christian
e Poncho riam na porta de entrada. E, para meu azar, ao lado deles estava
Uckermann e Sophia. Chegamos perto, e eu me forcei á lançar meu pior olhar para
a bruxa vaca de Sophia, e não encontrar o olhar de Christopher.

- Ei, tão
rindo do que? – Mai perguntou, e vendo ela Christian á abraçou.

-
Christopher tava contando algumas coisas do Brasil. – Poncho respondeu, fazendo
o mesmo com Annie.

- Acho que a
Dul ficou de castiçal aqui! – comentou Sophia, falsamente sorrindo.