Fanfic: Uma reviravolta ? - TERMINADA *--*

- O que aconteceu com você? – ele repetiu, trincando os dentes.

- Você esta me machucando e molhando a casa toda.

Ele respirou fundo e tirou a toalha das costas dela, passando nos cabelos. Ela se virou para ir embora, mas ele a puxou novamente.

- Você não me respondeu!

- Você me responde? Quando eu pergunto algo você responde? Não, não responde. Cale a boca, que eu to falando. – ela gritou quando ele fez menção de dizer algo. – A sua namorada me estressa, você me irrita com esse sorriso cínico e arrogante, minha vida ta de ponta cabeça, meu tio e minha avó querem que eu vá embora... AAH. – ela urrou, irritadíssima, se desvencilhando dele.

Christopher ficou parado enquanto a ruiva andava de um lado para o outro com os passos curtos e decididos, aparentando raiva, e com uma das mãos na testa, esfregando freneticamente. Suspirando e prevendo que ali demoraria desabou no sofá, e continuou observando a garota, com os cotovelos apoiados nos joelhos.

- Dulce... – ele chamou, depois e alguns minutos em pleno silêncio.

- Quieto Uckermann. – ela disse, sem alterar o ritmo.

- Dul!! – alguém gritou entrando, e os dois reconheceram como sendo Maite.  Logo a morena apareceu com uma toalha na cintura. – Quem era?

- Sua mãe. – disse a ruiva, parando em frente á ela, e Christopher percebeu que a garota tremia. – ela disse que talvez passe mais tempo por lá, mas ela vai ligar mais tarde. Ela tava numa reunião com seu pai, e não podia falar muito.

- Ahn. Tudo bem. O que foi que você demorou? – ela perguntou, olhando de esgoela para Christopher de cabeça baixa.

- Nada, só to nervosa com alguns. Se a Sophia inventar de vir pra cá, de um jeito de segurá-la lá pra mim?

- Porque?

- Vou ter uma conversinha com o Uckermann aqui.

- Tudo bem, mas não demore, não sei quanto posso segurá-la. – a morena sorriu e girou nos calcanhares, voltando. Ao longe eles puderam ouvir a morena dizer: - Calma Sophia, ele foi ali na casa de um amigo dele e já vem!

Dulce se virou e caminhou até o sofá de dois lugares e sentou-se com os joelhos dobrados. Abraçou as pernas e colocou a cabeça apoiada nos joelhos. Sua cabeça doía pelas horas em frente ao computador.

Automaticamente, imagens diversas tomaram-lhe a mente. Como por exemplo, no Natal passado, quando seu pai lhe deu a pulseira que tanto queria, ou quando saíram em férias juntos. Ela se lembrava muito bem do sorriso de sua mãe, do cheiro que ela tinha, a forma de ver as coisas... Assim como se lembra de seu pai, o homem que lhe ensinou como não deixar-se cair em frente aos outros, manter-se de pé sempre, guardar as magoas, seja qual elas fossem, até chegar em casa, onde poderia desabar e chorar o quanto quisesse.

Mas agora ela havia aprendido o que é ter amigos, amigos de verdade que se preocupam com ela. Os garotos voltaram, apenas ara manter-se juntos, as meninas haviam ficado mais que amigas, irmãs. Mas ele... ele. Porque com ele tinha que ser tão complicado?

- Shh, você ta chorando. – percebeu que ele se sentara ao seu lado e levantou a cabeça, sentiu também as lágrimas quentes escorrerem por seu rosto. Passou as costas da mão para secar as lágrimas, mas mais caiam a cada vez.

- Sai Uckermann. – ela conseguiu falar, entrecortada. Ele ignorou o pedido dela, puxando-a para seu peito. Passou a mãe em seu rosto e segurou-a junto a si. Ela não fez objeção alguma, apenas deixou-se acalmar pelo cheiro dele. 

- O que foi? – ele disse, depois de minutos sob o silêncio tranqüilo. Ela respirou fundo e levantou a cabeça. As lágrimas cessaram á um tempo, e seu rosto estava seco. Foi ai que lembrou-se de estar apenas de biquíni e ele de sunga, com a toalha nas costas.

- Nada. – ela disse e ele arqueou a sobrancelha.

- Não, com certeza foi alguma coisa. Você surtou, gritou comigo, e se pôs a chorar. O que foi?

- Ah, não sei Uckermann, não sei. – ela disse, se afastando dele. 

- Shh, não me chame de Uckermann.

- Christopher, você esta me confundindo. – ela disse frustrada.

- Dulce, quem esta confuso aqui sou eu. Poxa, o que eu te fiz?

- Você trouxe ela pra cá. Essa, por mais estranho que seja, também é minha casa, e não quero ela aqui! – disse a ruiva fitando-o.

- O que você quer que eu faça? Vá embora? Ou a deixe em casa? – ela perguntou nervoso – Não é fácil assim, Dulce.

- Mas foi fácil pra você, me beijar e me levar pra cama! – ela disse, irritada.

Ele ficou aturdido em silêncio, surpreendido com as palavras dela. Nunca esperaria aquilo de Dulce. A sua Dulce.