Fanfic: Tarde Demais para Você - {DyU}

Monterrey, 2001.

– PENSEI QUE FOSSE MINHA MELHOR AMIGA! – Dulce María gritava, sem controlar a ira e o choro. Christopher Uckermann estava sentado no pequeno sofá vermelho que havia na sala. – COMO PUDERAM FAZER ISSO COMIGO? 

– Dulce. Acalme-se, está descontrolada. – disse Maitê para tentar amenizar a situação, com as mãos tremendo. Dulce levantou um dedo, calando Maitê. Ela cerrou os olhos, engolindo forte o choro e permanecendo assim. – Desculpe.

– CALE A BOCA, SUA VACA SEM ESCRÚPULOS! – Dulce sem segurar a fúria da "melhor amiga" levou a pequena mão forte e acertou em cheio o rosto do lado direito da morena que estava em pé. Os cabelos negros voando para o lado, acompanhando o corpo da morena. Dulce havia dado aquele tapa numa grávida, mas em momento algum arrependera-se daquilo.

Com os olhos cheios d`água, disse olhando o ex namorado e a ex melhor amiga, que dormiram juntos logo numa noite em que os namorados haviam brigado feio.

– Eu nunca, jamais, esperei algo assim vindo de vocês. – disse com mágoa profunda. – O meu coração está ferido, e isso é culpa de vocês dois. Eu nem sei explicar o que estou sentindo, mas se continuar olhando para vocês sou capaz de matá-los, seus desgraçados. – disse, os olhos esverdeados ardendo em fúria e dor.

– Dulce, desculpem-nos. Estávamos inconscientes do ato e simplesmente aconteceu. – disse Christopher, já em pé e com os olhos cheio d`água. Dulce quis partir para cima dele e lhe dar um soco no olho, mas se segurou, não valia à pena uma surra para reverter o que há havia sido feito.

– Cala a boca! Eu não quero ouvir mais nada vindo de vocês, seus traidores. Vocês me trairam, me magoaram completamente, e agora querem o quê? O meu perdão? – sorriu irônica, limpando as lágrimas que pareciam não ter freio. – Eu estou com ódio de vocês, nunca imaginei sentir isso por alguém, mas eu sinto isso. Essa dor que está no meu peito é tão forte, que parece um arame que aperta cada vez mais o meu coração.

– Desculpe, Dulce. – sussurrou Maitê, destruída por ver a amiga assim. – Fazemos o que quiser para que não fique chateada mais.

Dulce riu, a mão coçando para bater novamente no rosto daquela vadia que transara com seu namorado e engravidara dele.

– Se eu pedisse para que abortasse, faria isso? – olhou para Maitê, que ficou ainda mais pálida do que já estava, os lábios carnudos brancos como o de um cadáver. Ela imediatamente pôs a mão na barriga e as lágrimas desciam por sua face. – Está vendo. Nunca faria isso. Eu sinto nojo de vocês, nunca mais conseguirei ser a mesma porque, simplesmente eu fui traída pela garota que dizia ser a minha melhor amiga, e pelo cara que dizia me AMAR! – berrou, indo até a porta da casa e abrindo-a. – Querem não me magoarem mais? Saiam da minha casa e nunca mais apareçam na minha frente! Traidores como vocês não merecem minhas lágrimas e nem ficar perto de mim.

Maitê assentiu, chorando em silêncio. Andou até a porta de cabeça baixa, a franja do cabelo negro caindo nos olhos. Ela passou sem encarar Dulce. Já Christopher olhava para Dulce e via claramente a dor, a raiva, a decepção e a mágoa que ela sentia dele. A dor em seu peito aprofundou-se ainda mais, ele era um canalha, um imbecil, um idiota que não merecia o amor dela, e ainda mais as lágrimas.

– Minhas sinceras desculpas, Dul. – antes de que ela dissesse mais alguma coisa, Christopher saiu. Dulce fechou a porta com força, abaixando ali mesmo e chorando por horas. Sentia-se tão fraca, vulnerável e triste por aquilo, estava sozinha, sem a melhor amiga e sem o namorado. Aquele era o fim definitivo de um grande amor, e de uma grande amizade.