Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

Eu não tive que pensar realmente sobre isso, não havia muitas coisas nesse mundo que eu pudesse negar a Alfonso, não com o coração de Dulce se despedaçando em meu peito ao vê-lo sofrer dessa maneira e principalmente quando Caio estava envolvido. Abri a porta do quarto dele e o vi sentado à cama. Só isso, ele não estava vendo TV ou brincando com um carrinho, só estava olhando para o nada, como o próprio Alfonso descreveu, ele estava parado no tempo. Senti vontade de gritar de dor, de chorar toda a dor que aquele ser tão pequeno estava sentindo.

— Caio. –Chamei.

Ele me olhou a principio sem interesse, mas o reconhecimento inundou seus olhos, talvez ele tenha sentido a presença da mãe ainda tão fortemente em mim, pois Caio desceu da cama correndo e me abraçou com força. Cai de joelhos abraçando-o também e a dor em meu peito cresceu, fechei os olhos e em minha mente via imagens de Caio recém nascido. Seu primeiro sorriso, seus primeiros passos, suas primeiras palavras, lembranças de Dulce que ela guardara com carinho em seu coração, seus sentimentos fluíam dentro de mim como uma represa que se rompe. Caio.

— Caio. Meu bebê precioso. –As palavras saíram de minha boca sem que eu conseguisse segurar.

— Mamãe. –Continuei abraçada a ele, permitindo que chorasse toda a sua dor, aos poucos ele se acalmou e adormeceu em meus braços, suas mãozinhas agarradas fortemente em minha blusa.

— Deixe-me ajudá-la. –Alfonso apareceu ao meu lado e com delicadeza retirou Caio dos meus braços o deitando na cama e o cobrindo. –És realmente uma pessoa gentil. -Disse me ajudando a levantar do chão e me dando um casto beijo na testa.

— Já é tarde. –Disse olhando para o relógio da sala, marcava as dez e meia. –Você poderia me levar para casa?

Eu estava exausta. Física e emocionalmente. Deixar aquela casa, deixar Caio seria doloroso agora, mas eu precisava respirar.

— Você poderia passar a noite aqui. –Ele disse despreocupado se jogando no sofá, mas quando viu minha cara de negação acrescentou. –Digo, quando Caio acordar seria melhor vê-la aqui.

Eu fiquei desarmada. Não era justo usar Caio como desculpa. Alfonso não era burro, provavelmente já percebeu que o menino se convertera em uma fraqueza minha e quando ele colocou desse modo todos os meus medos e preocupações ficaram em segundo plano, o bem estar de Caio ocupando toda a minha mente.

— Tudo bem. –Concordei meio que a contra gosto.

— Ótimo! você pode dormir no meu quarto. –Ele sorriu.

—Não mesmo! – neguei enfaticamente. Alfonso fez um leve careta, mas sorriu depois.

— O quarto de hóspedes já está pronto se é o que deseja, mas as portas do meu quarto estão sempre abertas para você.

— Ora seu...! –Peguei umas das almofadas do  sofá para jogar nele, mas ele foi mais rápido fugindo para o seu quarto. Eu sabia! Ele havia planejado tudo! Joguei a almofada na parede suspirando derrotada.

— Mas não importa. –Disse a mim mesma. –Esse também pode ser um jogo de dois. 

Mil desculpas pela demora, a noite postarei mais um capitulo para compensar