Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

— É por isso que não posso ficar perto de você! –Falei quase desesperada. –Sempre que você está perto meus sentimentos ficam confusos, eu não sei quais são meus e quais são de Dulce.

— Que tipo de sentimentos são? –Ele perguntou sério e cauteloso, quase como se tivesse medo da resposta.

— Que?! –Meu rosto se tingiu de escarlate. Sem chances que eu diria a Alfonso Herrera a profusão de sentimentos que eu tinha por ele.

— Seria amor? –Ele perguntou como lesse uma resposta estampada em meu rosto.

— Você é muito arrogante sabia?!

— Se é amor, então tenho certeza de que esses sentimentos são seus.

— Ahn? Por quê?

— Porque seria incrível se fosse verdade. –Ele sorriu feliz.

E algo nele mudou, suas expressões relaxaram e o sorriso que me regalou cintilou em seus olhos. Eu não havia percebido que o estava encarando feito uma boba até que ele falou:

— Então, vamos para casa?

— Já disse que não irei para sua casa! –Falei mais irritada por ter caído nesse momento de fraqueza do que pela insistência dele.

— Que pena. –Ele suspirou dramaticamente tirando o celular do bolso. –Eu não queria ter que fazer isso, mas... O que você acha que seus pais irão dizer quando souberem que você não tem tomado seus remédios? –Ele mostrou a tela de seu celular, reconheci o numero como sendo o da casa dos meus pais. Meus olhos se abriram em par e por um segundo parei de respirar.

— Você não ousaria. –Disse horrorizada. Fazer faculdade era o meu sonho, mas se meus pais descobrirem que andei relaxando com minha saúde me levarão de volta para casa antes que você consiga dizer: Alfonso seu porco manipulador!

— Não sei. Por que não tenta ir sozinha para aquele seu apartamento solitário?

Senti vontade de esganá-lo, senti a raiva se transformando em rebeldia. O que importava que seus pais soubessem?! Antes voltar pra casa do que se render aos caprichos dele! Uma voz gritava violenta em meus ouvido e por uma fração de segundo cogitei em atende-la, mas voltar para casa era dar adeus a minha liberdade conseguida a tanto custo e sacrifício. Respirei fundo, contei até dez e pus-me a caminhar ainda irritada para o estacionamento da faculdade. Me virei para olhá-lo quando percebi que ele não estava me seguindo.

— Vamos para casa ou não? –Perguntei irritada quando o vi ainda parado no mesmo lugar. Ele sorriu e me seguiu.

— Você é quem manda minha senhora.    

— Senhorita. –O corrigi.

— Por pouco tempo.

— O que quer dizer com isso?

— Não sei, me pergunto o que será. –Odiava quando ele me respondia de maneira evasiva. Alfonso era um desgraçado manipulador e eu temia estar caminhando direto para sua armadilha.

Seu humor não mudou enquanto dirigíamos para sua casa, ele estava feliz e fazia brincadeiras com tudo.

A babá estava sentada no sofá vendo TV, ela se levantou quando nos viu entrar, disse que a janta estava no forno e Caio no quarto, me lançou um ultimo olhar curioso e foi embora.

 — Caio! –Alfonso chamou da sala, sentando-se no sofá e tirando os sapatos. –Venha ver quem o papai trouxe pra casa! Tal como eu prometi hoje de manhã. –Ele me sorriu travesso e então eu percebi que eu não estava caminhando para uma armadilha, como um inseto desatento cai na teia de uma aranha eu já havia sido capturada e nem ao menos me dera conta do fato.

E suas algemas mais poderosas saiu de rompante, um furacão de pouco mais de um metro veio correndo do quarto para me abraçar e se enganchou em minhas pernas, que era o máximo onde ele alcançava.

— Mamãe! –Caio me chamou feliz.

Sem a menor dúvida, pensei enquanto me abaixava para lhe dar um abraço, eu já estava presa e tinha sérias dúvidas se algum dia conseguiria me libertar. E o que me enchia mais ainda de terror era pensar em como isso me deixava feliz.