Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

Capitulo 6

Me joguei na cama cansada. Jantar com Alfonso me esgotara bem mais do que eu poderia imaginar, fiquei tensa todo o tempo analisando cada palavra que ele dizia e pensando três vezes antes de responder a uma pergunta, pensando se aquela era mais uma armadilha dele ou um simples comentário inocente.

Deixei-os na sala assistindo o Discovery Kids e vim para o quarto de hospedes que pelos próximos dias seria meu. Suspirei rolando na cama inquieta me perguntando pela milésima vez o que eu estava fazendo ali. Olhei para o rádio-relógio no criado mudo, suas luzes piscando em verde neon marcavam as 22h30. Quem vai para a cama as dez e meia de uma sexta feira?

— Mamãe! Mamãe! Mamãe! –Caio chamava do outro lado da porta com a paciência de uma criança de dois anos de idade, ou seja, nenhuma.

— Já estou indo. –Sorri enquanto me levantava e destrancava a porta. Nessa casa todo o cuidado é pouco. Caio disparou para dentro do quarto, de pijama e arrastando um cobertor subindo em minha cama. Sentei-me ao seu lado. –Quer dormir comigo? –Perguntei colocando-o no colo. Imaginando que ele provavelmente estava com medo de que eu partisse novamente.

— Sim! –Ele sorriu feliz.

— É! Vamos dormir todos juntos! –Um par de braços maiores me abraçou.

— Quem te chamou aqui?! –Me irritei empurrando-o e me arrependendo no mesmo instante. Caio começou a gritar com os olhos cheios de lágrimas:

— Não biguem! Não biguem!

— Não estamos brigando. –sorri nervosa abraçando a Alfonso, vê-lo chorar era o meu ponto fraco. –Viu, está tudo bem.

 — Verdade, estamos nos dando muito bem. –Aproveitando a situação Alfonso me puxou para o seu colo enterrando a cabeça em meu pescoço dando um leve mordisco em minha orelha. –Muito bem. –ecoou baixo em meu ouvindo me causando arrepios.

— Eeeeh! –Caio sorriu feliz subindo na cama.

Logo estávamos deitados os três em uma apertada cama de solteiro, mesmo Caio estando no meio eu ainda podia sentir Alfonso muito perto de mim, perto de mais. Mais para manter a minha mente longe desse fato do que qualquer outra coisa, comecei a cantarolar baixinho uma antiga canção de ninar que mamãe cantava para mim quando era pequena. Acariciava levemente o rosto de Caio fechando seus olhinhos devagar até que ele parou de tentar abri-los e adormeceu.

— Você canta bem. –Levantei o rosto assustada, Alfonso me olhava com uma expressão gentil em seu rosto.

— Obrigada. –falei sem graça baixando novamente o rosto tentando esconder que ele ficara escarlate, mas levantei quando senti sua mão mexendo em meus cabelos.

 — Seu cabelo é sedoso. –Fechei os olhos tentando ocultar meu nervosismo, meu coração saltando feliz em meu peito por tê-lo tão próximo. –Se importa se eu tocá-lo?

— Faça o que quiser. –Consenti, afinal era só o cabelo.

Lá no fundo uma vozinha me gritou dizendo que Alfonso conseguira novamente o que queria, mas nesse momento eu a abafei. Estava me sentindo muito bem, adormeci com aquela sensação de paz, de ter voltado para casa.