Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

***

­—Você consegue Dulce , só o que tem que fazer é subir na árvore e pegar o seu tão precioso ursinho.

Eu olhei para cima, até onde estava o Sr. Teddy. Ele estava tão longe, tão fora do meu alcance. Preso entre os galhos de uma árvore. Essa árvore é grande de mais! Eu estava a ponto de chorar, mas se fizer isso Christopher vai brigar comigo. Tentei limpar as lágrimas com meus braços o máximo que pude.

—Por favor, Christopher, me devolva o Sr. Teddy.

—Ele está lá em cima. É só ir lá pegar. Se não fizer isso eu vou contar pro Poncho que foi você quem perdeu as suas bolinhas de gudes preferidas.

—Mas foi um acidente! Eu só queria mostrar para as minhas amigas como elas eram bonitas!

—Você as pegou sem a permissão dele e ainda por cima as esqueceu no parque.

Quando eu voltei ao parque para buscá-las elas já não estavam mais lá e Poncho ficou triste por dias porque pensava que ele as tinha perdido e eu não tive coragem de dizer que foi eu. Eu não conseguia mais segurar as lágrimas e desatei a chorar.

—Pare chorar! Você não passa de uma criança... Oh! Está chovendo. Parece que o Sr. Teddy vai tomar um banho.

Ele entrou em casa deixando a mim e ao Sr. Teddy na chuva. Eu não entendo porque ele sempre gosta de me amolar. Olhei novamente para o meu ursinho que agora já estava encharcado e criei coragem para subir na árvore. Christopher e Poncho sempre subiam nela, mas Poncho ele não me deixava subir por que dizia que era muito perigoso, mas eu não posso deixar ao Sr. Teddy sozinho lá em cima.

­—O que você está fazendo nessa chuva?

­—Poncho! –Eu corri para seus braços. —O Sr. Teddy! –E apontei para o alto da árvore.

—Já entendi tudo. –Ele suspirou cansado.

Ele conseguiu pegar o meu ursinho, mas como estava chovendo muito a árvore estava escorregadia e ele acabou caindo em cima de uma pedra. Foi tudo tão rápido, num instante ele estava lá em cima com o Sr. Teddy no segundo seguinte estava no chão e seu braço empapado de sangue.

—Seu braço!

—Isso não é nada...

***

—Você vai se atrasar pra próxima aula.

Alguém me cutucava insistentemente. Levantei a cabeça meio grogue sem saber onde estava.

—Dormindo no primeiro dia de aula. –Ela sorriu de uma maneira gentil.

A garota que havia me acordado se chama Maite Perroni, ela tem vinte e um anos e acabou de se mudar pra esta cidade. Ela é realmente linda com um cabelo da cor da meia noite e sua pele tem um bronzeado natural típico do mediterrâneo. Ela é uma pessoa doce e ficamos amigas no mesmo instante. Ela estava pagando uma cadeira em que havia sido reprovada, por isso nós só tínhamos a primeira aula juntas.

Os corredores da universidade estavam movimentados com alunos e professores trocando de turma, mas nesse momento não tinha muita importância se eu estava ou não envolta de tanta gente, a minha cabeça ainda dava voltas com esse sonho tão estranho.

Eu não me lembro de nada daquilo quando era criança. Nem mesmo conheço aqueles dois garotos. Mas aquela criança, a que sofreu o acidente, tinha olhos tão  profundos quanto o oceano e pareciam me alertar para que não olhasse de mais para eles se não quisesse ser tragada por sua escuridão.

—Prof. Herrera! –Alguém gritou atrás de mim e instintivamente eu me virei.

E aqueles olhos tão profundos e escuros se encontraram com os meus. Eles se parecem! Algo dentro de mim alarmou. Eram os mesmos olhos. Meu coração batia feito louco. O que está acontecendo comigo? Meu pé se moveu um passo em direção a ele, meu corpo ansiava para que eu corresse e o abraçasse.

­—O que esta acontecendo comigo? –Não me diga que eu estou me apaixonando por ele?!

Ele estava rodeado de garotas, ao que parecia era bastante popular entre os alunos do sexo feminino. Ele estava devastadoramente lindo. Havia tirado o paletó e arregaçado as mangas...

—Sem chance! ­–Não pode ser, não pode ser. –Aquela cicatriz em seu braço... É a mesma?!

A igual que o garoto do meu sonho o Prof. Herrera tem uma cicatriz no mesmo lugar. Isso não pode ser verdade, não é?

—Com licença! –Eu me ouvi gritando. E antes que eu pudesse me parar todos já olhavam pra mim. Inclusive o Prof. Herrera. Meu coração deu um salto dentro do peito ribombando sem parar quando nossos olhos se encontraram. –Eu tenho uma pergunta estranha a fazer. Essa cicatriz em seu braço você conseguiu ela quando era criança e caiu de uma árvore tentando pegar um ursinho?

Tem alguem lendo?