Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

— Ela foi meu primeiro amor. –Respondeu a contragosto. –Começamos a namorar quando Christopher foi fazer faculdade no exterior, mas não durou muito. Desde o principio ela deixou bem claro que entre eu e ele, a escolha seria ele. Agora está satisfeita?

— Não precisa ser tão grosso. Foi somente uma pergunta. –falei magoada.

— Desculpe, não foi minha intenção. –Ele suspirou cansado. -Eu só não gosto de falar nesse assunto. Além do mais você tem as memorias dela, já sabe a historia.

— Eu não tenho todas as memorias dela, somente algumas... as que o coração dela decide mostrar.

—Então quer dizer que você não tem lembranças de nosso relacionamento? -Ele riu se humor. –Tão pouco fui para ela?

— Não sei. –Digo ressentida.

Porque a verdade é que eu sabia sim exatamente o que ele significava para ela, que ela sempre o vira como um irmão, mesmo tendo saído juntos ele não conseguia mexer nem mesmo uma fração com o coração dela como Christopher conseguia.

Mas ele conseguia fazer o meu pular feito um louco, não era o suficiente? Eu não era boa o suficiente? Encolhi-me nos cobertores sentindo repentinamente um frio cortante. Como se compete com um fantasma?

— Se você ainda a ama tanto, por que eu estou aqui então? –Senti meu coração parar esperando por sua resposta. Eu não queria pô-lo em xeque, não era essa minha intensão quando comecei essa conversa, mas agora eu sentia que deveria esclarecer tudo.

Eu esperei paciente, por uma resposta que nunca veio. Ele continuou em silencio. Virei-me, sentando-me na cama para olhá-lo. Mesmo no escuro eu podia ver seus olhos, ele ainda estava acordado, só não queria me responder.

—Você estava querendo continuar de onde parou com Dulce. –Não foi uma pergunta. Com dor na alma eu constatei que era verdade quando ele não negou. — Você nem ao menos tenta negar. –Foi a minha vez de rir sem humor algum, não havia nada de engraçado naquela historia.

— Não foi... Quero dizer... Eu... –Ele não conseguiu continuar, sentou-se na cama, acendendo o abajur e eu percebi em seu rosto que ele estava medindo as palavras, pensando cuidadosamente no que diria e eu tive certeza que se não estivéssemos algemados ele teria achado um motivo para sair do quarto e escapar. –Não Anahí... Escute. Eu... Confesso que meu interesse inicial por você foi porque você possuía as lembranças de Dulce... Mas com o tempo... Eu passei a ter carinho por você.

— Então... Desde o começo... Tudo foi por ela? –Senti um bolo em minha garganta.