Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

— Mas não vai mesmo. –Disse da maneira mais calma que pude. Com Caio em meu colo eu não poderia me arriscar a brigar com Alfonso.

— E por que não? Vocês são só amigos não é? Então Caio e eu não iremos incomodar em nada.

Abri a boca para dizer que eu simplesmente não o queria por perto quando senti a mão de Aidan no meu ombro, me parando.

— Tudo bem Annie, por que você não desce na frente com Caio e prepara a cadeirinha dele no meu carro? –Ele me deu as chaves de seu carro e sorriu.

Eu não discuti, se eu continuasse com Alfonso por mais dois segundos sei que acabaria cedendo, como sempre fazia.

Não demorou muito para Aidan aparecer. Sozinho.

Acomodei Caio na cadeirinha no banco de trás e me sentei na frente, foi por puro acaso que olhei para a mão direita de Aidan.

— Por que demorou? –Ele olhou para mim dando de ombros e ligou o carro.

Quando chegamos ao cinema Caio viu que seu desenho favorito estava em cartaz e nos obrigou a vê-lo, foi entediante assistir uma esponja falando por uma hora e meia, mas recompensador vê-lo sorrir.

— Até que é divertido brincar de casinha. –Aidan disse quando saiamos do cinema, apesar de Caio não confiar nele e se irritar sempre que ele se aproximava de mim.

Fomos ao shopping e enquanto Caio brincava com outras crianças num parquinho próximo a praça de alimentação, aproveitamos para comer alguma coisa.

— O que você conversou com Alfonso? –Perguntei a ausência de Caio.

— Nada de mais. –Ele me evitou olhar, dando mais atenção do que o normal a um cardápio do McDonald’s.

— Qual é Aidan, me dê algum crédito. Algo você disse para Alfonso não vir hoje.

Ele suspirou desistindo de fingir que lia o cardápio colocando-o de volta a mesa, me olhou por um segundo e depois virou o rosto.

— Annie, eu conheço você melhor do que ninguém, de fato me arrisco a dizer que te conheço melhor do que você mesmo e sei dizer quando você não está feliz. –Ele me olhou nos olhos, analisando minha reação. –Quando sua mãe me disse que você ia se casar eu quis vir pessoalmente te parabenizar e o que encontrei não foi uma noiva feliz, foi uma Anahí de coração destroçado.

— Sou assim tão fácil de se ler? –Aidan me deu um sorriso condescendente.

— Só honesta, por isso, me conte o que aconteceu e não me esconda nada, porque eu vou saber.

Ele sorriu e de repente eu me vi desabafando com ele. Não contando as meias verdades que eu disse para Maitê ou ocultando os sonhos como fiz com Alfonso, mas dizendo cada detalhe sórdido dessa historia. Quando terminei fiquei apreensiva por ter falado demais e fiquei aguardando ansiosa pelo que ele diria. Vários minutos se passaram e ele continuou me olhando, sem variar sua expressão.

— Diga alguma coisa. –Implorei, era mais apreensivo ver aquele olhar vazio do que vê-lo gritar comigo.

— Sabe... A minha agência está precisando de uma modelo para uma revista nos Estados Unidos e você seria perfeita para esse papel, venha comigo. –Ele me disse com o tom de voz contido, pude perceber que ele estava com raiva e se segurando para não demonstrar.

— Como assim... Ir com você? –Perguntei perplexa.

— Largue tudo aqui. Venha comigo.

— Não posso. –Minha voz não foi mais que um sussurro. –Tem... Tem a faculdade e meus pais e... Caio. Eu não posso abandonar Caio.

— Você pode trancar a faculdade e quando voltar reiniciar de onde parou, seus pais já vivem noutra cidade e eu sei que você quase não os vê e você não é responsável por Caio. Ele não é seu problema.

— Annie. –Ele se aproximou, cobrindo minhas mãos com as suas. –Se quer saber o que eu disse para Alfonso não vir hoje, foi que eu vim para leva-la comigo. Eu vim disposto a leva-la comigo se não a encontrasse feliz com ele e foi exatamente isso que aconteceu. –Ele disse amargo.

— Mamãe! –Caio veio correndo até mim, o rosto suado, as bochechas rosadas de tanto correr. –Uma giafa! –Ele me mostrou feliz uma girafa de bexiga que um empregado do shopping estava distribuindo para as crianças do playground. –Como a giafa faz? Muu?

— Não querido. –Sorri de sua imitação. –Isso quem faz é a vaca, não acho que a girafa faça algum som.

— A girafa relincha. –Disse Aidan. –Como um gemido.

Olhei para ele perplexa e Caio não entendeu nada, saiu correndo de volta para o playground fazendo muu muu como uma vaca.

— De onde você tirou isso? –Perguntei curiosa. Ele ergueu uma das sobrancelhas como se não acreditasse na minha pergunta.

— Eu te faço uma pergunta séria e você me responde com outra pergunta de como eu sei que uma girafa geme? Inacreditável. –Ele riu, mas depois seu rosto voltou a ter o ar sério de antes de ser interrompido por Caio. –E então, virá ou não?