Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

— Eu... Aidan... –Como eu diria para ele? Eu não podia fugir, simplesmente não podia. Levantei-me pegando minha bolsa. –Está tarde, é melhor irmos embora.

Caminhei em direção ao playground para pegar Caio, não dando tempo para que Aidan me parasse. Busquei Caio com o olhar, estava cheio de crianças correndo, descendo pelo mini escorrega de plástico e outras se entretendo com um funcionário entediado que fazia bichinhos de bexigas.

— Annie! Será que você pode ao menos cogitar a minha proposta? –Aidan perguntou impaciente vendo que eu não lhe dava atenção.

— Onde está Caio? –Perguntei com desespero crescente.

Não o via em lugar algum, meus olhos vagavam aflitos pousando em cada rosto novamente implorando para que tivessem se enganado e Caio ainda estivesse ali entre as outras crianças.

— Ele deve estar em algum lugar por aqui. –Aidan falou calmo. –Preste atenção...

— Onde está Caio?! –Gritei. O terror crescendo em meu peito. Comecei a chama-lo pelo nome, atraindo a atenção das pessoas ao meu redor, mas nenhuma delas parou para ajudar a louca que gritava no meio do shopping.

— Anahí se acalme! –Aidan me segurou pelos braços tentando me chamar a atenção.

— Não me peça calma! –Me desvencilhei dele. –Meu filho está perdido! Eu preciso... Eu preciso...

Saí correndo desesperada pelo shopping perguntando a qualquer que passasse na minha frente se não haviam visto um menino de dois anos vagando sozinho. Para onde ele foi? Caio nunca sairia sozinho desse jeito. Eu precisava encontra-lo, mas o shopping era enorme e estava cheio de gente, seria fácil passar ao lado de Caio sem nem ao menos nota-lo. Somente pensar nisso me deixou mais desesperada.

Com um canto da mente ouvi o auto falante do shopping anunciar uma criança desaparecida e me perguntei se Aidan havia informado a segurança, mas esse fato foi obscurecido, minha mente sendo tomada por imagens aterradoras de alguém o levando. E se alguém o tiver sequestrado?

Meu Deus, que ele esteja bem! Que ele esteja bem!

Ajude-me a encontra-lo por favor!

Todo o meu corpo tremia de tal maneira que em um momento minhas pernas vacilaram e cai de joelhos. Caio! Caio! Caio! Minha mente repetia sem parar, como uma prece. Eu não sabia o que fazer, minha mente estava em branco...

— Ei não é aquele menino que estão procurando? –Ouvi uma voz ao meu lado dizer, parecia distante aos meus ouvidos.

Levantei devagar a cabeça e o vi. Um menino de não mais de um metro atravessando as portas automáticas. Minha mente trabalhou lenta, processando. Caio! Aquele era Caio! Obriguei todo o meu corpo a se movimentar. Era ele! Mexa-se! Mexa-se! Ele está indo para a rodovia! Um fio gelado transpassou meu coração ao perceber que aquela porta do shopping dava direto para uma autoestrada. Não! Não! Por favor! Não!

— Caio! –Gritei com todas as minhas forças me levantando e correndo como nunca fizera antes.  

A adrenalina percorrendo todo o meu corpo, mas ainda estava lenta demais. Pelas portas de vidro o vi parado na calçada segurando sua girafa de bexiga. As pessoas passavam por ele, mas não faziam nada.

Eu queria correr mais depressa, mas era como num sonho em que você tenta correr o máximo que pode, mas o chão te prende a ele, te impedindo de avançar.

Alcancei a saída uma fração de segundos tarde demais. Um vento forte irrompeu fazendo Caio soltar a girafa que rodopiou no céu indo em direção à estrada.

— Caio não!

Caio correu para apanhar a girafa, não tive tempo para pensar, alcancei-o e o empurrei de volta a calçada no exato segundo em que um ônibus passou, mas não fui rápida o suficiente.

Ouvi o som de pneus raspando o asfalto e senti choque. Todo o meu corpo doeu, senti minha cabeça chocar fria contra o asfalto e a dor sumiu.

Talvez não seja de todo ruim morrer assim, se você pode dar sua vida para outra pessoa então toda a sua existência valeu a pena, mas me pergunto... Se eu consegui salvá-lo...