Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

Capitulo 10

Abri os olhos devagar e vi uma profusão de gente ao meu redor. Que estranho, pensei olhando para o céu no entardecer, por que eu estou deitada no chão? Tentei me mexer, mas me empurraram de volta para o chão. Os paramédicos, percebi, me tocaram por todo o corpo antes de me colocarem numa maca.

— Ela está bem? –Ouvi a voz de Aidan próxima a mim dirigida a um paramédico.

— Aidan. –Chamei baixinho, meu corpo não doía, mas minha cabeça parecia querer explodir, porém eu só conseguia pensar numa coisa. –Aidan, onde está Caio?

— Ele está bem, está aqui comigo.

Devagar e com cuidado virei meu rosto para baixo, olhando para Caio que estava meio escondido nas pernas de Aidan, me olhando assustado, os olhos segurando corajosamente as lágrimas que queriam escapar.

— Mamãe dodói? –Ele perguntou com voz embolada.

Pude ver em seu rosto que ele já havia chorado bastante, mas com profundo alivio vi que ele estava bem. Nem mesmo um arranhão. Recostei-me novamente na maca repentinamente exausta.

— Meu celular Aidan, ligue para Alfonso. –Fechei os olhos para acalmar uma pontada na cabeça particularmente forte e sem que percebesse eu desmaiei.

Quando abri os olhos novamente já estava no hospital, perfeitamente acomodada numa cama hospitalar. Ouvia o beep beep irritante das máquinas ligadas a mim e uma enfermeira checava meu soro.

— Acordou. –Ela sorriu simpática para mim. –Parece que alguém lá em cima gosta muito de você. Tens sorte de ter escapado quase ilesa, salvo por uma contusão de golpe. –Ela deve ter visto meu rosto preocupado, pois logo emendou sorrindo. –Não se preocupe não detectamos nenhuma hemorragia na tomografia, você só ficará aqui por três dias, só por precaução. Como eu disse, você deu sorte. –Ela deu mais um sorriso brilhante antes de sair do quarto.

Eu pensava diferente, sorte é quando você ganha na loteria, quando acha uma nota de cinquenta reais na calçada ou acha uma vaga de estacionamento sem ter que rodar por uma hora, isso era sorte. Ser atropelada por um ônibus definitivamente não se encaixava nesse quesito, mesmo que ele já estivesse parando.

Fechei os olhos por um momento considerando tudo, pensando que se ele não estivesse já com uma velocidade reduzida eu teria morrido. Senti um calafrio percorrer meu corpo, na eu realmente não pensei nas consequências, mas depois que tudo acontecera e eu já estava segura, realmente cogitei se a enfermeira tinha razão sobre alguém lá em cima gostar de mim.

— Que tal agora uma ajuda com meus outros problemas? –Pedi em voz alta.

— Ah... Posso ajudar em alguma coisa?

Abri os olhos, espantada. Alfonso estava parado ao lado de minha cama, eu nem ao menos o ouvira entrar. Recompus-me, fingindo não ouvir beep beep do monitor cardíaco acelerava.

— O que está fazendo aqui?

— Como você está? –Ele puxou uma cadeira, sentando-se próximo a cabeceira da cama.

— Bem... Digo, já estive melhor. –Tentei fazer um gracejo, mas ele não riu. Eu estava preocupada com o que ele diria. E se ele não me confiasse mais Caio depois do que acontecera? Eu fora uma irresponsável e me sentia horrível por isso.

— Nós precisamos conversar. –Mordi meu lábio inferior nervosa, assentido e esperei.

De fato, esperava que ele entrasse em meu quarto gritando e me chamando de todo o tipo de nomes feios e eu teria aceitado, porque ele só estaria exteriorizando o que eu sentia nesse momento.

— Você não sabe como eu estou me sentindo vendo-a ai. –Ele falou devagar, passando a mão pelos cabelos já desalinhando sinalando que ele fizera muito isso hoje. –Quando me disseram que você sofrera um acidente... Anahí eu conheci o inferno. –Ele me olhou nos olhos por alguns segundos, eu não ousei falar. –Anahí... Eu... Talvez não mereça dizer isso, mas... Eu te amo. Te amo. Sempre te amei, mas fui tão idiota que não me dei conta. Te amo e não consigo deixar de pensar em você. Te amo e não consigo mais ficar um segundo longe de você, porque preciso de você, preciso que esteja comigo. Te amo e pela primeira vez na minha vida posso dizer isso com o coração aberto. Fui um completo idiota e tenho medo que agora seja tarde demais porque o que eu te fiz sofrer foi mais além do perdoável, mas se você me der uma chance, só mais uma chance Anahí e eu te juro que passarei o resto da minha vida tentando compensar o que fiz...