Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

— Para onde vamos? –Perguntei em duvida se queria mesmo tocar nela.

— Por mais que o café de seu sonho seja delicioso, esses caras sem rosto estão começando a me assustar e também, tenho que te dar o seu premio. Você vai amar.

Ela sorriu de um modo assustador antes de pular em cima de mim, me empurrando. A cadeira em que eu estava se desequilibrou para trás e eu sentir que iria cair pela segunda vez naquele sonho, mas antes de chegar ao solo senti a cadeira sumir e toda a paisagem junto com ela.

— Ahh finalmente um lugar que eu posso controlar. –Dulce cantarolou feliz, me soltando e de alguma maneira caindo graciosa no chão, enquanto eu me espatifei no chão de madeira. Olhei em volta, estava em uma elegante sala de estar, decorada com móveis clássicos.

— Onde estamos?

A curiosidade foi maior do que o meu descontentamento por ela ter me derrubado sem nenhuma cerimonia quando podia ao menos ter me segurando antes que eu caísse.

— Hmm que tal você descobrir sozinha? –Ela mordeu um dedo como se estivesse se contendo para contar uma piada muito boa.

— Querida é você? –Ouvi a voz de Alfonso do outro lado da sala saindo de um corredor que ficava estrategicamente escondido. –O que você está fazendo no chão?

Olhei assustada para Dulce, mas ela já havia sumido. Voltei a atenção para Alfonso, sem saber que desculpa dar, afinal eu deveria estar no hospital, não em uma casa estranha.

— Eu... Cai? –Ele sorriu de minha resposta e me ajudou a me levantar.

— Tome mais cuidado. –Ele falou carinho, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. –Não esperávamos você até amanhã, sua mãe está bem?

— Ehh... Está.

— O que aconteceu com o seu vocabulário? –Ele sorriu me dando um leve beijo nos lábios. –Bem vinda de volta. As crianças estão no quintal, só vim porque escutei um barulho, mas não gosto de deixar aqueles dois sozinhos. –Ele se afastou voltando pelo mesmo caminho se virou olhando para mim. –Não vem?

Eu o segui nervosa. Crianças? Do que ele estava falando? Fomo ate uma cozinha lindamente arrumada, com utensílios modernos, mas possuía um ar aconchegante, como o resto da casa. Alfonso atravessou uma porta de vidro que dava para o jardim, de onde se ouvia gritos e risinhos. Olhe sem ousar me aproximar muito, a cena parecia aquelas de propaganda de sabão: duas crianças, um menino de seis e uma menina de três anos. A mais nova segurava a mangueira tentando molhar o irmão que tentava desviar inutilmente, eles estavam em uma piscina de lama, a menina estava presa até quase os joelhos, mas não se importava, sabia que tinha o irmão para ajudar se acontecesse alguma coisa.

— Mas o que vocês fizeram?! Eu só deixei vocês sozinhos por cinco minutos! –Alfonso se aproximou desligando a mangueira, depois se virou para minha direção, eu nem ao menos havia percebido que me movera, estava a poucos passos deles, sorrindo feito uma tonta da brincadeira infantil. –Annie querida eu juro que não estava assim quando fui lá dentro.

— Papai, fizemos uma piscina de lama. –O garotinho todo sujo de lama falou feliz.

— Eu estou vendo Caio, também estou vendo que vocês arruinaram o canteiro de flores que sua mãe passou horas... –Ele foi interrompido por uma bola de lama que fora jogada certeira na sua cara.

— Guea de lama papai! – A menina conseguira jogar a lama bastante alto para o seu tamanho.

— Hmm Alice, -Caio a segurou antes que ela pegasse mais lama. –Acho que papai não quer brincar de guerra de lama agora...

Eu não consegui segurar mais e pus-me a rir. Alfonso, o todo poderoso e arrogante Alfonso não tinha moral nem com crianças.

— Acha isso engraçado? –Ele perguntou indignando para mim.

— Não. –tentei ficar séria, mas era quase impossível vendo sua cara suja, principalmente porque eu sabia que aquilo não era lama.

Ele se aproximou na “piscina” pegando um pouco de lama nas mãos.

— Você não ousaria. –Dei um passo atrás, tentei fugir, mas senti algo molhado me atingir em cheio nas costas. –Que nojo Alfonso! Isso é esterco!

Voltei irada, engolindo o nojo e pegando um pouco com minhas próprias mãos, jogando em cima dele, logo nos envolvemos em uma guerra de esterco um tanto injusta, porque Alfonso conseguira virar Caio e Alice contra mim e o três conseguiram me derrubar na “piscina”. Eles comemoram e em um momento de descuido puxei Caio pela barra da camisa derrubando-o, aparando sua queda com cuidado, mas ainda o afundando na lama. Estava pronta para puxar Alice quando a cena sumiu.