Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

Senti que estava caindo de novo, minha queda sendo aparada por uma cama.

— Você tem noção de que isso foi nojento? –Dulce perguntou com voz baixa sentada numa poltrona perto da cama, fazendo careta.

— Aquilo era adubo, não tinha mais bactérias, já estava pronto para ser usado como solo. –Disse me defendendo. Eu não teria permito as crianças brincarem lá se soubesse que poderiam pegar algum germe nocivo. –Dulce, aquela menina...?

— É sua filha. –Ela sorriu. –O que achou de uma visita ao futuro?

— Futuro... –Pensei revendo em minha mente as imagens de Alice e Caio sentindo um aperto em meu coração.

— De fato ainda não acabou, a propósito. –Ela sorriu maliciosa. –Bela camisola.

Olhei para baixo vendo que eu estava vestida com uma insinuante camisola preta que não deixava nada a imaginação e uma minúscula peça a guisa de calcinha.

— Onde eu estou?! –Perguntei alarmada e só então reparando no quarto que lembrava o de um hotel, com tv, frigobar, dois sofás e uma mesa para refeições. Podia ouvir o som de um chuveiro vindo atrás de uma porta próxima.

— Pensei que nunca perguntaria. Estamos em Porto Rico! –Ele se levantou abrindo as cortinas da janela que dava até um balcão. Era noite impossibilitando ver o lado de fora, mas podia distinguir o som do mar ao fundo. –Eu sempre quis vir a Porto Rico. –Ela se inclinou no balcão, mais do que a segurança permitia.

— Dulce! Por que você me trouxe aqui?! –Perguntei com a voz mais baixa, com medo de alertar seja lá quem estiver no banheiro.

— Bobinha, é o seu aniversário de cinco anos de casada. Isso é uma segunda lua-de-mel.

— Segunda lua-de-mel? Então quando Alfonso vier ele vai querer... –Arregalei os olhos em choque. –Me tira daqui!

 — Por quê? –Ela perguntou genuinamente surpresa. –Ele é seu marido, você não devia fazer essa cara como se fosse uma virgem pronta para o sacrifício. Nem virgem você é mais, porque EU sei que você e Alfonso já fizeram.

— Isso não vem ao caso agora! E se eu sou ou não casada com ele isso será só daqui a cinco anos! Tire-me daqui! –Dulce estalou a língua em desagrado.

— Estraga prazeres.

Mas ela fez como eu pedi e logo eu me senti caindo novamente, cai sentada em um lugar apertado. Olhei pro lado e me vi em uma limusine, eu estava vestida com um belo vestido marfim que colava que corpo, mostrando minhas curvas. Era um vestido encantador.

— Para onde estamos indo? –Perguntei a Dulce que estava sentada ao meu lado.

— Já disse que é surpresa. –mas não fora Dulce quem me respondeu. Eu não havia percebido que minha mãe estava sentada a minha frente, ela e outra mulher que eu não fazia ideia de quem fosse. As duas vestindo-se elegantemente.

— Eu queria estar vestindo um traje a rigor também. –Dulce falou amuada. Vi ela mexer em suas roupas e de repente ela estava usando um lindo vestido verde esmeralda que contrastava com seu cabelo vermelho preso no alto da cabeça. –Bem melhor agora.

Paramos em uma pequena capela, vi meu pai nos esperando lá fora, de smoking, vindo me receber todo sorridente. Ele estava bem mais velho do que eu me lembrava e bem mais gordo também. Ele me guiou até a porta da capela, Alice ficou na minha frente. Parecia uma fadinha, pensei, com seu vestido rosa cheio de babados e uma tiara com flores. Ela estava mais velha do que a ultima vez que a vira, talvez nove anos.

A marcha nupcial começou a tocar e eu fui guiada pelo meu pai até o altar, vi Alfonso me esperando com um smoking negro na base do altar, ele sorria feliz para mim e eu não consegui tirar os olhos dele. Eu o amo! Meu coração gritava.

— O que é tudo isso? –Perguntei assim que meu pai entregou minha mão a Alfonso.

— Pensei em comemorar nosso aniversário de dez renovando nossos votos e queria que fosse uma surpresa. –Ele sorria demonstrando todo o amor que sentia. Seus rosto já possuía marcas de expressões acentuadas e podia se ver pequenas rugas em seus olhos quando ele ria, mas eu não importava.

— Eu te amo. –Consegui dizer pela primeira vez. Senti uma lágrima escorrer e ele aparou com um dedo.

— Eu sei.

O padre fez a cerimonia e o tempo todo eu não conseguia pensar em outra coisa que não Alfonso. Eu não parava de sorrir feito uma idiota, eu estava feliz. Caio que agora estava com doze anos estava fazendo as vezes de padrinho e no estregou a aliança.

— Eu juro mil milhões de vezes que te amarei para sempre. –Alfonso disse colocando a aliança em meu dedo.

Peguei a aliança dele, mas a cena se dissolveu.