Fanfic: Nunca te vi, mas sempre te amei {AyA [finalizada]

Capitulo dois

Ele nem ao menos esperou minha resposta. Parou um táxi e praticamente me jogou dentro dele dando a direção que seguir. Ele suspirou cansado e encostou a cabeça no encosto do banco do carro, fechando os olhos e relaxando o rosto. Céus! Como ele era parecido com a criança dos meus sonhos. Paramos em um magnífico prédio residencial, pegamos o elevador e subimos ate a cobertura.

—Onde estamos? –Finalmente criei coragem para perguntar.

—Minha casa. Tem algo que eu quero mostrar a você.

Caminhei até as enormes janelas de vidro admirando a vista, nós estávamos realmente alto.

—Uau! Esse lugar é incrível.

—Você pode esperar um pouquinho aqui? –Disse nem um pouco interessando em meu comentário. Ele saiu e me deixou sozinha na enorme sala de estar.

É tão cansativo, quando ele está perto de mim meu coração bate mais rápido. Eu só queria saber o motivo, por que eu fico tão vulnerável na frente desse estranho? Eu só o conheci hoje e parece que levo toda uma vida com ele. Apesar de estar na casa de um homem que eu mal conheço não estou com medo. Quer dizer, minha mente tenta me alertar que isso é perigoso, ele pode ser um assassino ou algo do tipo, mas meu corpo estava relaxado, é como se ele soubesse que somente aqui eu estaria segura...

—Aqui, veja...

—Aaaaaah! –Gritei assustada.

—Q... Que?! O que foi?

—Não chegue perto de mim tão de repente!

Eu me deixei cair no sofá, sem esperar ser convidada a sentar, se as coisas continuassem  meus nervos não iriam aguentar por muito tempo. Respirei fundo diversas vezes até ter certeza que havia me acalmado.

—Você conhece essa mulher? –Ele perguntou de novo quando viu que eu já tinha me acalmado, me mostrando uma foto dele, mais jovem, abraçado a uma mulher digna de posar nas melhores capas de revistas de moda. Cabelos vermelhos, olhos sedutores, um corpo perfeito...

—Quem é essa? É a sua esposa? Olha só vocês dois tão apaixonados. –Ele estava tão fofo. Seu rosto estava despreocupado e sorridente, tão diferente de agora, duro e carrancudo. Devia ser por causa da mulher ao seu lado...-Oh! Ess... Essa pessoa! Eu fiz um transplante de coração há um ano e meio que me deu uma nova vida, as vezes eu visito o túmulo dela... Para agradecer por tudo o que ela significou em minha vida...

—Dulce... Sofreu um acidente de carro. Ela doou seu coração.

—S...Sim.

Naquele momento, eu não sabia o que dizer. Como falar que eu só estava ali por causa da morte de sua esposa? Dulce me deu uma vida que só existia em meus sonhos, sem mais hospitais, sem mais tratamentos dolorosos e remédios, mas foi em troca da própria vida.

—O coração de Dulce ainda está vivo em você. –Não me olhe com esses olhos gentis tão de repente. Meu coração voltou a se agitar freneticamente. –As coisas que você sonha, acho que podem ser as memórias de Dulce, talvez o coração dela as esteja mostrando a você.

—Hã? N... Não mesmo, é serio?

—Existe outra forma de explicar isso? –Ele falou se sentando no sofá ao meu lado e se aproximando. –Se o que você falou não é mentira...

—Eu... Eu não estou mentido! –Me afastei. –Não chega tão perto! –Então, meu coração está tão rápido assim... Porque é o coração de Dulce reagindo a Alfonso?

—Dentro de você Dulce ainda... –E fazendo a última coisa que eu esperava, ele se ajoelhou na minha frente e me abraçou. –Dulce!