Fanfic: ***Entre o amor e a vingança*** [Cancelada]
Dom abriu a boca para advertir-lhe, mas voltou a fechá-la. Anahí tinha conhecido a Alfonso Herrera como homem e como amante, mas não sabia nada sobre a mente empresarial que se apoiava sobre aqueles largos ombros. Fazia questão de ficar dona dos Herrera, poderia sair humilhada. Outras pessoas tinham enfrentado a Herrera e tinham saído perdendo. Ele podia ser um inimigo formidável, o mais cruel dos homens de negócios. Provavelmente não sabia por que Tennison o odiava tanto ou por que tratava deliberadamente de estragar seus acordos. Tinha surpreendido a todos quando Henry tinha sido convidado a tomar parte na junta de acionistas de Herrera Properties. Herrera o tinha planejado tudo para poder vigiar os acordos comerciais de Tennison, mas isto também tinha beneficiado a Henry, pelo que tinha aceitado. Naturalmente, Dom ia às reuniões, mas jamais mencionou o nome de Anahí.
—Any: Vc não acredita que eu possa conseguir, não é? —perguntou ela a Dom.
—Dom: Não — respondeu Dom com sinceridade. — Herrera é uma empresa familiar. Ele tem 40% e sua mãe 5%. Isso significa que terá que conseguir 10% do tio avô de Alfonso e com o resto das ações. Não creio que nenhum deles seja o suficientemente valente para enfrentar a Alfonso Herrera.
—Any: Espero já tê-las quando teremos nossa próxima reunião —afirmou ela—. Tenho certeza que o senhor Herrera se surpreenderá muito quando me apresente a ele acompanhada de ti.
—Dom: Tenha cuidado de que não te saia o tiro pela culatra. Não o subestimes. Henry jamais fez isso.
—Any: Não farei. Bom, o que temos esta tarde? Tenho que fazer compras —disse, assinalando o caro traje que vestia—. Anahí Puente jamais poderia usar vestuários assim. Não quero que ninguém pense que prosperei.
—Dom: O que engana enrosca-se numa tela de aranha.
—Any: Asseguro a ti que não há pior inimigo do que uma mulher magoada. Não se preocupe Dom. Sei o que faço.
—Dom: Isso espero — replicou ele, encolhendo-se de ombros.
O tom da voz de Dom esteve perseguindo Anahí durante todo o dia. Enquanto metia as roupas que tinha comprado numa mala que o senhor Smith havia emprestado a ela, Miguel a contemplava deitado na cama com a testa franzida.
—Miguel: Por que tem que ir? —perguntou-lhe o pequeno—. Vc sempre está viajando. Nunca está aqui.
Anahí sentiu-se culpada. Seu filho tinha razão, mas não podia admitir.
—Any: Por negócios, meu amor — respondeu olhando-o com adoração.
O menino não se parecia em nada a ela. Era o vivo retrato de seu pai, desde o cabelo escuro aos profundos olhos castanhos e a pele morena-clara. Supunha que, também como Alfonso, ia ser muito alto.
"Alfonso" Anahí suspirou e deu a volta pela cama. Tinha-o amado tanto, com toda a paixão de sua jovem vida. Ela lhe entregou sua pureza e seu coração e, ele lhe deu sofrimento e vergonha. A mãe de Alfonso tinha feito tudo o possível para terminar o que poderia ter sido uma história de amor verdadeira. Alfonso sempre teria sentido culpado por ela. Provavelmente teria estado ainda mais se tivesse sabido que Anahí tinha 18 anos e não 20, comparados com os 26 anos dele. Ela mentiu a ele e havia dito que tinha 20, ainda que inclusive assim, ele tinha dito que era como se estivesse sacando-a do berço. Não obstante, a paixão que sentiu por ela tinha conseguido derrotar seu autocontrole. Em ocasiões, Anahí pensou que ele a tinha odiado precisamente por isso, por fazê-lo vulnerável.
Com toda segurança, a mãe de Alfonso a odiava. O fato de que Anahí tivesse estado vivendo com seus tios avôs na reserva Crow e o fato de que seu tio avô fora um ancião muito respeitado por lá, tinha resultado completamente escandaloso para a senhora Myrna Granger Herrera. Myrna pertencia à flor e nata da cidade e não deixava de fazer gala disso. Quando seu filho atreveu-se a envergonhá-la saindo com a sobrinha de um de seus empregados, tinha sido demais para ela, em especial quando já tinha eleito uma esposa para ele. Tratava-se de uma tal de Lois Newly, uma moça cuja família tinha muitas propriedades em Alberta, Canadá, e suas descendências eram da Inglaterra.
Myrna nem sequer se incomodou em perguntar a Anahí se ela era índia. Tinha já tirado suas conclusões, quando, na realidade, não lhe uniam laços de sangue algum com o tio Corvo Andante.
Na família de Alfonso tinha pessoas de pele muito escura. Myrna jurava que eram franceses, mas Anahí tinha escutado numa ocasião que entre os antepassados de Alfonso tinha Sioux de pura raça por parte de seu pai.
Algum dia, Miguel Tennison teria que saber a verdade sobre quem era seu pai. Anahí não ansiava em absoluto que chegasse aquele momento. Pelo momento, o menino aceitava que Henry Tennison tinha sido seu pai e, em muitos sentidos, assim tinha sido. Se o tinha ganhado por direito próprio.
Com freqüência se perguntou por que Alfonso aparentemente jamais parou pra pensar na possibilidade de Anahí ter engravidado durante seu breve romance. Supunha que todas as mulheres com as que ele tinha estado, tinham tomado a pílula, talvez pensou que o mesmo lhe ocorria a ela. Na realidade, jamais tinha estado em condições de perguntar, nem a primeira vez nem nas outras. Algumas vezes Anahí sonhava com ele, no feroz prazer que ele lhe tinha ensinado a compartilhar. Jamais havia falado a Henry daqueles sonhos, nem queria compará-lo com ele. Não teria sido justo. Henry era um amante generoso e hábil, mas Anahí nunca tinha atingido com ele o prazer que Alfonso lhe tinha proporcionado sem esforço aparente.
Miguel abraçou seu lagarto de brinquedo.
—Miguel: Não te parece que Barry o lagarto é muito bonito? —perguntou—. O senhor Smith me deixou acariciar a Tiny. Ele disse que vc deveria me deixar ter um iguana, mami. São muito boas mascotes.
Ao ouvir seu filho falar tão maduramente, Anahí começou a rir. Seu filho tinha quase seis anos e aprendia muito rapidamente.Sabia que Alfonso não havia casado.Durante um instante, perguntou-se o que Myrna Herrera pensaria de seu neto, ainda que tivesse quase certeza que a mulher não o apreciasse. Depois de tudo, era filho de Anahí. Além disso, um neto estragaria a imagem de juventude que estava disposta a transmitir.
—Miguel: Não posso ter uma iguana? —insistiu o menino.
—Any: Vc pode acariciar Tiny, quando o senhor Smith permitir.
—Miguel: O senhor Smith não tem nome?
—Any: Ninguém tem o direito de lhe perguntar — respondeu Anahí rindo.
Miguel começou a rir. Anahí se perguntou, se ela teria sido tão feliz quando menina como seu filho agora era. A prematura morte de seus pais tinha deixado suas seqüelas. Por sorte, tinha tido à tia Mary e ao tio Corvo Andante para que cuidassem dela.
—Miguel: Poxa, queria ir-me contigo — se queixou o menino.
—Any: Fará algum dia isso, talvez logo. Depois te levarei à reserva Crow para que possas conhecer a teus primos índios.
—Miguel: São índios pra valer?
—Any: Sim. Quero que vc se sinta orgulhoso de seus antepassados Miguel. Um deles lutou na batalha de Little Big Horn contra o general Custer.
—Miguel: Caramba! E quem era o general Custer mami?
—Any: Bom, quando vc ser um pouco maior eu te explico. Agora, tenho que fazer a mala.
—Sr. Smith: Miguel!
A estrondosa voz ressoou pelo patamar.
—Miguel: Estou aqui senhor Smith — respondeu o menino.
Escutaram-se uns pesados passos no corredor e, então, um homem muito corpulento entrou na habitação. O senhor Smith era o homem mais feio e mais amável que Anahí tinha conhecido. Tinha uma folha de serviços impecável. Tinha parado de trabalhar na CIA para pôr-se às ordens de Henry. Ele tinha conseguido abortar a tentativa de seqüestro de Miguel. Quando estava com ela, ninguém se atrevia a incomodar a Anahí. Além de Miguel, ele era a pessoa que mais apreciava.
—Sr. Smith: Chegou a hora de ir pra cama, senhorzinho — disse o senhor Smith a Miguel —. Indo.
—Miguel: Sim senhor! —exclamou Miguel, respondendo com uma saudação militar e um sorriso. Então, correu até a ele e se atirou contra Smith para que o tomasse em seus braços.
—Sr. Smith: Eu me ocuparei de fazê-lo dormir Any — disse Sr. Smith—. Não deveria ir. Precisava repousar mais outra semana na cama.
—Any: Não me venha com essa — replicou Anahí com um sorriso—. Estou bem. Já sabe que tenho que me ocupar das coisas de minha tia Mary e é uma oportunidade de ouro para pesquisar a nossa oposição. Que durmas bem, meu céu — adicionou, inclinando para dar-lhe um beijo a seu filho—. Irei em seguida ao aeroporto.
—Miguel: O senhor Smith vai me contar de Vietnã — comentou Miguel muito contente.
Anahí franziu a testa. As histórias da guerra de Vietnã não lhe pareciam adequadas para que um menino as escutasse antes de ir dormir, mas não teve coração para opor-se.
—Miguel: Quero que me conte a da serpente.
—Any: A da quê? Perguntou ela.
—Miguel: A da serpente. O senhor Smith me contou de todos os animais que tinha em Vietnã.
Anahí ficou vermelha. Havia pensado que a temática da história da serpente era outra muito diferente.
O senhor Smith se surpreendeu da sua reação e sorriu.
—Sr. Smith: Enganamos vc, verdade? Isso que dá julgar pessoas inocentes.
—Any: Vc não tem nada de inocente — replicou ela.
—Sr. Smith: Sou inocente de várias coisas. Jamais disparei a uma pessoa duas vezes.
—Any: Meu guarda-costas é um santo — comentou ela, olhando ao teto.
—Sr. Smith: Segue assim e regresso à CIA. Lá sim sabem como tratar as pessoas.
—Any: Estou segura de que eles não te compram casacos de pele, nem te presenteiam com um jacuzzi somente para vc.
—Sr. Smith: Bom, isso não.
—Any: E que também não te dão três semanas de férias pagas nem te oferecem habitações de hotel grátis e carta branca nos restaurantes.
— Sr. Smith: Também não.
—Miguel: Também não te abraçam como faço eu —exclamou Miguel, rodeando o pescoço do guarda-costas com tanta força como pôde.
O senhor Smith começou a rir e lhe devolveu o abraço.
— Sr. Smith: Em isso tens razão — admitiu—. Na CÍA ninguém me abraçava.
—Any: Viu? —perguntou Anahí muito sorridente—. Te queremos tanto e não te dás conta.
— Sr. Smith? Claro que me dou conta, mas é que me agrada ver como me vai a pelota.
—Any: Um dia destes — disse ela, com um dedo muito ameaçador...
— Sr. Smith: Esse gesto nos indica que chegou o momento de irmos Miguel — disse o senhor Smith, dirigindo-se com o menino para a porta.
Anahí sorriu e seguiu preparando a sua mala.
Dois dias depois, Anahí chegou em um ônibus a Billings. Além de que não queria demonstrar que tinha dinheiro, a rodoviária estava ao lado de Herrera Properties.
Levava o cabelo solto sobre os ombros, uma bota de vaqueiros e uma calça também de vaqueiros sobre um moletom. Tinha posto as botas muito usadas que utilizava para montar a cavalo. Mais ou menos, parecia a mesma que havia saído daquela mesma estação seis anos atrás, ainda que tinha um segredo que ia desfrutar guardando até que chegasse o momento de revelá-lo.
Num edifício de escritórios que tinha justo defronte da estação, um homem observava o movimento de passageiros na estação. De repente, levantou-se do caldeirão para poder olhar melhor através da janela. Nos olhos tinha um gesto de sentimentos passados.
—Millie: Senhor Herrera?
—Poncho: Que ouve Millie? —perguntou sem dar a volta.
—Mille: Sua carta.
Tinha que se apartar da janela. Não podia ser ela. Parecia tê-la visto antes, mas ai encontrando com o rosto e a mulher equivocada quando se aproximava. O coração começou a bater num ritmo feroz, ritmo que ela havia ensinado a ele. Pela primeira vez em seis anos se sentiu vivo.
Tomou assento. Seu alto e atlético corpo refletia seus 32 anos, mas em ocasiões seu rosto parecia ter muito mais idade. Tinha linhas de expressão ao redor dos olhos
—Poncho: Esqueça da carta. Encontre a direção de Mary Puente Raven. Seu esposo era um índio Crow, John Corvo Andante, mas aparece no guia telefônico como Raven. Mudaram-se da cidade faz 2 ou 3 anos.
—Millie: Sim senhor — disse Millie, antes de sair da habitação.
Alfonso seguiu sentado, tratando de repassar seus relatórios sobre as intenções de Tennison International, mas sem conseguir. As recordações se apoderaram dele, as recordações de seis anos, quando uma mulher o tinha traído e havia saído da cidade sobe a suspeita.
—Millie: Senhor, eu encontrei um obituário aqui — disse Millie, regressando com o jornal local na mão —. Vi isso na semana passada e me chamou a atenção. Parece ter o nome da moça que esteve supostamente no roubo que ocorreu há seis anos.
—Poncho: Me dá.
Agarrou o jornal e o examinou atenciosamente. Mary tinha morrido. À morte de seu esposo, Mary se veio à cidade. Só Deus sabia como ela havia conseguido comprar uma casa com sua pensão. Alfonso sabia da casa porque tinha a encontrado um dia. Havia a interrogado muito bruscamente sobre Anahí, mas ela negou-se a contar algo sobre Anahí.
Alfonso fez um gesto de dor ao recordar o desespero que sentia por recordar o nome de Anahí. A anciã praticamente havia saído fugida. Alfonso pensou em segui-la, mas decidiu que não valia a pena. O passado estava morto. Seguramente, Anahí já teria casado e teria uma casa cheia de meninos.
Aquele pensamento lhe doía. Seguramente ela regressaria. De fato, podia ter sido a própria Anahí, a que acabou de ver. Alguém teria que se ocupar de todos os assuntos de Mary depois de sua morte. Sabia que Anahí era o parente mais próximo da anciã.
Sentou-se e franziu a testa. Sabia que Anahí estava em Billings. Não sabia se lamentava ou ficava alegre por ela. Só sabia que, uma vez mais, sua vida ia voltar a estar de pernas para o ar.
Comentem.
Bjos e obrigada pelos comentários.
Autor(a): mariahsouza
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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mariahsouza Postado em 04/10/2008 - 22:43:38
Meninas comentem se não eu paro de postar.
Bjs. -
paulinhaayu Postado em 02/10/2008 - 22:02:41
SIM CONTINUA!!!!!!!!!!
AMEI +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++!!!!!!!!!!!
CONTINUA
BJUXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX -
vitoria10 Postado em 02/10/2008 - 16:58:56
Sim Amei ++++