Fanfic: LIÇÃO DE VIDA AYA finalizada

— O prazer é todo nosso — afirmou o filho de Sal, sempre muito educado.

Genaro os conduziu até uma mesa grande, e todos se sentaram:Anahí , Alfonso JR e Mia de um lado, Alfonso e Miguel do outro.

Alfonso não olhara para ela a noite inteira, não emitira um único comentário sobre a maquiagem que ela tão raramente fazia, mas na qual, para aquele passeio, caprichara bastante, gastando muito tempo na frente do espelho numa aplicação cuidadosa. Assim como, pelo visto, não notara o vestido preto bonito e discreto que ela só colocava em ocasiões muito especiais.

— Já sei o que vou querer — disse Alfonso , recusando o cardápio que a garçonete lhe entregava.

— Eu quero um cachorro-quente! — exclamou Alfonso JR, com re­beldia.

— Aqui não tem cachorro-quente. —Miguel franziu o cenho para o irmão.

—  Mas eles fazem bolinhas de carne de cachorro-quente — emendou Anahí , dando uma piscada exagerada para Miguel. — Por que você não pede bolinhas de cachorro-quente com espaguete?

 Alfonso JR sorriu, porque entendeu que a mãe estava sendo tola e que aquela atitude era, na realidade, um gesto de carinho.

— Tudo bem, mamãe. Bolinhas de cachorro-quente, então. Genaro reapareceu, parecendo alegre, com um bloquinho em mãos e anotou os pedidos.

— E o que irão beber? — perguntou, olhando com muito afeto para as crianças.

Os três responderam em uníssono:

— Leite batido com chocolate!

— São quatro leites batidos com chocolate e uma cerveja para ele

 —Anahí informou, gesticulando em direção a Alfonso . — A menos que você também queira leite com chocolate. Quer? — ofereceu um sorriso zombeteiro.

Se  Alfonso ficou assustado ou impressionado por a esposa ter pedido leite com chocolate, não demonstrou, mantendo-se mais impassível do que nunca.

— Pelo que conheço de Alfonso, acho que não. — Genaro deu risada.

— Quatro leites e uma cerveja. Bem gelada. Acertei? — Olhou para Alfonso .

Alfonso assentiu com um breve gesto de cabeça e voltou-se para sua mulher:

— Você pode tomar uma taça de vinho, se quiser Anahí . Ela fez que não, com veemência.

— Não, eu quero leite com chocolate.

— Não faça isso apenas para me agradar. Anahí o encarou muito séria.

— Nada disso. Eu de fato estou com vontade de tomar leite. Muita vontade.

— Porque eu nunca lhe disse que você não poderia tomar uma taça de vinho — insistiu, como se não acreditasse em uma palavra do que ela dizia.

Anahí apoiou o queixo nas mãos cruzadas, cotovelos sobre o tampo, e o fitou com intensidade, estreitando os olhos.

— Eu sei.

Lançou para Alfonso o sorriso mais doce, mais puro, mais fasci­nante de que foi capaz, o qual, claro, o fez franzir a testa, ainda mais intrigado.

—  Que tipo de jogo é esse que você está tentando fazer?;— perguntou Alfonso .

Mas  Anahí sentiu que, embora  Alfonso jamais fosse admitir, es­tava ficando cada vez menos irritado.

Podia notar isso no brilho mais ameno das íris dele, na postura mais relaxada do corpo. Até mesmo no tom de voz menos agressivo. Conhecia bem aquele homem. Afinal de contas, era seu marido.

Ela se inclinou para frente, bem devagar.

— O jogo chama-se Eu Quero Leite com Chocolate.

— Também quero jogar! — Mia  gargalhou, toda animada, e  Alfonso por fim deu risada.

Para a filha, lógico. De qualquer modo, era a primeira vez que  Anahí o via rir desde de que retornara jovem ao lar. E como ele ficava lindo sorrindo!

— Quando você vai me dar um sorriso como esse? — E  Anahí não teve saída senão rir muito quando ele esforçou-se para fazer o sorriso desaparecer. — Você está perdendo, Alfonso .

Ele arqueou as sobrancelhas, numa expressão interrogativa.

— Perdendo o quê?

— Aquele sentimento horrível de detestar. — Anahí parafra­seou um