Fanfic: LIÇÃO DE VIDA AYA finalizada

Capítulo VIII

19 de dezembro

Perla Harlow era uma moça bonita de pele alva, de um leve bronzeado, cabelos Casatanhos e olhos verdes. Era bastante magra e elegante e se vestia muito bem, embora de maneira formal.

E agora estava em seu local de trabalho, tremendo de excitação. Alfonso a convidara para almoçar, um almoço em um lugar público. Era emocionante demais, decidiu, feliz. Vinha esperando por isso fazia um longo tempo.

— Nem acredito! —Perla se inclinou em direção a sua me­lhor amiga, companheira e secretária, Janice. — Ele me convidou para sair!

Perla e Alfonso trabalhavam no mesmo escritório, porém, uma vez que ela não trabalhava diretamente para ele, decidira que seria bom ter um caso amoroso com o sujeito mais fascinante que já conhecera.

Eles vinham flertando por meses, mas de repente as coisas pas­saram a adquirir uma outra configuração, tornando-se muito mais intensas.

Alfonso era o primeiro homem que a escutava de verdade, como

se tudo o que ela dizia fosse muito interessante. Não era um fin­gimento da parte dele, e  Perla sabia disso.

E a maneira como  Alfonso a olhava, fazia-a derreter-se por dentro, aquecia-lhe o sangue e a alma. Os olhos castanhos e amáveis pas­seavam por sobre seu corpo, provocando mais coisas do que algum outro homem conseguia provocar até mesmo através de carícias. Se Alfonso não a beijasse em breve, Perla morreria de ansiedade.

Eles não tinham nem mesmo se tocado. Entretanto, ela já o amava. Amava o jeito como ele se importava com a própria família, até mesmo o modo como vinha tentando, com tanto afinco, lidar com sua esposa depressiva. Aquele sujeito sabia o significado de um compromisso. De assumir uma responsabilidade. Era fiel e possuía um caráter impecável.

Perla sabia que Alfonso jamais teria um caso amoroso a menos que tivesse tomado a decisão de pedir o divórcio. Ele compartilhara tudo com ela, toda sua dor, seu sofrimento, sua luta, sem sucesso, para salvar Anahí da depressão em que caíra. Tudo... menos o corpo fantástico que  Perla tanto desejava. Mas que agora sabia que estava muito perto de conseguir.

— É u ma completa tola se acredita que  Alfonso vai deixar a esposa por você — disse Janice, com certa irritabilidade, meneando a cabeça como se já soubesse o fim de uma história que vira se repetir um milhão de vezes. — Essa não é a primeira vez que vejo algo assim dar errado, minha amiga. Alguém sempre acaba se machucando feio no final. Tome cuidado ou poderá vir a ser a premiada.

— Ele irá me encontrar para almoçarmos hoje — repetiu Perla, entusiasmada.

—  Querida, quando um homem a convida para um drinque depois do trabalho, você pode criar uma certa expectativa. E pro­vável que haja uma atmosfera sensual num convite desses, no qual pode se basear para sonhar. Mas quando se é convidada para o almoço... Não sei isso me parece mais uma dica de que não haverá nenhuma espécie de envolvimento emocional.  Perla fez que não.

— Nada disso. Alfonso tem classe. Ele nunca me chamou para um drinque após o expediente. Isso, sim, seria uma coisa mais vulgar.

Janice fez uma careta.

— Lamento discordar, meu anjo, mas um convite para um drin­que depois do expediente não tem nada de vulgar. — Suspirou. — Olhe, não estou torcendo contra, querida.

Você é minha melhor amiga e só lhe desejo coisas boas. Quero apenas sua felicidade. E você sabe que gosto de Alfonso . Eu o considero um homem de bom coração e de um caráter incontestável. Na verdade, acho que  Alfonso merece alguém muito melhor que a mulher com quem se casou. Mas não creio que vá mesmo se divorciar. Eles nunca se separam da família.

Perla aproximou-se mais da amiga e falou baixinho, para que ninguém mais a ouvisse:

—Alfonso procurou um advogado e já está até mesmo com a papelada do divórcio pronta em mãos. Tudo o que precisa fazer agora é registrar no cartório e entregar a ela.

Janice arregalou os olhos.

— Jura? Tem certeza disso?

—  Absoluta. Alfonso me mostrou os documentos. —Perla esboçou um sorriso. — Janice, isso não é brincadeira. Estou apai­xonada por Alfonso — confessou, com as pupilas cintilando de emo­ção. — E tenho quase certeza de que ele sente o mesmo por mim.