Fanfic: 7
Capítulo I
Past
Já passava das quatro horas da tarde. O vento fazia as folhas das árvores balançarem levemente. Um pequeno garoto brincava próximo ao pacato vilarejo onde morava, enquanto seu pai, o líder do vilarejo, cortava lenha. Eles precisariam, caso fizesse frio, o que era bem comum por ali.
O garoto subia constantemente nas árvores, parecia procurar incessantemente por algum tipo de diversão, mas era incapaz de encontrar. O pai percebeu que o jovem estava inquieto.
– Problemas pra se distrair?
O garoto não respondeu, apenas continuou subindo na árvore.
O pai deu um breve sorriso e continuou a cortar a lenha, dentro de poucas horas iria escurecer, e eles precisavam voltar para casa. O menino, por sua vez, não se preocupava nenhum pouco com isso, sua única preocupação era pegar a fruta que havia avistado no topo da árvore. Não que ele estivesse com fome, mas aquilo iria distraí-lo por um bom tempo.
O garotinho ia subindo aos poucos, e ia mudando de galho em galho conforme ia se aproximando mais do seu objetivo. O homem, concentrado, não viu que o filho estava em galhos muito mais altos do que costumava subir, considerando a idade do garoto, uma queda poderia ser fatal.
Um galho a mais e o garoto chegaria até a fruta, porém, os mais altos galhos são também os mais frágeis, o galho se partiu e o menino caiu. O garoto deu um grito e por sorte, se agarrou em um galho mais grosso, porém, se caísse dali, o estrago ainda seria grande.
O grito do garoto pareceu uma lança sendo cravada na barriga de seu pai. Ele imediatamente largou o machado e se virou em direção ao menino. O homem correu até onde achava que o garoto iria cair, poucos segundos e ele caiu.
Nos braços de seu pai, o garoto tinha os olhos completamente marejados, o medo de morrer foi grande. Seu pai o havia salvado em questões de segundos.
– Pai... – Disse o garoto, com a voz meio chorosa.
– Não faça isso de novo! Você quer se matar? Quer me matar do cor... – O pai foi interrompido.
– Quando eu crescer... quero ser forte igual a você! – Disse o garoto, sorrindo enquanto lágrimas escorriam do seu rosto.
O pai arregalou um pouco os olhos, não esperava um elogio do filho logo após aquela situação. Ele ficou completamente desarmado, não poderia continuar a bronca após aquilo.
Os dois puderam escutar um barulho semelhante a palmas. Do que podia se chamar de "floresta", a figura de uma mulher trajando um capuz preto ia se formando. Nem mesmo seu rosto podia ser visto, apenas seu nariz, boca e cabelos roxos, que saiam do capuz.
– Belo salvamento, Hiromitsu. – Disse a mulher, com um sorriso maléfico no rosto.
O homem, ao ver a encapuzada, colocou o filho no chão e o mandou se afastar um pouco.
Hiromitsu se aproximou da mulher misteriosa, e eles começaram a conversar. Hiromitsu permanecia sério, negando alguma coisa com a cabeça. O garoto não conseguia ouvir nada, porém, via que seu pai estava alterado, e a mulher também estava se exaltando.
– Vai pagar por isso, Hiromitsu! – Disse a mulher, com a voz visivelmente alterada.
– Eu disse que não, chega, chega disso tudo. Não há nenhuma possibilidade...
A mulher não respondeu, apenas olhou friamente para o pequeno garoto e deu as costas, adentrando a floresta e desaparecendo da vista dos dois.
– Vamos, já está escurecendo. – Disse o homem, enquanto pegava toda lenha que havia cortado.
O garoto correu e se aproximou de seu pai.
– O que ela queria?
– N-Não é nada... sabe, assuntos da vila. – Mentiu.
O garoto não tinha se convencido, porém, deixou o assunto acabar por ali.
•••
Sentados no que se podia chamar de mesa de jantar, todos já tinham terminado a refeição, o garoto, seu pai e sua mãe. O menino se levantou e seu pai fez o mesmo, se aproximando dele e colocando a mão em sua cabeça.
– Agora vá se deitar, amanhã é outro dia...
O garoto caminhava até seu quarto quando foi atingido por uma forte tontura. Ele se escorou na parede e sentiu algo em sua garganta. Ao levar a mão até a boca, pode ver... era sangue. Ele havia cuspido sangue. Seu coração batia de tal maneira que ele mesmo podia escutar.
– Filho...?
O pai do garoto se aproximou e pode contemplar a aparência do garoto.
Sua pele estava roxa, seus cabelos que antes eram verdes estavam completamente vermelhos e não havia qualquer sinal de vida em seus olhos, até que... ele se levantou. Se levantou como uma besta selvagem, um demônio que havia despertado. Seus urros podiam ser ouvidos nas redondezas da vila.
A mulher misteriosa, por sua vez, observava todo o ataque do demônio de cima da mesma árvore que o garoto havia caído. Enquanto observava, a mulher ria sem parar, se divertindo com toda a matança. Após se entreter o suficiente, a mulher desapareceu em meio a escuridão.
A vila conhecida como vila Keiko foi completamente destruída naquela noite, não havia restado nenhum sobrevivente. Após acabar com todos os habitantes, o "demônio" correu incessantemente para a floresta, tentando chegar até a próxima vila onde continuaria o seu massacre. Até que... perdeu as forças e caiu, desmaiado, banhado no sangue dos habitantes do vilarejo. Aos poucos, o jovem foi retomando sua aparência normal. Ele ficou ali por dois dias seguidos, até que um velho morador da vila "vizinha" o encontrou. Achando que o garoto era um sobrevivente do ataque da vila Keiko, o velhote o pegou nos braços e, com dificuldades, trilhou o caminho até sua casa.
•••
Após algumas horas deitado, debaixo dos cobertores, o garoto começava a recobrar a consciência.
O garoto se levantou e observou um pouco o local onde estava. Era um quarto pequeno, porém, bem arrumado. A janela estava aberta, fazendo com que a luz do sol adentrasse o local e mantesse tudo ali iluminado e aquecido, inclusive o menino.
– Ah, então você finalmente acordou! – Dizia o velho, com um sorriso no rosto.
O garoto não respondeu, apenas olhou para o velho.
– Você teve bastante sorte. Foi o único sobrevivente da Vila Keiko. Conte-me como fez pra escapar.
O garoto continuava parado, olhando para o velho.
– Ah... entendo, deve ser doloroso pra você falar disso. Então, o dia que você se sentir à vontade para falar disso, me conte. – Sorriu.
– Q-Quem sou eu? O que eu estou fazendo aqui? Q-Quem é você? – O garoto perguntou, sem mudar o seu semblante, completamente inexpressivo.
O velhote então entendeu. O garoto tinha perdido a memória, não se lembrava de nada.
– Você não lembra de nada, não é? – Perguntou o velho, tentando confirmar as suspeitas.
– Eu lembro que... quero ser forte. – O garoto continuava sem expressão alguma.
– É uma ótima meta, Zoro.
– Z-Zoro? – Perguntou o garoto.
– Será seu nome de agora em diante. – Sorriu.
O velho caminhou até um quarto, enquanto falava com o garoto.
– Você quer ser forte, não é?
– Sim. – Respondeu o garoto.
O velhote saiu do quarto com duas espadas de madeira nas mãos.
– Coma o quanto quiser, e quando estiver pronto, vá até o dojô... eu vou estar te esperando e seu treinamento para se tornar um forte espadachim vai começar.
– Um forte... espadachim?
O velho apenas sorriu e caminhou até o dojô.
O garoto, por sua vez, se sentou a mesa e começou a comer todas as frutas que estavam na cesta, uma após a outra. Ele tinha ficado dois dias sem comer, desacordado, e isso com certeza faria ele recuperar suas forças.
Após comer, o garoto caminhou até o dojô. Lá, o velho o esperava em posição de luta, com a espada empunhada.
– Vamos, pegue a espada e lute! – O velho parecia ter mudado completamente, sua expressão agora era séria e bastante firme.
O jovem, sem mudar de expressão, pegou a espada e se posicionou.
O velho começou a desferir os golpes, o garoto bloqueou o primeiro, mas não o segundo. A espada atingiu seu rosto, fazendo seu nariz sangrar levemente.
– Levante-se! Segure isso direito! Fique atento a todos os golpes e bloqueie todos usando sua espada. É isso que você tem que fazer!
O garoto se levantou, cambaleou um pouco e se firmou. Novamente, ele empunhava a espada de madeira e encarava o que de agora em diante, ele chamaria de sensei (mestre).
•••
Anos se passaram. Zoro não era mais tão novo e tão inexperiente. Não usava mais uma espada de madeira.
O rapaz havia crescido, estava com o corpo consideravelmente forte. Não só o corpo, sua mente estava bem preparada, embora o rapaz ainda procurasse saber sobre seu passado e seus verdadeiros pais, já que foi adotado. De qualquer modo, ele havia se tornado um ótimo espadachim com o treino de seu falecido sensei. Apesar de bem forte, ele não se contentava mais com isso, ser forte já não era o suficiente, ele tinha que ser o melhor. O Torneio "O Rei das Lutas" começaria em breve; Era um evento anual, onde os melhores lutadores se enfrentam em combates mortais.
Era uma ótima oportunidade pro rapaz testar suas habilidades, e além do mais, o prêmio, além de um troféu e de reconhecimento, era uma alta quantia em dinheiro. Não que ele se importasse com troféus e dinheiro, mas como já tinha 19 anos e estava completamente sozinho, ele certamente precisaria disso.
Espadachins, magos, arqueiros, monges... pessoas comuns... eles vinham de toda parte do mundo para lutar e para assistir as lutas do grande torneio. O que eles não sabiam, é que esse campeonato seria diferente de todos que já aconteceram até agora.
•••
As inscrições para o torneio já estavam abertas, os lutadores teriam mais uma semana pra treinar antes que o torneio realmente tivesse início, porém, apenas uma semana não era o suficiente, os lutadores treinam durante o ano inteiro, essa semana só serve mesmo para intensificar ainda mais os treinos.
– Eu vim me inscrever. – Disse o rapaz enquanto pegava a caneta que estava em cima do balcão.
Logo, uma ficha foi apresentada ao ele, e ao preenchê-la, Zoro estava oficialmente no torneio.
– Zoro... hã? Nunca ouvi falar de você antes. Novato, estou certo?
– Sim, é a primeira vez que eu venho lutar. – Falou o jovem, enquanto se virava pra ir embora.
Zoro parou na frente da arena e contemplou a vista por alguns segundos, até que ouviu uma voz feminina.
– Ei, com licença. – A garota sorria de um modo simpático para o rapaz.
O jovem a observou, era uma menina consideravelmente bela, estatura média para as garotas, cabelos curtos e de cor laranja, sua pele era branca e seus olhos castanhos, com um semblante angelical.
– Hã?
– Você sabe me dizer onde os lutadores estão fazendo as inscrições para o torneio "O Rei das Lutas"?
Zoro saiu da frente da menina, apontando para o balcão de inscrições.
– Obrigada, vou me inscrever agora mesmo. – A garota sorriu novamente.
– Você vai lutar? – Perguntou Zoro, bastante surpreso.
– Isso mesmo. Está olhando para a próxima campeã desse torneio. – A menina sorriu, porém, parecia decidida. – Porque?
– Nada. É que... você parece meio frágil. – Disse ele, enquanto olhava a menina meio sem jeito pela afirmação.
– Não deveria julgar ninguém pela aparência... – A menina ficou visivelmente irritada, teria acertado um chute no rapaz ali mesmo, se sua melhor amiga não tivesse chamado a atenção da mesma.
– EEEEi Naaaamii, Sweeetiie... – Gritou outra menina de longe, sem realmente ver onde a menina de cabelos laranjas estava.
– Bunny! Vem cá, é aqui... é aqui que nós temos que nos inscrever. – Gritou Nami.
– Ah, então... seu nome é Nami ou Sweet? – Perguntou Zoro.
– Meu nome é Nami, mas a Bunny me chama de Sweet porque segundo ela, eu sou doce e gentil. – Sorriu novamente.
Zoro ficou extremamente confuso, a menina realmente parecia gentil, doce e frágil, mas estava a ponto de matá-lo a um segundo atrás.
Bunny atravessou a rua e foi ao encontro de Sweet, era uma menina de estatura baixa, tinha cabelos e olhos roxos. Parecia uma criança por sua altura e personalidade, porém, seu corpo denunciava sua idade.
– Porque sumiu? Eu estava com saudades, Sweet. – Disse a garota, abraçada a barriga de Nami, olhando pra ela com lágrimas nos olhos.
– Ah, Bunny... eu só estava procurando o lugar de inscrição e... vai, você é uma poderosa maga, não pode ficar por aí chorando...
"Poderosa maga? Essa menina que parece uma criança é uma poderosa maga? O que essas meninas estão pensando? Querem se matar nesse torneio?" – Pensou Zoro, olhando surpreso pras duas.
– Bom, nós vamos nos inscrever, veja se venha nos assistir. – Disse Nami, sorrindo.
– Eu vou part... – Zoro foi interrompido.
– Vamos logo, Sweetie, não podemos perder tempo, vamos, vamos! – Bunny puxou Nami em direção ao local de inscrição, não deixando nem que a garota se despedisse do rapaz.
Zoro olhou as duas meninas por alguns segundos e decidiu voltar pra casa. A semana seria longa e o treinamento ainda mais intenso.
Bunny e Nami terminaram de se inscrever, e debaixo da bancada das inscrições, saiu um pequeno robô.
A máquina fez um curto trajeto até a esquina, onde parou próximos aos pés de uma pessoa.
– Mais três inscritos, senhor. Zoro, Nami e Bunny. Trouxe todas as informações desses três.
Uma voz masculina respondeu a informação do robô com certa empolgação.
– Isso vai ser no mínimo, interessante... não acha, Cromartie?
Continua...
Autor(a): spirit0fzoro
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo II Go! Nenhum boneco de madeira era poupado pela lâmina do espadachim, assim como nenhum lutador seria, ou pelo menos, era isso oque ele achava. O ritmo de seu treino aumentou consideravelmente. O rapaz só se dava descanso para as necessidades básicas. Zoro treinou durante todo o ano, mas essa semana foi, sem dúvida ...
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