Fanfic: Sintonia em Las Vegas (vondy)

“Esperar por você é como esperar a chuva nessa seca: inútil e decepcionante! Mas não desisto, pois sei que um dia vás voltar.”

     Meus pés que estavam em pontas pela sapatilha se abaixaram e eu parei de dançar. Pude comparar aquela sensação como se o mundo parasse, me virei em um impulso e pude reconhecer aquela voz rouca que parecia anos que não a escutava, só poderia ser mentira... Estava Christopher em minha frente de lábios entre abertos deixando um meio sorriso aparecer, respiração ofegante e com aqueles olhos castanhos reluzentes.

Seria uma miragem?

   Então em um impulso nossos corpos foram se achegando e se achegando diminuindo por fim a distância entre nós. Quando menos percebi nossos rostos estavam próximos, ele elevou suas mãos ao meu rosto o acariciando, quando senti o leve tocar sorri boba. Foi que me dei conta de que aquele era realmente o Christopher, o que fez marcar em minha vida uma pura noite em Las Vegas.

Dulce- Chris...─ sussurrei em meio ao delírio.

Christopher- pequena... Tanto que te procurei. ─ me falou ainda com um sorriso nos lábios.

Dulce- Acho que me achou.

Christopher- Você é real? ─ ergueu as sobrancelhas, como se pra ele também poderia ser um sonho.

Dulce- Pergunto o mesmo. Você é real? ─ foi minha vez lhe tocar. Elevei minhas mãos a sua nuca.

Christopher- Só tem um jeito de provarmos isso e quebrar por fim esse delírio. ─ ele afastou uma mecha da franja que caia em meus olhos.

Dulce- Como... ?   

    A pergunta foi desnecessária, pois a resposta veio logo em seguida. Ele elevou suas mãos que até então estavam em meu rosto e as pôs em meus cabelos os acariciou de leve até achar a minha nuca e me impulsionar em um ato até nossos lábios roçarem e se entre abrirem para da inicio a um beijo ousado de desejo aos lábios, ao sentir o sabor da boca, da paixão. Saudade? Era o sentimento que estava sendo morto naquele momento, pois era o que a gente mais sentia.

    Não posso negar que me senti nos céus, e creio que com ele não era diferente pela maneira que me pressionava ao seu corpo, o desespero de suas mãos ao segurar minha nuca aprofundando o beijo que parecia não cessar.

   Depois de minutos que pareceram horas, o beijo chegou ao fim e nos separamos, sentando no chão do salão, eu sentada entre suas pernas e ele me abraçava.

Christopher- Acho que agora temos certeza de que não é um delírio, muito menos um sonho. É real. ─ se pronunciou enquanto cheirava minha nuca como um carinho.

A única coisa que respondi foi um “hunrun” confirmando com a cabeça, não pude dizer mais nada, a cada segundo meus olhos se fechavam sentindo aquele carinho tão bom. Ele sorriu terno a me ver boba.

   Passamos minutos naquele mesmo jeito, seguidos de mais beijos e carinhos, poucas palavras eram pronunciadas, só queríamos aproveitar aquele momento e não nos separar. Até que em meio a um beijo entre abri os olhos e pude ver o relógio de parede que indicavam que eram 18:40, me separei do beijo em um pulo.

Christopher- O que foi meu amor? ─ perguntou confuso.

Dulce- A hora, Chris. Está tarde, tudo passou tão rápido. ─ me virei me ajoelhando em sua frente o encarando.

Christopher- Você tem algum compromisso?

Dulce- Não. Mas tenho hora pra chegar em casa, se esqueceu que moro no interior. Sem falar que tinha que ensaiar, eu tinha que fazer os passos e... ─ comecei a falar sem parar como uma louca, até ele me silenciar com um selinho.

Christopher- Calma. Eu te levo em casa e enquanto aos passos, depois você faz isso. ─ me respondeu como se aquela simples frase resolveria o problema. ─ Pra quando é isso?

Dulce- É apenas uma tarefa de cas... ─ me contive a falar, tarefa de casa é um termo escolar e aquilo era mais além que isso. ─ É uma pequena apresentação que a professora Letícia passou como estudo.

Christopher- E é pra quando? ─ realmente não respondi sua pergunta.

Dulce- Pra sexta. Eu acho... ─ respondi pensativa como uma boba. Não lembro pra quando ela pediu.

Christopher- Como assim eu acho? Você está ensaiando algo que nem sabe pra quando é? Está dando uma de lesinha? ─ deu uma tapinha na minha testa o que me fez rir.

Dulce- Não, bobo. Apenas esqueci, deu um branco. ─ pensei: “mal de Alzheimer agora não, sou muito nova”. ─ Acho que foi sua presença que me deixou assim, seus beijos...

Christopher- Hum e isso é bom? ─ indagou já sorrindo malicioso.

  Assenti com a cabeça já entregue a mais um beijo que se antecedia.

Ah! Aqueles puros beijos...

Christopher- Vou fazer isso sempre que errar com você, só assim você esquece. ─ falou separando do beijo e sorrindo sapeca.

Dulce- Mas...Mas, olha só que descaramento. Diz isso na minha frente? ─ ele respondeu balançando a cabeça deu de ombros, brincalhão. ─ Você vai ver só moçinho.

Comecei a dar leves tapas nos seus braços já rindo da situação, ele me divertia. Ele segurou minha cintura com as duas mãos e se levantou me pondo pendurada em seu ombro esquerdo e começou a correr pelo salão.

Dulce- Chris... Amor, o que estás fazendo? ─ perguntei já aumentando minhas tapas em suas costas. ─ Para! Para! Ah...

Christopher- Quando te conheci disse que gosto de super-heróis. É o que estou tentando fazer agora! ─ gritou ofegante pela correria. ─ Estou testando se posso voar com você.

Dulce- Está vendo que... NÃO... ─ gritei prevendo o que aconteceria.

Ele topou seu sapato no escorregadio chão do salão tentando frear, mas caímos no chão, nada grave aconteceu ainda bem.

   Enquanto meu pensamento se preocupava se estávamos bem pela queda, pude sentir seu olhar sobre mim. Percebi que eu estava jogada ao chão e ele por cima do meu corpo, nossos rostos mais próximos possível. Ele me olhava com desejo e vontade de me beijar como se esse ato não tivesse sido feito ainda naquele instante.

Dessa vez eu não pude resistir e dei início a mais um beijo de puro desejo e vontade.

   Ao nos separarmos ele me sorriu terno satisfeito com a ação e eu mais ainda. Enquanto ele estava com suas mãos apoiadas no chão para se manter junto a mim, acariciei seus cabelos que estavam bagunçados em cachos secos como de sempre.

Dulce- O que faz aqui na Academia? Ainda mais vestido tão formalmente. ─ perguntei analisando sua roupa social.

Ele que antes sorria de leve, pareceu fechar o sorriso.

Christopher- É... ─ olhou para outro ponto fixo sem me encarar, como se procurasse resposta. ─ Vim ver o Christian e o Poncho, se esqueceu que eles também fazem parte daqui? ─ voltou a me encarar.

Dulce- Hum, mas há essa hora? Eles já largaram faz séculos.

Christopher- Percebi ao procurá-los. ─ me sorriu de leve, isso estava estranho.

Dulce- Você parece um bebê mentindo. ─ falei apertando seu queixo fofo e inchado que já apareciam pêlos da barba.

Christopher- Quer dizer que estou mentindo? ─ ele franziu o cenho.

Dulce- Não. Mas essa sua cara fez uma mistura das duas coisas. ─ lhe sorri amenizando a conversa. ─ tanto bebê, tanto mentiroso.

Christopher- Entendi. Porque bebês não mentem.

Dulce- Mas você seria uma exceção, meu bebê. ─ dei um beijo rápido em sua bochecha.

Christopher- Posso ser seu bebê, sem o mentiroso? ─ fez um bico brincalhão.

Dulce- Sim, bebê bicudo. ─ gargalhei.

Ele não agüentou se apoiar mais e se jogou pro lado me levando consigo segurando minha cintura, foi minha vez de apoiar minhas mãos ao chão.

Christopher- bebê mentiroso, bebê bicudo. Não é uma imagem boa de um bebê que me veio à mente. ─ ele levantou os olhos fingindo pensar. ─ Ele parece resmungão e chato.

Gargalhei novamente, ele estava tão bobo fazendo menção sobre aquele assunto. Mas logo o senti com uma mão juntar meus cabelos os amarrando a mesma e com a outra puxar minha nuca para iniciar mais um beijo cheio de calor.

 - Christopher...

Alguém pareceu gritar do corredor que dava para o salão, e a voz começava a ficar mais perto.