Fanfic: Sintonia em Las Vegas (vondy)

                                                               " Verdades "

    Meus olhos cheios de lágrimas denunciavam que uma delas iria descer. E pela primeira vez na vida senti a dor que o amor trazia, aquela dor que tanto a Maite um dia me falara.

Christopher- Me escuta... ─ ele falou atrás da porta seguido de um murro leve dado na mesma. ─ Por favor, me escuta.

Não sei por que, mas algo me dizia pra dizer... Sim!

       Fiquei calada e me deixei ser escutada por suas palavras.

Christopher- Dulce... Sei que deveria ter te dito a verdade naquela noite, pois você confiou totalmente em mim. Mas eu achei insignificante falar de uma pessoa que estou ao seu lado por pressão, por não amá-la, preciso que me entendas e me escute, na história da minha vida existem muitas verdades que não foram contadas a ti. ─ falava cada palavra com a testa encostada a porta, com suas mãos fechadas como se surrasse a porta a cada instante que pensara na besteira que fez. ─ Por favor, me escute.

      Continuei sem dizer nada, porque ele insistia com aquela palavra “verdade”, mas dessa vez a palavra continha a consoante “s” no final, isso quer dizer que existem mais verdades além da que acabei que saber. A vontade de chorar foi maior e o mandarele desaparecer da minha vida, mas sabia que aquilo não iria resolver.

Christopher- Dulce...? ─ perguntou em um fio de voz.   

Troquei-me rapidamente, enxuguei bruscamente as lágrimas que molharam meu rosto e em um ato de coragem abri a porta do banheiro. Christopher quase caíra para frente pois estava apoiado a porta, mas ele se equilibrou e respirou fundo para me olhar, eu que o encarava da pior forma possível tentando controlar mais uma onda de lágrimas que invadia meus olhos.

Dulce- Conte-me toda a verdade...

   Ele apenas assentiu com a cabeça, segurando em minhas mãos olhou para um lado e para o outro como se tivesse a procura daquela garota, constatou que a mesma não estava ao corredor ele me conduziu para fora da Academia, chegando na grande avenida.

Christopher- Quer ir ao bar onde os garotos estão e lá conversarmos ou prefere que eu te leve em casa?

Dulce- Por mim tanto faz, tanto que me conte as “verdades”. ─ enfatizei aquela palavra que por um instante feria tanto meu coração e fazia toda palavra que saía de minha boca ser fria.

Ele assentiu novamente apontando para uma moto grande e muito bonita por sinal, era a mesma moto a qual vi no dia do teste, constatei que aquele garoto era realmente o Christopher.

     Subi na garupa da moto após ele, segurei firme em sua cintura mesmo não querendo fazer tal ato, não queria tocá-lo. E em segundo ele arrancou a moto daquele lugar em uma velocidade só, o caminho silencioso e calmo, até ele resolver quebrá-lo.

Christopher- Quero que me indique o caminho, não sei o bairro, nem local onde mora. ─ falou enquanto olhava fixamente para a pista, o olhei de relance vendo o desespero estampado em seu rosto. Fiquei com medo dessas “verdades”.

Dulce- Certo.

   Indiquei-lhe passo por passo o caminho onde eu morava, me fez lembrar o dia em que Maite pedira para o Ruan me levar, indiquei a ele o caminho onde moro, me arrependo de ter feito isso até hoje.

     Logo a paisagem de onde eu morava foram aparecendo como quadros de pinturas manchadas pela velocidade da moto, uma brisa fria nos batia, sem falar que já era noite e tudo era bastante silencioso, apenas o som dos grilos e do motor da moto era escutado.

Chegamos a frente da minha casa minutos depois eu ter indicado qual das entre as quatro casas eram a minha. Ele estacionou a moto em frente ao vasto quintal da minha casa, e descemos da moto. Ele se colocou encostado à moto, enquanto eu estava encostada a cerca do quintal.

Sem perder tempo já me pronunciei.

Dulce- Bom, pode começar... ─ gesticulei com a mão pedindo para ele prosseguir.

Christopher- Antes de tudo, Dulce. Quero te pedir perdão por não ter te contado nada antes. Espero que me perdoe. ─ ele olhava meus olhos mostrando tamanha sinceridade.

   Apenas assenti com a cabeça, por um momento pensei em negar e falar muitas para não aceitar seu perdão, mas seu olhar me constrangeu com tanta sinceridade.

Ele continuou ainda olhando em meus olhos.

Christopher- Naquela noite a qual nos conhecemos eu e os garotos tínhamos feito um trato que era: Aceitar ir a Las Vegas, sem pensar em namoradas ou algo relacionado que nos trouxesse vontade de desistir da noite. No começo eu neguei por não querer trair a minha... ─ respirou fundo. ─ a Marian. Mas de tanta insistência eu aceitei, chegamos lá e eu tentei me controlar na bebida e em todo tempo fiz isso pra o meu bem. Me preparei mentalmente pra caso perdesse a sanidade, mas não me preparei para encontrar você: a garota que me chamou atenção e que me despertara o dom de viver, sua essência me encantou. ─ abaixou a cabeça, brincando com os dedos, depois voltou a me encarar. ─ Eu não menti em nenhum momento daquela noite a qual disse que te amava, e quando digo que te amo. Pois pode até parecer brincadeira mas assim como eu, você sentiu algo diferente naquela noite que mexeu com os nossos sentimentos e sabemos muito bem o que é. Foi forte demais. ─ seus olhos agora brilhavam florescentes. ─ Dulce, eu quero você e não a Marian, e eu sei o que eu estou falando. Não vou mais fazer rodeios, e contar minha história com ela porque perderia tempo, pois não há história. ─ ele se desencostou da moto se achegando junto a mim, segurando-me pelos ombros me pôs junto a si. ─ Eu te amo.

   Meu corpo começou a arder em chamas como naquela noite, finalmente aquela palavra havia sido proferida de novo, indicando mais uma vez que aquele sentimento não era um qualquer. Não consegui fugir do seu olhar nem se eu quisesse, e se aproximava nossos rostos mais e mais...Eu estava totalmente fora de mim, não conseguia fugir, por mais que aquela raiva sobre a mentira tivesse me invadido eu não conseguia fugir.

Dulce- Chris... ─ falei quase em um sussurro. ─ você falou a palavra “verdades” isso quer dizer que existe mais de uma. ─ falei virando o rosto antes que nossas bocas se tocassem, me recompus.

Christopher- Perdão... ─ falou mordendo o lábio inferior, se afastando de mim como se também não tivesse remediado a atitude que estava quase fazendo.

Dulce- Continue...

Christopher- Tem mais uma coisa que queria te falar que creio que naquela noite você se perguntou o porque não pronunciei. Sobre meus pais. Meu pai é como te falei rude e arrogante, minha mãe simpática e meiga, mas... ─ ele engoliu seco, olhando outro ponto fixo. ─ Dulce, o que eu quero falar é que meus pais eles são as pessoas mais influentes de Los Angeles. Meu pai ele é dono da empresa de automóveis Uckermann... ─ entre abri meus lábios ao escutar aquilo, mas pareceu não terminar. ─ e minha mãe é a Dona e diretora do AALA. ─ ele fez uma careta prevendo o que viria.

Dulce- Como? ─ perguntei incrédula.