Fanfic: Um lindo homen Vondy

Anahí entrou no quarto segurando uma bandeja cheia de biscoitos de chocolate e baunilha. Sorriu para Dulce que sentada na cama, esperava sua mãe que com delicadeza lhe colocava o tênis nos pés. Dulce lhe sorriu de volta, negando com a cabeça ao ver a quantidade de biscoito que Anahí havia feito. Emocionou-se, e se emocionou de tal forma que necessitava com desespero abraçar aquela mulher naquele precioso instante. Anahí entendeu, pois deixou a bandeja de biscoitos por cima da mesa e com rapidez abraçou Dulce, com força, carinho e sincero amor.

Dul - Eu não sei o que teria feito sem sua presença nessas últimas semanas. Oh Annie, eu sou tão grata pela sua amizade, pelo seu carinho. - Anahí a acariciou no rosto tão pálido e sensível, então depois emocionada lhe sorriu com ainda mais ternura, arrumando o lenço que repousava sobre a cabeça de Dulce.

Anahí - Não seja tola, não precisa ser grata, não precisa me agradecer... Somos mais do que amigas Dulce, temos muito mais do que histórias. Somos irmãs. E eu estarei aqui o tempo que for necessário estar. Meus filhos estão bem, estão se divertindo, eu também preciso desse tempo, Alfonso precisa desse tempo... - Engoliu a saliva, acariciando o rosto febril de Dulce. - Nós passamos por essa primeira parte juntas e nada, nem ninguém pode me convencer de que isso, essa maldita doença vai te vencer. - Mirou Blanca, que em silêncio apenas mirava as duas amigas. - Eu estou tão orgulhosa Dulce! - Voltou a abraçar Dulce, que com grande emoção fechou os olhos. - Eu estou tão orgulhosa pela sua coragem, pela sua garra...

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Dulce voltou a abrir os olhos, ainda abraçada a Anahí, refletindo brevemente sobre a coragem que Anahí estava falando. Sim, talvez realmente fosse corajosa.

Talvez também devesse se sentir orgulhosa por poder estar ali, viva, recebendo um abraço tão carinhoso e afetuoso de sua eterna irmã e melhor amiga.

Ela estava indo para casa. Não que estivesse curada, por Deus ainda faltava um longo caminho a percorrer, mas ela estava indo para casa. Não para Priori, ainda não... Mas estava indo para casa. O tratamento continuaria, a administração pesada das drogas que combatiam a leucemia estaria presente até que seu organismo a eliminasse por inteira.

Mas mesmo assim, estava tão aliviada de poder ir para casa.

Naquele instante nem a febre, as feridas em sua boca e a fraqueza constante que lhe dominava poderia a fazer deixar de sorrir ou se emocionar. Haviam sido semanas reveladoras para uma mulher acostumada com o melhor que há na vida, haviam sido semanas assustadoras para uma mulher que de tão forte, passava a ser tão fraca e dependente de drogas e favores. Haviam sido semanas que ela constantemente se preparava para se despedir, que ela constantemente pedia alívio a um Deus que julgava não acreditar. Seus olhos voltaram a se fechar, porque necessitava de forma desesperadora de se ver rodeada pelas paredes de sua fortaleza. Precisava de uma boa dose de coragem, força e garra, porque de todo o coração, a sua havia terminado naquela manha, quando seus cabelos haviam caído. Todos, todos os fio, não lhe pertenciam mais.

O lenço cobria sua cabeça, colorido, conforme havia pedido para que sua mãe e Anahí comprassem quando começou a notar que os fios saiam com grande facilidade em suas mãos após a terceira sessão de quimioterapia.

A terceira maldita sessão que lhe trouxe efeitos colaterais tão intensos, que até mesmo o Doutor Rubéns, acostumado a ver dezenas de pessoas passando por aqueles desconfortáveis sintomas, havia se assustado.

As náuseas, a fraqueza, os sangramentos, tudo fora tão intenso que por alguns segundos Dulce cogitou a hipótese de se deixar levar, para que toda aquela dor partisse também... Mas Christopher havia a segurado com força em seus braços, e aquele fato fez com que ela voltasse a sorrir, fez com que ela voltasse a chorar de uma emoção intensa e profunda. Jamais iria se esquecer dos braços dele a segurando com força enquanto o vomito lhe assaltava de forma intensa. Jamais iria se esquecer da noite que ambos passavam em claro, com Christopher a segurando em seus braços, em seu colo, a abraçando com força até que a febre e os sangramentos nasais por fim terminassem. Jamais em vida poderia se esquecer do momento em que ele havia a olhado nos olhos com intensidade, e lhe sussurrado que estava orgulhoso, que aquilo iria passar, para que ela fosse forte, e suportasse um pouco mais a dor para que em fim eles pudessem ir para casa.

Deus perdera as contas das horas que havia passado encolhida naqueles braços fortes, das horas que ele havia velado seu sono, que havia segurado a sua mão, conectado seu olhar no dela em uma troca secreta de força e coragem. Se seu coração continuava batendo era por ele, por sua amada mãe, e por sua melhor amiga, Anahí.

Dul - Eu pensei que não iria acabar. - Murmurou, soluçando sobre o ombro de Anahí que também emocionada a abraçava. - Pensei que iria mais sair daqui, não inteira.

Anahí - Os médicos nos avisaram Dulce, nos avisaram que não seria fácil, que o tratamento inicial era ainda mais intenso... Mas agora nós podemos respirar. Nós podemos nos fortalecer para começar tudo uma vez mais e vencer tudo isso uma vez mais. - Dulce a mirou nos olhos, com os olhos inchados e avermelhados bem abertos.

Dul - Veja só Annie, caíram todos! - Levou as mãos a cabeça coberta pelo colorido lenço. - Todos, caíram todos! - Negou com a cabeça com pesar, mirando sua mãe que se mantinha calada, forte, emocionada. - Não sei como vou fazer com Christopher, não sei como ele ainda me...

Blanca - Não diga isso filha, se Christopher ouvisse ficaria seriamente magoado com você. Nós conversamos sobre isso Dulce, nós sabíamos que a probabilidade de isso acontecer era intensa. Aconteceu e não precisa lamentar e nem se sentir envergonhada por isso. A queda de seus cabelos é apenas mais uma prova de que nossa caminhada está na estrada certa...Você está reagindo, e Deus sabe que agora isso é o mais importante. - Dulce mirou sua mãe, e nem o que acabara de ouvir lhe livrou das lágrimas que desciam por seu rosto tão frágil e vulnerável.

Dul - Ele é tão lindo mãe. Christopher é tão lindo... Tão jovem cheio de vida, amor, paixão e desejo. Olhe só para mim, me sinto tão fraca, tão doente, pálida...

Anahí - Você está indo para casa querida, nós estamos indo para casa, não deve pensar nessas coisas, são tão insignificantes perto do amor que Christopher sente por você. Os cabelos crescem Dulce, sua pele voltará a corar e seus olhos vão voltar à tonalidade que sempre tiveram... Mas para isso há uma luta, um preço.

Dul - Eu não estou desistindo, mas Deus eu estou tão cansada, tão cansada...

Blanca - Eu sei que está filha. - Aproximou-se de Dulce, a acariciando na bochecha e na cabeça por cima do lenço. - Nada do que aconteceu nessas semanas a torna menos mulher, ou menos amada por nós ou por Christopher. O fato de seus cabelos terem caído, não altera o fato de que você continua sendo uma mulher, uma bela mulher.

Blanca - Estamos juntos, todos nós... Estamos ao seu lado, Christopher está ao seu lado.

Oh sim, sem dúvidas Christopher estava ao seu lado.

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